Ibovespa fecha em queda com balanços sob holofotes
Apesar do clima favorável no exterior, o Ibovespa (IBOV) fechou em queda nesta quinta-feira, abaixo dos 126 mil pontos, em sessão dominada pela temporada de resultados de empresas, entre elas Vale (VALE3), GPA (PCAR3), Multiplan (MULT3) e Ambev (ABVE3).
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 0,48%, a 125.675,33 pontos, após subir mais de 1% na véspera. O volume financeiro no pregão somou 27,8 bilhões de reais.
Números abaixo do esperado de algumas companhias, mesmo com desempenho forte, e resultados fracos ou margens pressionadas no caso de outras acabaram prevalecendo sobre sinais positivos de algumas para a segunda metade do ano.
Para o diretor de investimentos da Reach Capital, Ricardo Campos, o comportamento do Ibovespa nesta sessão refletiu a recepção de investidores ao balanços, que acabou ofuscando o cenário mais positivo no mercado externo.
No Brasil, a pauta macro também ocupou as atenções, com aceleração na criação de vagas formais de trabalho em junho, mas déficit primário acima do esperado para o governo central.
Destaque
Gpa (PCAR3) desabou 7,40%, após quase zerar o lucro no segundo trimestre, citando efeitos de restrições ao funcionamento de lojas com o repique da Covid-19. O grupo considerou o período “atípico” e espera uma recuperação gradual ao longo do terceiro trimestre.
Weg (WEGE3) fechou em baixa de 2,88%, em sessão de ajustes, após disparar mais de 8% na véspera na esteira do resultado do segundo trimestre.
Gol (GOOL4) cedeu 2,28% após resultado do segundo trimestre prejuízo líquido recorrente de 1,2 bilhão de reais e ajuste em previsões para a segunda metade do ano.
A aérea agora espera alta de cerca de 85% na receita ante o segundo semestre de 2020, versus previsão anterior de 100%.
Vale (VALE3) recuou 1,47%, apesar do lucro de 7,6 bilhões de dólares no segundo trimestre, com forte alta do preço do minério de ferro em meio a uma demanda firme da China. O número ficou um pouco abaixo do esperado. A mineradora disse que elevará produção de minério no segundo semestre
Ambev (ABVE3) perdeu 1,15%, mesmo após salto no lucro com volumes consolidados recordes para um segundo trimestre e crédito fiscal, com o foco voltando-se para o declínio em margens.
Multiplan (MULT3) avançou 5,36%, em movimento acompanhado por outras empresas de shopping centers, após divulgar na noite da véspera alta de 32% do lucro no segundo trimestre, beneficiando-se da retomada gradual das atividades de lojistas.
Csn (CSNA3) subiu 5,62%, revertendo as perdas dos últimos dois pregões, com a rival Usiminas (USIM5) também entre os destaques positivos, com alta de 3,22%.
Usiminas reporta balanço na sexta-feira, antes da abertura do mercado.
CSN divulgou na terça-feira.
Gerdau (GGBR4) valorizou-se 2,18%.
Petrobras (PETR4) fechou com acréscimo de 0,36%, favorecida pela elevação dos preços do petróleo no mercado externo.
Na véspera, a Compass, empresa de gás e energia do grupo Cosan, fechou a aquisição da fatia da Petrobras na Gaspetro.
BR Distribuidora (BRDT3) avançou 1,8%. A empresa anunciou programa de recompra de ações e reeleição de diretores da distribuidora de combustíveis.
Movida (MOVI3) disparou 8,55%, renovando máximas históricas, no melhor desempenho do Small Caps, após reportar receita líquida e Ebitda recordes no segundo trimestre, com expansão de margens. Também citou indicadores apontando para uma forte alta temporada no terceiro trimestre.
Brisanet (BRIT3) subiu 0,07%, a 13,93 reais, após a provedora de serviços de internet precificar IPO a 13,92 reais por papel, no piso da faixa estimada, que ia até 17,26 reais cada. Na mínima da sessão, caiu a 12,56 reais. Na máxima, chegou a 14,11 reais.