Mercados

Ibovespa sofre ajustes e recua na semana após flertar com 131 mil pontos

11 jun 2021, 17:10 - atualizado em 11 jun 2021, 17:53
Ibovespa
Dados sobre atividade econômica acima das expectativas e a melhora da perspectiva fiscal do país apoiaram novos recordes na abertura da semana (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

O Ibovespa (IBOV) fechou em baixa nesta sexta-feira, tendo a primeira perda semanal desde meados de maio, em meio a movimentos de ajustes após renovar máximas históricas.

Dados sobre atividade econômica acima das expectativas e a melhora da perspectiva fiscal do país apoiaram novos recordes na abertura da semana, quando o Ibovespa acumulou a maior série de altas desde 2018 e atingiu 131.190,30 pontos no meio do pregão.

“Após uma alta tão expressiva e em tão poucos dias, temos como normal e esperado uma acumulação (consolidação) do Ibovespa”, afirmou o gestor de Douglas Inéia, da Invexa Capital.

No pano de fundo das negociações, ainda se observa fluxo positivo de capital externo no segmento Bovespa, com as entradas superando as saídas em 9,15 bilhões de reais no mês e em 40,5 bilhões no ano até 8 de junho.

“É um valor bem expressivo e isso sustenta o Ibovespa”, observou o gestor Ubirajara Silva, da Galapagos Capital, frisando a performance positiva do índice no acumulado do ano.

Estrategistas do Bank of America elevaram nessa sexta-feira para “overweight” a exposição a ações brasileiras em seu portfólio para América Latina, citando entre os argumentos melhores perspectivas de crescimento.

O cenário externo também corroborou a correção branda, com a percepção de que dados recentes da inflação dos Estados Unidos – embora acima das projeções do mercado – aparentemente não mudam ainda a política monetária norte-americana.

Ainda assim, todos os holofotes estarão voltados para a reunião do Federal Reserve na próxima semana, em busca de sinais sobre a avaliação do banco central dos EUA acerca dos últimos dados de preços.

A autoridade monetária brasileira também deve ocupar as atenções na quarta-feira, quando se espera mais uma elevação da taxa Selic, de 0,75 ponto percentual, para 4,25% ao ano, em meio a um ambiente de dados mais fortes de inflação no Brasil.

Além das decisões do Fed e do Copom, Silva, da Galapagos Capital, lembrou que a próxima semana terá vencimentos de opções sobre o Ibovespa (quarta-feira) e sobre ações (sexta-feira), “o que promete bastante volatilidade”.

Nesta sexta-feira, o Ibovespa caiu 0,49%, a 129.441,03 pontos, acumulando um declínio de 0,53% na semana. Em junho, porém, ainda avança 2,56%. No ano, sobe 8,76%.

O índice Small Caps recuou 1,11%, a 3.159,30 pontos, com perda de 0,99% na semana. No mês, acumula alta de 1,77% e no ano, de 11,94%.

O volume negociado no pregão nesta sexta-feira somou 20 bilhões de reais.

Destaques do Ibovespa do Acumulado do Mês:

Embraer (EMBR3) avança 21,64%, embalada nessa semana pelo anúncio de que sua empresa de transporte aéreo urbano Eve iniciou discussões para eventual combinação de negócios com empresa de propósito específico listada nos EUA.

E o Bank of America elevou a recomendação dos ADRs da Embraer para “compra”, com o preço-alvo passando de 8 para 20 dólares.

Braskem (BRKM5) sobe 14,44%, tendo renovado máxima intradia, a 61,53 reais no começo da semana. Investidores seguem monitorando desdobramentos sobre venda da participação dos controladores Novonor (ex-Odebrecht) e Petrobras.

Brf (BRFS3) valoriza-se 12,77%, com anúncios de investimentos para ampliar operações em Santa Catarina e no Mato Grosso do Sul, e construir centro de distribuição no Espírito Santo.

Nessa sexta também repercutiu notícia de O Globo de que a JBS estuda um contra-ataque à Marfrig para avançar sobre o controle da BRF.

Eneva (ENEV3)perde 8,4%, em mês marcado por forte correção, após acumular alta de 25,8% em maio na esteira de declarações do BTG Pactual (BPAC11) de que não planeja se desfazer de sua fatia na empresa, por ver potencial de valorização, bem como a crise hidrológica histórica enfrentada pelo Brasil.

B3 (B3SA3) perde 8,04%, em meio a ruídos sobre um eventual novo rival no setor, amplificados na semana passada por relatório do JPMorgan, que especulou sobre a renúncia recente do executivo da XP José Berenguer do conselho de administração da B3 e a potencial criação de uma nova bolsa.

No último dia 8, a Mark 2 Market (M2M) recebeu aval da CVM para atual como depositária de CRA.

Veja o comportamento dos principais índices setoriais na B3 no acumulado do mês:

– Índice financeiro: +2,75%

– Índice de consumo: +1,93%

– Índice de Energia Elétrica: +0,03%

– Índice de materiais básicos: -0,03%

– Índice do setor industrial: +2,92%

– Índice imobiliário: +1,99%

– Índice de utilidade pública: -0,13%

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