Ibovespa fecha em queda com ajustes tendo Turquia e Covid-19 sob holofotes
O Ibovespa (IBOV) fechou em queda nesta segunda-feira, com as ações da Vale (VALE3) e da Petrobras (PETR4) entre as maiores pressões de baixa, além de reflexos do desconforto com emergentes após troca do comando do banco central na Turquia e temores sobre a Covid-19.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 1,07%, a 114.978,86 pontos. No pior momento, bateu 113.619,52 pontos. O volume financeiro da sessão somou 26 bilhões de reais.
Na Turquia, o presidente Tayyip Erdogan surpreendeu no fim de semana e demitiu o presidente “hawkish” do banco central turco, Naci Agbal, provocando temores de uma reversão das recentes altas dos juros.
O pregão brasileiro ainda teve de pano de fundo receios de que novas medidas de lockdown na Europa, enquanto o Brasil deve alcançar nos próximos dias 300 mil mortes e 22 milhões de casos desde o começo da pandemia.
Economias, ex-BCs, ex-ministros, empresários e outros nomes conhecidos do mercado financeiro assinaram uma carta publicada na imprensa nesta segunda-feira cobrando do governo aceleração do ritmo de vacinação e outras medidas.
Na visão do analista Régis Chinchila, da Terra Investimentos, o Ibovespa tem uma resistência importante em 116 mil pontos, que se for ultrapassada pode gerar pressão compradora para médio prazo.
Ele também relacionou esse movimento a sinais favoráveis sobre vacinação em massa e evolução das reformas administrativas e tributária. Para Chinchila, o Ibovespa deve chegar a 130 mil pontos até o final do ano.
Destaques
Vale (VALE3) caiu 1,66%, com outras ações de mineração e siderurgia também no vermelho, na esteira do declínio dos futuros do minério de ferro na China diante da chance de mais cortes de produção em Tangshan.
Petrobras (PETR4) recuou 2%, em meio a ajustes após acumular alta nas últimas três semanas, também afetada pela piora da confiança em relação a emergentes, enquanto os preços do petróleo mostravam variações pequenas no exterior.
Embraer (EMBR3) perdeu 7,44%, com receios relacionados à Covid-19 abrindo espaço para correção dos papéis, que até a sexta-feira subiam 18,6% em março.
Azul (AZUL4) e Gol (GOLL4) cederam 6,1% e 3,63%, respectivamente.
Itaú Unibanco (ITUB4) subiu 0,57% e Bradesco (BBDC4) cedeu 0,52%, afastando-se das mínimas de mais cedo, quando o setor contaminado pelo declínio de papéis de bancos no exterior, após as notícias da Turquia.
GPA (PCAR3) avançou 5,05%, após forte valorização na semana passada, com agentes recalculando o potencial de crescimento do grupo após cisão do Assaí, além da chance de oferta de ações da Cnova, na qual detém participação.