Ibovespa fecha em queda com Vale, mas salto de BRF atenua perda
O Ibovespa (IBOV) fechou em leve baixa nesta sexta-feira, mas assegurou sinal positivo no acumulado de uma semana marcada por volatilidade e novas máximas desde janeiro.
Mas, na ausência de novos catalisadores externos e domésticos, o índice de referência do mercado acionário brasileiro não conseguiu se sustentar acima dos 123 mil pontos, que chegou a ultrapassar na segunda e na terça-feira.
Para o diretor de investimentos da BS2 Asset, Mauro Orefice, o mercado acabou se movimentando nessa semana mais por questões técnicas do que propriamente fatos novos.
Ele atrelou boa parte da volatilidade nessa semana principalmente à ata do banco central dos Estados Unidos e ao forte recuo nas cotações de criptomoedas, mas também destacou a correção nos preços do minério de ferro na China.
A preocupação principal nos mercados, acrescentou o gestor de renda variável da Western Asset Cesar Mikail, é com a inflação e se o Fed poderia antecipar aumento de juros. “E a ata deu sinais de que ele vai estar olhando isso de perto”, acrescentou.
Ao mesmo tempo, os membros do Fed prometeram manter a política monetária ultrafrouxa, apostando que o salto inesperado dos preços ao consumidor no mês passado se deve a forças temporárias que vão enfraquecer sozinhas.
No caso das moedas digitais, o bitcoin atingiu 30.066 dólares na mínima da semana, em meio ao aumento de restrições chinesas para o uso de criptomoedas, com o mercado ainda ressabiado pelas recentes declarações de Elon Musk.
Em meio à forte volatilidade no exterior, o ambiente político doméstico marcado pelos desdobramentos da CPI da Covid ficou à margem, embora seja apontado como um dos impeditivos para novos recordes no mercado acionário brasileiro.
“Para destravar o Ibovespa e avançarmos ao topo de janeiro, as reformas tributária e administrativa precisam ganhar agilidade e o Congresso avançar textos e votações dos projetos”, disse o analista da Terra Investimentos Régis Chinchila.
Nesta sexta-feira, o Ibovespa caiu 0,09%, a 122.592,47 pontos, mas acumulou alta de 0,58% na semana. Em maio, avança 3,11%. No ano, sobe 2,92%.
Maiores baixas do Ibovespa no dia
Maiores altas do Ibovespa no dia
O índice Small Caps recuou 0,69%, a 2.964,11 pontos, mas com alta de 0,86% na semana e de 1,51% no mês. Em 2021, avança 5%.
O volume negociado no pregão nesta sexta-feira somou 32,26 bilhões de reais.
Destaques do Ibovespa do Acumulado do Mês:
BRF (BRFS3) sobe 29,53%, tendo ganhado fôlego nessa última semana, quando valorizou-se 28,79% – melhor desempenho semanal percentual desde 2004. A processadora de carne bovina Marfrig tem comprado ações da BRF disse à Reuters uma fonte com conhecimento da situação.
Ambev (ABEV3) avança 17,87%, ainda embalada pelos números do primeiro trimestre, quando a fabricante de bebidas mais do que dobrou o lucro e teve alta surpreendente das receitas.
Executivos da companhia também afirmaram que a meta agora é recuperação de margens.
Iguatemi (IGTA3) ON valoriza-se 17,85%, em meio a perspectivas otimistas de reabertura da economia e após resultado mais cedo no mês que mostrou salto no lucro líquido do primeiro trimestre (+220%).
Banco Inter (BIDI11) cai 22,80% ainda sofrendo com realização de lucros após renovar no último dia 3 máximas recordes. Nessa semana, anunciou parceria com o ABC Brasil e desdobramento de ações.
Locaweb (LWSA3) perde 20,23%, também em movimentos de correção, em mês marcado pelo balanço do primeiro trimestre, com prejuízo de 8,4 milhões de reais, piora ante o mesmo período de 2020, mas alta no Ebitda e na receita operacional líquida.
B2W (BTOW3) recua 16,82%, com balanço nesse mês mostrando aumento do prejuízo diante de maiores subsídios para frete grátis. Investidores seguem analisando a fusão da companhia com a sua controladora Lojas Americanas.
Veja o comportamento dos principais índices setoriais na B3 no acumulado do mês:
– Índice financeiro: +4,36%
– Índice de consumo: +3,07%
– Índice de Energia Elétrica: +3,11%
– Índice de materiais básicos: -2,77%
– Índice do setor industrial: +1,77%
– Índice imobiliário: +2,77%
– Índice de utilidade pública: +4,74%