Mercados

Ibovespa fecha em alta puxada por Vale e endossada por Wall Street

05 abr 2021, 17:09 - atualizado em 05 abr 2021, 18:09
Vale
O volume financeiro da sessão somou 25,9 bilhões de reais (Imagem: REUTERS/Pilar Olivares)

O Ibovespa (IBOV) subiu 2% nesta segunda-feira e fechou acima dos 117 mil pontos pela primeira vez desde 19 de fevereiro, puxado pela disparada de Vale (VALE3) após anúncio de recompra de ações e endossado por máximas em Wall Street em meio a perspectivas otimistas para a economia norte-americana.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa encerrou em alta de 1,97%, a 117.518,44 pontos. O volume financeiro da sessão somou 25,9 bilhões de reais.

As bolsas em Nova York começaram a semana com novos recordes para o S&P 500 e para o Dow Jones, após dados do mercado de trabalho e do setor de serviços nos Estados Unidos alimentarem expectativas de que o país pode ter em 2021 o melhor crescimento econômico anual em quase quatro décadas.

O Departamento do Trabalho norte-americano divulgou na sexta-feira que foram criados 916 mil postos de trabalho em março, em termos líquidos e fora do setor agrícola, acelerando o ritmo de contratações em relação a fevereiro (468 mil) e superando as expectativas (647 mil vagas).

Nesta segunda-feira, o índice de atividade do setor de serviços divulgado pelo Instituto de Gestão do Fornecimento (ISM, na sigla em inglês) se recuperou para uma leitura de 63,7 no mês passado – máxima histórica da pesquisa e depois de uma marca de 55,3 em fevereiro.

Na visão do chefe de renda variável da Speed Invest, Caio Rodrigues, principalmente os números sobre a criação de vagas de trabalho dos EUA mostraram que aquela economia está bem mais aquecida do que economistas esperavam, o que está sendo visto com “ótimos olhos”.

“O mercado está bem forte lá fora, e isso está puxando também o mercado brasileiro.”

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Destaques

Vale (VALE3) disparou 6,16%, para nova máxima de fechamento de 103,39 reais. O conselho da mineradora aprovou na quinta-feira um programa de recompra de até 270 milhões de ações, que representam até 5,3% do número total em circulação.

E o Ministério Público Federal decidiu arquivar um requerimento do empresário israelense Benjamin Steinmetz, que acusava executivos da empresa de práticas ilícitas ligadas ao projeto minerário de Simandou, na Guiné.

Itaú Unibanco (ITUB4)  e Bradesco (BBDC4)  avançaram 1,29% e 0,92%, respectivamente, beneficiados pelo clima generalizado de maior apetite a risco.

Banco do Brasil (BBAS3) cedeu 0,13%, após renúncia de membros do conselho de administração, incluindo o presidente do colegiado.

O presidente Jair Bolsonaro nomeou na semana passada Fausto de Andrade Ribeiro como novo presidente do BB.

Petrobras (PETR4) fechou com acréscimo de 0,63%, em sessão marcada por queda dos preços do petróleo no exterior, com o Brent caindo mais de 4%.

A companhia anunciou nesta segunda-feira que os seus preços para venda de gás natural a distribuidoras terão salto de 39% a partir de 1° de maio, quando aplicará reajuste trimestral previsto em contrato.

Yduqs (YDUQ3) e Cogna (COGN3) subiram 8,67% e 5,99%, respectivamente, encontrando suportes no clima mais favorável na bolsa, além de expectativas ligadas à vacinação no país. Os papéis acumulam queda de cerca de 12% no ano, contra declínio ao redor de 1% do Ibovespa.

A expectativa de reabertura da economia tem beneficiado papéis, assim como CVC, que encerrou com alta de 5,4%.

Cemig (CMIG4) caiu 2,04%, em meio a ajustes, após subir quase 9% em março, na esteira de resultado trimestral e anúncio de que espera concluir a venda de sua participação na transmissora de energia elétrica Taesa ainda neste ano.

A elétrica estatal estimou avaliou na semana passada que o resultado de 2021 deve ser apoiado por acordo fechado com o governo ano passado sobre o chamado “risco hidrológico”.

Qualicorp (QUAL3) cedeu 1,28%, terceiro pregão seguido de perda após divulgação do resultado trimestral conhecido na semana passada, que mostrou queda em receitas, desempenho operacional e margens.