Ibovespa fecha em queda com incertezas sobre PEC dos Precatórios e Vale e bancos pesam
O Ibovespa (IBOV) caiu nesta quinta-feira pelo quarto pregão consecutivo, ainda sob pressão das incertezas que rondam a tramitação da PEC dos Precatórios no Congresso.
Vale (VALE3) foi a principal contribuição negativa do índice, na esteira da queda dos preços do minério de ferro, seguida por companhias do setor financeiro e siderúrgicas.
Na ponta oposta, ficaram Intermédica e JBS (JBSS3), que vinham com desempenho negativo nos últimos pregões.
O Ibovespa fechou em queda de 0,51%, a 102.426 pontos. O volume financeiro foi de 28,6 bilhões de reais.
O líder do governo no Senado e relator da PEC dos Precatórios na Casa, Fernando Bezerra (MDB-PE), disse em entrevista à GloboNews que o governo está aberto a modificar pontos da proposta de forma a agilizar sua aprovação.
Ele citou possibilidade de vincular o espaço fiscal aberto pelo texto a certos gastos, como o pagamento do Auxílio Brasil, e afirmou que existe abertura para que o programa de transferência de renda seja permanente.
Para Leon Abdalla, analista de investimentos da Rio Bravo, a tramitação da PEC no Senado se mostra uma “novela diferente” daquela vista na Câmara onde o texto foi aprovado, com novas incertezas surgindo. Segundo ele, a possibilidade de um Auxílio Brasil permanente começa a parecer “realidade”.
No mercado, há receio que os senadores modifiquem a PEC a tal ponto que obrigaria um retorno do documento à Câmara.
Os índices em Nova York tiveram desempenho sem direção comum. S&P 500 e Nasdaq tiveram alta e fecharam em máximas recordes, com balanços acima do esperado.
O Dow Jones fechou em baixa, afetado por perdas acentuadas nas ações da fabricante de equipamentos de rede Cisco.
Na agenda, definição de preço por ação em follow-on de Petz é esperada para ainda hoje, enquanto governo deverá publicar novo arcabouço regulatório para fintechs após reunião extraordinária do Conselho Monetário Nacional (CMN) nesta quinta-feira, o que pode afetar empresas como PagSeguro e Stone, afirmaram à Reuters três fontes da equipe econômica. Os papéis de ambas as empresas listadas em Nova York tiveram fortes quedas nesta quinta-feira.
Destaques
Vale (VALE3) cedeu 4,1%, CSN (CSNA3) caiu 5,4% e Usiminas (USIM5) recuou 5,7%, na esteira de nova queda nos preços de minério de ferro, com perspectiva sombria de demanda por aço na China o que tende a enfraquecer preços internacionais da liga.
Bradesco (BBDC4) caiu quase 1% e Itaú Unibanco (ITUB4) recuou 1,7%, ficando entre maiores contribuições negativas para o Ibovespa. Segundo Luiz Roberto Monteiro, operador da mesa institucional da Renascença, setor financeiro é utilizado pelos investidores que querem dar saída da bolsa, por conta da liquidez desses papéis.
Petrobras (PETR4) caiu 0,15%, apesar da melhora dos preços do petróleo; política de preços da companhia segue no radar dos investidores.
Intermédica (GDIN3) subiu cerca de 3,8% e Jbs (JBSS3) avançou 2,7%, após quedas consecutivas de ambos os papéis nos últimos pregões.
Méliuz (CASH3) subiu 10,2%, estendendo o avanço da véspera, após divulgação de balanço na terça-feira, e depois de analistas do Bank of America elevarem a recomendação da ação para compra.
Alliar (AALR3), que não está no Ibovespa, disparou 22,5%, na esteira de notícias de que Nelson Tanure fechou acordo para assumir controle da empresa.
No final do dia, a companhia divulgou que apesar de negociações preliminares terem sido iniciadas, ainda não há acordo entre os acionistas controladores da empresa de diagnósticos médicos e Tanure.