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Ibovespa fecha em queda com mercados voláteis por pandemia

24 jun 2020, 17:14 - atualizado em 24 jun 2020, 18:17
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O Ibovespa caiu 1,66%, a 94.377,36 pontos. O volume financeiro totalizou 25,77 bilhões de reais (Imagem: B3/Linkedin)

O Ibovespa (IBOV) fechou em baixa nesta quarta-feira, reflexo da volatilidade nos mercados em razão de incertezas devido à pandemia de Covid-19, com as ações da Cielo (CIEL3) liderando as perdas, após suspensão de operações ligadas ao uso do WhatsApp como meio de pagamento.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 1,66%, a 94.377,36 pontos. O volume financeiro totalizou 25,77 bilhões de reais.

Após a forte valorização acumulada pelas ações brasileiras desde a mínima do ano em 23 de março, agentes financeiros começam a avaliar os níveis de preços, em um ambiente com sinais de retomada de economias no exterior, mas chance de uma nova onda de infecções pelo novo coronavírus, com risco de retardar a recuperação.

Da mínima do ano até a véspera, considerando dados de fechamento, o Ibovespa contabilizou um ganho de cerca de 50%. Ainda assim, permanece distante da máxima histórica de fechamento de 119.527,63 pontos apurada no dia 23 de janeiro.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) disse que a pandemia está causando danos mais amplos e mais profundos à atividade econômica do que se pensava e piorou as previsões para o PIB global, estimando agora contração de 4,9%, ante projeção anterior de queda de 3%.

Em Wall Street, o S&P 500 fechou em queda de 2,6%, com investidores avaliando o risco para a economia de um aumento nos casos de coronavírus em vários Estados norte-americanos. A principal autoridade de doenças infecciosas dos EUA disse que as próximas duas semanas podem ser críticas para conter a epidemia.

Para o gestor Daniel Pegorini, diretor-presidente da Valora Investimentos, os mercados tendem a continuar voláteis, com alguma estabilização dependente de fatores como o avanço em relação a uma vacina, porque sem ela não será possível controlar a pandemia.

“Ter idas e voltas (dos processos de lockdown) é o pior dos cenários, em razão da enorme incerteza sobre onde tudo isso irá parar”, acrescentou.

Gol
Gol e Azul recuaram 8,34% e 6,22%, respectivamente, após forte valorização na véspera, enquanto seguem sensíveis ao noticiário relacionado ao Covid-19 (Imagem: Reuters/Sergio Moraes)

Destaques

Itaú Unibanco (ITUB4) caiu 3,8% e  Bradesco (BBDC4) perdeu 3,25%, entre as maiores pressões de baixa do Ibovespa, contaminados pelo viés negativo geral. Banco do Brasil (BBAS3) recuou 3,91% e Santander (SANB11) encerrou com declínio de 4,68%. BTG Pactual (BPAC11) também abandonou a alta da primeira etapa e caiu 2,24%.

Cielo (CIEL3) despencou 12,96%, após reguladores suspenderem o uso do WhatsApp para transações em parcerias com instituições financeiras no Brasil. Mais cedo, a empresa comunicou que suspendeu os serviços relacionados ao pagamento por meio do aplicativo do Facebook, citando decisões do Banco Central e do Conselho Administrativos de Defesa Econômica (Cade). Do anúncio da parceria até a véspera, os papéis tinham acumulado valorização de quase 30%.

Gol (GOLL4) e Azul (AZUL4) recuaram 8,34% e 6,22%, respectivamente, após forte valorização na véspera, enquanto seguem sensíveis ao noticiário relacionado ao Covid-19. O presidente-executivo da Gol, Paulo Kakinoff, afirmou nesta quarta-feira que o governo federal poderá comprar 100 milhões de reais em passagens aéreas para apoiar a companhia, enquanto estimou que os termos da linha de crédito com o BNDES e bancos sejam finalizados até a próxima semana.

Klabin (KLBN11) valorizou-se 2,55%, em sessão de alta do dólar ante o real , além de anúncio de que acertou a venda da unidade de papéis para embalagens localizada na cidade de Nova Campina (SP) para o Grupo Klingele Paper & Packaging por 196 milhões de reais. No setor, Suzano (SUZB3) fechou com elevação de 1,47%.

Petrobras (PETR4) caiu 3%, após forte valorização na véspera, tendo ainda de pano de fundo a queda dos preços do petróleo no mercado externo após os estoques nos Estados Unidos terem atingido um novo recorde, além da retomada em casos de coronavírus em países como Alemanha e em regiões densamente povoadas dos EUA. Petrobras (PETR3) recuou 2,67%.

Vale (VALE3) cedeu 0,36%, enquanto o setor de mineração e siderurgia mostrou um desempenho sem direção comum. Usiminas (USIM5) perdeu 4,56%, após fechar a terça-feira com valorização de 10%. Gerdau (GGBR4) terminou com acréscimo de 1,48%.

Sabesp (SBSP3) avançou 2,33%, em meio a expectativa de votação do novo marco regulatório do saneamento no Senado nesta quarta-feira, que, entre outras alterações, abriria espaço para a privatização de companhias de água e esgoto. Fora do Ibovespa, Copasa (CSMG3) fechou em alta de 0,57% e Sanepar (SAPR11) caiu 1,04%. Desde 23 de março, quanto bateu mínima de fechamento para o ano, as ações da Sabesp acumulam alta de 98,6%. No mesmo período, Copasa subiu 79,1% e Sanepar avançou 63,9%.

XP Inc. (XP) negociada em Nova York, perdeu 9,3%. O Credit Suisse cortou a recomendação para o papel a ‘underperform’. “Apesar de reconhecermos o bom momento dos lucros e a história de crescimento secular convincente, não vemos uma elevação dos níveis atuais após a recente alta, pois, em nossa opinião, ela já reflete expectativas muito altas de crescimento e lucratividade”, argumentaram. As ações da XP acumulavam até a véspera uma alta de 156% no segundo trimestre.

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