Petrobras volta a pressionar Ibovespa; Sabesp dispara
O Ibovespa (IBOV) fechou a terça-feira com queda discreta, com as ações da Petrobras (PETR4) mais uma vez entre as maiores pressões de baixa, enquanto Sabesp (SBSP3)disparou para a máxima em um mês com proposta sobre revisão tarifária.
Índice de referência da bolsa brasileira, o Ibovespa caiu 0,19%, a 119.471,62 pontos, após subir a 119.974,93 pontos na máxima e recuar a 118.245,64 pontos na mínima da sessão.
O volume financeiro somou 29 bilhões de reais.
“A Petrobras continua pesando no Ibovespa, dado o fluxo de notícias negativo relacionado a uma suposta interferência do governo na empresa”, ressaltou o diretor de investimentos da Reach Capital, Ricardo Campos.
Neste final de tarde, a Câmara dos Deputados aprovou pedido de regime de urgência ao projeto que confere autonomia formal ao BC, para garantir que ele execute suas tarefas sem risco de interferência político-partidária.
Campos ponderou que há preocupações com um novo auxílio emergencial, mas não avalia como um grande problema, se for encontrada uma moeda de troca. Para ele, a atraso na vacinação é ainda pior, porque atrapalha a recuperação do PIB.
“Seria muito ruim os emergentes se recuperarem e o Brasil ficar para trás”, acrescentou.
No mercado, a preocupaçao é de que uma nova rodada de auxílio emergencial possa pressionar ainda mais a trajetória fiscal do país.
De acordo com análise técnica da equipe do Safra, o Ibovespa segue indefinido no curto prazo e encontrando dificuldades para superar a resistência em 120.300 pontos.
“Se conseguir superá-la, o índice entrará em tendência de alta no curto prazo e poderá subir em direção a 122.600 e 125.400 pontos. Do lado da baixa, o índice encontra o forte suporte em 114.700 pontos”, citou em relatório a clientes.
Entre os últimos desdobramentos nessa direção, o presidente dos EUA, Joe Biden, endossou proposta democrata de limite de renda para cheques de estímulo.
Destaques
Petrobras (PETR4) e Petrobras (PETR3) recuaram 2,03% e 2,6%, respectivamente, ampliando as perdas da véspera, em meio a receios entre agentes investidores sobre a política de preços da empresa de controle estatal. Nem a melhora do Brent, que fechou em alta de 0,88%, evitou o recuo dos papéis.
No setor, Petrorio (PRIO3) caiu 4,13%
Sabesp (SBSP3) saltou 7,10%, a 42,56 reais, maior fechamento desde janeiro. Nota técnica da agência reguladora paulista sobre revisão tarifária da empresa de saneamento básico de São Paulo propôs tarifa média de 4,8413 reais por metro cúbico. Considerando os parâmetros da Arsesp, o Bradesco BBI estimou que o reajuste fique perto de 17%.
Eztec (EZTC3) cedeu 3,36%, após desistir do IPO de sua unidade de imóveis comerciais Ez Inc, citando condições de mercado.
O sinal negativo também predominava entre seus pares, com o índice do setor imobiliário caindo 1,72%, pior desempenho entre os índices de ações setoriais da B3.
Cvc Brasil (CVCB3) perdeu 1,01%, após quatro membros do conselho de administração da empresa de turismo renunciarem, entre eles o presidente do colegiado.
A companhia, que não detalhou a razão da saída dos conselheiros, convocou assembleia para 11 de março para aprovar novos membros.
Vale (VALE3) subiu 0,26%, revertendo a fraqueza do começo da sessão, com o setor de mineração e siderurgia fechando no azul.
CSN (CSNA3) capitaneou os ganhos com alta de 2,43%, tendo no radar precificação do IPO da sua unidade de mineração na próxima sexta-feira.
BTG Pactual (BPAC11) perdeu 0,38%, mesmo após resultado trimestral forte no quarto trimestre. Na véspera, os papéis atingiram máximas históricas já antecipando números sólidos.
No setor, Itaú Unibanco (ITUB4) subiu 1,2% e Bradesco (BBDC4) avançou 0,51%.
Duratex (DTEX3) caiu 4,08%, mesmo após o Ebitda ajustado recorrente saltar 85,4%, a 516 milhões de reais no quarto trimestre.
O Bradesco BBI cortou a recomendação das ações para ‘neutra’, estimando diminuição do ímpeto dos lucros nos próximos trimestres, com crescimento mais suave da demanda e pressões de custo.
Até a véspera, as papéis subiam 11,4% no ano.