Ibovespa fecha em queda com exterior; IRB Brasil RE despenca quase 15%
O Ibovespa fechou em queda nesta segunda-feira, acompanhando o menor apetite global por risco, com IRB desabando quase 15% em meio a uma investigação pelo órgão regulador falta de recursos em reservas técnicas, enquanto BRF saltou após balanço.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa cedeu 1,49%, a 79.064,60 pontos, após oscilar da mínima de 78.993,75 pontos à máxima de 80.722,75 pontos. O volume financeiro somou 21,4 bilhões de reais.
O recuo vem após o Ibovespa avançar quase 3% na sexta-feira.
No exterior, receios sobre uma segunda onda de contaminação pelo Covid-19 reduziram o apetite a risco, com muitas regiões começando a reduzir as restrições de circulação de pessoas e funcionamento de atividades econômicas.
Para a Elite Investimentos, as bolsas começaram a semana com preocupações de que o coronavírus ressurja em países como Coreia do Sul, “algo que prejudica os planos de reabertura econômica mesmo dos países que já passaram pelo pico da pandemia.”
Autoridades sul-coreanas relataram 35 infecções novas no país até a meia-noite de domingo, o segundo dia consecutivo de casos novos desta magnitude e o maior número em mais de um mês.
Na Alemanha, o Instituto Robert Koch para Controle de Doenças disse que o número de pessoas que cada doente infecta – taxa de transmissão – subiu a 1,1. Índice acima de 1 significa que o número de infecções está aumentando.
Em Wall Street, o S&P 500 fechou praticamente estável.
Do cena doméstica, o estrategista para pessoa física da Santander Corretora Renato Chanes destacou a divulgação da ata da última decisão do Copom na terça-feira, e avaliou que a frente política continuará no radar dos investidores.
Um dos principais holofotes é o esperado veto do presidente Jair Bolsonaro ao reajuste dos servidores.
Analistas da Terra Investimentos também destacaram o desenrolar do depoimento do ex-ministro Sergio Moro na semana passada “A agenda política, segue carregada e gerando forte volatilidade na bolsa brasileira”, avaliam.
Destaques
– IRB (IRBR3) desabou 14,82%, após comunicar que o regulador do setor de seguros Susep abriu fiscalização na companhia por esta apresentar insuficiência na composição dos ativos garantidores de provisões técnicas e da liquidez regulatória. O IRB disse estar empenhado para solucionar a questão o mais breve possível.
– Vale (VALE3) cedeu 2,29%, acompanhando movimento de papéis de mineração e siderurgia na Europa. CSN (CSNA3) teve baixa de 5,76%.
– Petrobras (PETR4) recuou 1,79%, refletindo fraqueza do preço internacional do petróleo, com o Brent caindo 4,4%. Em outra frente, a empresa disse que identificou 208 metros de reservatórios com óleo em um poço a sudeste de Búzios, no pré-sal da Bacia de Santos, além de nova descoberta no campo de Albacora, na Bacia de Campos.
– BRF (BRFS3) subiu 11,26%, após reduzir prejuízo líquido no primeiro trimestre de 2020 para 38 milhões de reais, ante perda de 1 bilhão de reais no mesmo período do ano passado, graças ao aumento no volume e no valor das vendas.
– Banco do Brasil (BBAS3) teve alta de 0,63% em sessão mista para bancos, com Bradesco (BBDC4) recuando 1,51% e Itaú Unibanco (ITUB4) ganhando 0,27%.
– Azul (AZUL4) caiu 3,31%, após mostrarem um tombo de 90% na demanda em abril, refletindo efeitos e medidas contra a pandemia de Covid-19. No setor de viagens, um dos mais afetados pelo coronavírus, Gol (GOLL4) recuou 4,18% e CVC Brasil (CVCB3) perdeu 6,14%. A alta do dólar, após trégua na sexta-feira, também pesou nas ações.
– Localiza (RENT3) cedeu 5,23%, em meio a preocupações com os efeitos das restrições à circulação, com a cidade de São Paulo começando um rodízio de veículos ampliado. Na semana passada, o presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes, afirmou que motoristas de aplicativos de transporte urbano devolveram às locadoras cerca de 160 mil veículos em abril.
– Banrisul (BRSR6) caiu 3,24%, após a Reuters noticiar que o banco controlado pelo Estado do Rio Grande do Sul está em conversas para vender seu negócio de cartões e que deve contratar o JPMorgan como assessor nos próximos dias, segundo duas fontes com conhecimento do assunto.