Ibovespa fecha em queda com receio fiscal à espera do Copom; Bradesco cai
O Ibovespa (IBOV) fechou em baixa nesta quarta-feira, com as ações do Bradesco (BBDC4) entre as maiores pressões negativas após resultado trimestral, assim como os papéis da Petrobras (PETR4) na esteira do recuo do preço do petróleo no exterior e antes do balanço.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 1,44%, a 121.801,21 pontos, quase perdendo o patamar dos 121 mil pontos no pior momento, no primeiro fechamento negativo na semana. O volume financeiro no pregão somou 30 bilhões de reais.
Investidores também continuam melindrados com as negociações para o parcelamento do pagamento de precatórios pelo governo federal para abrir espaço ao pagamento de demais despesas, que muitos agentes de mercado veem como um calote disfarçado.
Em entrevista à CNN Brasil, Lira afirmou que o crescimento exponencial da previsão de precatórios para 2022, que atinge 90 bilhões de reais, fará com que o governo não tenha recursos para cumprir outros compromissos.
“Ou pactuamos um parcelamento ou descumprimos todos os pagamentos para 2022”, afirmou.
“Investidores estão cautelosos porque medidas populistas visando melhora na popularidade do governo podem comprometer o quadro fiscal”, afirmou o analista da Terra Investimentos, Régis Chinchila. “E isso pode ter impacto no fluxo do investimento estrangeiro.”
O final da quarta-feira ainda reserva mais resultados corporativos, incluindo os de Braskem, Banco do Brasil e Totvs, além de Petrobras, bem como decisão do Copom, com as projeções apontando alta da Selic para 5,25% ao ano.
Destaques
Bradesco (BBDC4) caiu 4,36%, maior queda do Ibovespa, mesmo após crescimento de mais de 60% no lucro recorrente do segundo trimestre, com a área de seguros do banco afetada pela segunda onda de Covid-19.
O presidente-executivo do banco disse que os sinistros de seguros relacionados à Covid-19 devem recuar até o final do ano.
No setor, Itaú Unibanco (ITUB4) cedeu 2,79% e Banco do Brasil (BBAS3) recuou 1,47%.
Petrobras (PETR3) e Petrobras (PETR4) perderam 3,61% e 2,12%, respectivamente, na esteira do forte declínio dos preços do petróleo no exterior, onde o Brent fechou em baixa de 2,8%, a 70,38 dólares o barril.
A companhia reporta resultado do segundo trimestre ainda nesta quarta-feira e a expectativa é de que mostre lucro de 0,82 dólar por ação, segundo a estimativa média dos analistas da Refinitiv, ante prejuízo de 0,39 dólar um ano antes.
Cosan (CSAN3) recuou 4,06%, após a Raízen, joint venture entre a empresa e a Shell, precificar sua oferta inicial de ações a 7,40 reais por papel na terça-feira, no piso da faixa estimada.
A operação movimentou 6,9 bilhões de reais, no maior IPO do ano no Brasil. As ações da Raízen estreiam na bolsa na quinta-feira.
Gerdau (GGBR4) subiu 0,19%, mesmo após resultado recorde e acima do esperado no segundo trimestre. A companhia disse que vai ampliar a capacidade de laminação de bobinas a quente e de produção de perfis estruturais em Minas Gerais.
No setor de mineração e siderurgia, porém, o destaque foi Usiminas (USIM5), com alta de 4,6%.
Vale (VALE3) fechou com variação negativa de 0,11% após subir mais de 3% na véspera.
Natura&co (NATU3) avançou 1,25%, na segunda sessão consecutiva de recuperação. O papel acumulou baixa de 11,6% após seis quedas em sete pregões até a segunda-feira.
O valor da ação, que têm sofrido com perspectivas de números fracos para o segundo trimestre, também encontrou suporte em relatório do BTG Pactual recomendando “compra” do papel.
XP inc (XP) saltou 7,75% em Nova York, após anunciar na terça-feira alta de 83% no lucro líquido ajustado do segundo trimestre ante mesma etapa de 2020. O resultado operacional da XP medido pelo Ebitda ajustado cresceu 77% ano a ano.