Ibovespa fecha em queda com declínio em NY e recuo de commodities
A bolsa paulista teve uma sessão de ajuste negativo nesta quarta-feira, puxada por ações como Vale (VALE3) e Petrobras (PETR4), após o Ibovespa (IBOV) fechar com sinal positivo nos últimos quatro pregões e renovar máximas desde janeiro.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa fechou em queda de 0,28%, a 122.636,30 pontos, após acumular elevação de 2,73% nos últimos quatro pregões.
O volume financeiro somou 31,68 bilhões de reais.
As vendas foram endossadas pela maior aversão a risco nos mercados no exterior, com quedas em commodities como minério de ferro e petróleo e nas praças acionárias na Europa e Nova York, em meio a preocupações com a inflação nos Estados Unidos.
A ata da última reunião do Federal Reserve ainda mostrou que algumas autoridades do BC norte-americano pareciam prontas para começar a avaliar mudanças na política monetária dos EUA com base no rápido e contínuo progresso da recuperação econômica.
No documento, o Fed prometeu manter a política ultrafrouxa, apostando que a alta de preços no mês passado se deve a forças temporárias e que o mercado de trabalho precisa de mais tempo para fazer as pessoas voltarem a empregos.
Na visão do diretor de investimentos da Reach Capital, Ricardo Campos, o trecho de que membros do Fed consideram discutir mexer nos estímulos monetários na próxima reunião acabou pesando nos mercados. Em Wall Street, o S&P 500 recuou 0,29%.
“O Ibovespa mais uma vez não foi capaz de romper o topo intermediário em 123 mil pontos”, destacou o analista da Clear Corretora Rafael Ribeiro, afirmando que a bolsa seguiu a correção em NY e penou com a queda do minério de ferro na China.
Destaques
Vale (VALE3) caiu 2,05%, na esteira do declínio dos preços do minério de ferro na China nesta quarta-feira, com o setor de mineração e siderurgia como um todo terminando a sessão no vermelho: Csn (CSNA3) teve o pior desempenho, fechando em baixa de 3,98%.
Petrobras (PETR4) recuou 0,76%, pressionada pela queda dos preços do petróleo no exterior, onde o Brent contrato de referência da companhia – encerrou a sessão com perda de 3%, a 66,66 dólares o barril.
Cyrela (CYRE3) cedeu 4,03%, tendo de pano de fundo relatório do Credit Suisse elaborado após encontro com executivos da construtora, no qual, segundo relato dos analistas do banco, a companhia reafirmou visão positiva para o setor, apesar de observar alguma desaceleração no desempenho de lançamentos e custos de mão de obra acima do esperado.
Eletrobras (ELET3) e Eletrobras (ELET6) subiram 4,17% e 3,62%, respectivamente, tendo renovado máximas históricas, em meio à repercussão positiva entre analistas de mudanças propostas à MP de privatização da elétrica, que o presidente da Câmara dos Deputados reafirmou que pretende submeter para apreciação da Casa nesta quarta-feira.
No setor, Cemig (CMIG4) avançou 5,07%.
Brf (BRFS3) valorizou-se 4,56%, acelerando a recuperação em maio após queda de 17,6% em abril.
De pano de fundo, os preços da soja em Chicago recuaram, enquanto o milho terminou quase estável após recuar mais cedo.