Mercados

Ibovespa fecha em queda com apreensão sobre aumento de casos de Covid-19

21 set 2020, 17:12 - atualizado em 21 set 2020, 18:22
Ibovespa Ações B3 Circuit Breaker
No pior momento, chegou a 95.820,34 pontos (Imagem: Reuters/Rahel Patrasso

O Ibovespa (IBOV) fechou em queda nesta segunda-feira, pressionado pela aversão a risco nos mercados no exterior em razão de receio de novas medidas restritivas diante do aumento de casos de Covid-19, principalmente na Europa.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 1,32%, a 96.990,72 pontos, menor nível de fechamento desde 3 de julho.

No pior momento da sessão chegou a 95.820,34 pontos.

O volume financeiro somou 36,5 bilhões de reais, inflado pelo vencimento de contratos de opções sobre ações, que girou 10,47 bilhões de reais, sendo 8,27 bilhões de reais em opções de venda.

Nos Estados Unidos, o S&P 500 (SPX) recuou mais de 1%, refletindo a aflição de agentes financeiros de que eventuais novos ‘lockdowns’ na Europa em razão do crescimento de casos de coronavírus retardem a recuperação da economia norte-americana.

A epidemia de Covid-19 no Reino Unido está dobrando de tamanho a cada cerca de sete dias e, se esse ritmo continuar, haverá cerca de 50 mil novos casos por dia em meados de outubro, disse o conselheiro científico-chefe do governo, Patrick Vallance, nesta segunda-feira.

O prefeito de Londres, Sadiq Khan, anunciou nesta segunda-feira que pedirá ao premiê britânico, Boris Johnson, que implemente novas restrições acordadas com líderes locais e especialistas de saúde para tentar conter o surto na capital.

As medidas incluem a redução do horário de funcionamento de pubs e bares e a extensão do uso de máscaras nos transportes públicos e nas lojas a outras áreas públicas.

De acordo com profissionais do mercado financeiro, as bolsas vinham em recuperação bastante forte, principalmente em Nova York, mas o noticiário atrelado ao Covid-19, principalmente de vacinas, não trouxe novidades relevantes mais recentemente.

Ao mesmo tempo, dados de atividade passaram a mostrar algum arrefecimento da recuperação das economias, em particular nos EUA, onde permanece um impasse no Congresso sobre nova ajuda fiscal e a disputa presidencial começa a esquentar.

“Tudo vira motivo pra realizar lucros”, afirmou o gestor Werner Roger, sócio-fundador da Trígono Capital, que vê a vacina contra o coronavírus ainda demorando.

O clima nos mercados no exterior ainda teve como fator de pressão o escândalo sobre dinheiro sujo envolvendo vários bancos, após documentos vazados mostrarem que essas instituições transferiram mais de 2 trilhões de dólares em recursos suspeitos ao longo de quase duas décadas.

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Destaques

Petrobras (PETR4) e Petrobras (PETR3) cederam 3,46% e 3,01%, respectivamente, afetadas pelo declínio do petróleo no exterior, com o Brent fechando em queda de quase 4%, a 41,44 dólares o barril.

Também no radar esteve julgamento virtual no plenário do Supremo Tribunal Federal (STF), que há registrou três votos contrários à continuidade de processos para a venda de suas refinarias.

Vale (VALE3)  caiu 2,69%, na esteira da queda dos futuros do minério de ferro na China, em sessão com preocupações sobre a retomada das economias, o que enfraqueceu também papéis de outras empresas de mineração e siderurgia, incluindo CSN (CSNA3), que fechou em baixa de 1,04%, após divulgar projeções para 2020 e que o conselho autorizou IPO da sua unidade de mineração.

Itaú Unibanco (ITUB4) encerrou com declínio de 0,87% e Bradesco (BBDC4)  caiu 1,49%, afetados pela aversão a risco generalizada, além da pressão no setor em bolsas no exterior em razão do escândalo sobre transferências suspeitas.

Gol (GOLL4)  e Azul (AZUL4)  recuaram 8,46% e 7,8%, respectivamente, após alguma recuperação em setembro, em meio à volta de temores de novas medidas de restrição de circulação, que afetaram fortemente o setor, assim como CVC ON, que perdeu 4,4%.

B2W (BTOW3) subiu 4,01%, após alguma correção desde o começo do mês, com Magazine luiza (MGLU3) ON avançando 1,77%. Via Varejo (VVAR3)  fechou com acréscimo de 0,11%.

Sulamerica  subiu 2,86%.

O JPMorgan elevou a recomendação do papel para compra, com preço-alvo de 54 reais.

Suzano (SUZB3) recuou 3,04%, em sessão negativa de papéis ligados a commodities, mas também após aviso na sexta-feira de que a BNDESPar, braço do BNDES, venderá todas as ações que tem da fabricante de papel e celulose em oferta que deve ser precificada em 1º de outubro.

Cury (CURY3) reagiu e fechou em alta de 1,18%, a 9,46 reais, em sua estreia na B3, após precificar IPO na última quinta-feira a 9,35 reais por ação, abaixo da faixa estimada, em operação que movimentou quase 1 bilhão de reais. No pior momento da sessão, o papel chegou o cair 6,7%, a 8,72 reais.

Vulcabras (VULC3) ON avançou 6,58%, após acordo com a Alpargatas para a compra da unidade de negócio relativa à operação da marca ‘Mizuno’ no Brasil, pela qual pagará 32,5 milhões de reais.

Alpargatas (ALPA4)  reverteu as perdas do começo do pregão e encerrou com elevação de 2,86%.