Ibovespa fecha em alta, mas perde fôlego no final após superar 113 mil pontos
O Ibovespa (IBOV) renovou máximas desde fevereiro nesta quinta-feira, ultrapassando os 113 mil pontos no melhor momento, ainda embalado pelo noticiário auspicioso sobre vacinas para Covid-19, com papéis como Embraer (EMBR3) e Gol (GOLL4) capitaneando as altas.
O enfraquecimento em Wall Street, contudo, contaminou o pregão brasileiro no final da sessão.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa fechou em alta de 0,37%, a 112.291,59 pontos, tendo chegado a 113.377,33 pontos na máxima do dia, caminhando para novo ganho semanal, com acréscimo de 1,7% até o momento.
O volume financeiro nesta quinta-feira 34 bilhões de reais.
Um dia após o Reino Unido autorizar o uso da vacina Pfizer/BioNTech contra o coronavírus, o que voltou as atenções para EUA e União Europeia, autoridade da OMS afirmou que o potencial das vacinas é “fenomenal” e “pode virar o jogo”.
Nos Estados Unidos, as apostas positivas sobre o processo de vacinação e perspectivas de mais estímulos econômicos ajudaram o S&P 500 a renovar recorde intradia, embora tenha reduzido o fôlego e fechado em baixa de 0,06%.
Ele ponderou, contudo, que há desafios, entre eles o quadro fiscal do país, e que não está claro se o governo será capaz de avançar em seu programa de reformas econômicas estruturais, que ajudou a bolsa desde a eleição de Jair Bolsonaro em 2018.
Tal resultado, contudo, ficou aquém das expectativas e muitos economistas veem uma desaceleração no último trimestre do ano, dado o cenário de desemprego no país ainda elevado, menos estímulo e aumento de casos de coronavírus em alguns Estados.
Em comentário a clientes mais cedo, o BTG Pactual (BPAC11) afirmou que o mercado pode contrabalançar momentos de estabilização com volatilidade nas próximas semanas.
E apesar das perspectivas animadoras para a economia global, nota da área de gestão de recursos do banco disse que estrategicamente seria interessante colocar um pouco do lucro da renda variável no bolso, o que definiu como “redução técnica”.
Em novembro, o Ibovespa acumulou alta de 15,9%, no melhor resultado para o mês desde 1999, com alguns papéis mostrando ganhos bem superiores, entre eles os de empresas aéreas, entre as mais prejudicadas pela pandemia.
Destaques
Embraer (EMBR3) disparou 11,05%, na esteira das perspectivas para o setor aéreo, em particular novas tendências após a pandemia que podem beneficiar a fabricante de aviões, como a busca por aeronaves menores e de consumo mais eficiente de combustível.
No ano, porém, a ação ainda recua mais de 50%, também reflexo do fracasso do acordo com a Boeing (BA).
CVC Brasil (CVCB3) avançou 7,55%, dando continuidade à recuperação de novembro, assim como os papéis de aéreas, com Gol (GOLL4) em alta de 8,79% e Azul (AZUL4) valorizando-se 4,34%.
Em 2020, essas ações ainda contabilizam quedas ao redor de 50%, 26% e 27%, respectivamente.
Petrobras (PETR4) valorizou-se 2,82%, com o Brent atingindo maior nível desde março após acordo de oferta da Opep+.
Além disso, a petrolífera recebeu propostas vinculantes para quatro refinarias, enquanto avança com programa de desinvestimentos.
Suzano (SUZB3) caiu 4,76%, mais uma vez entre as maiores perdas, após bater cotação recorde intradia na segunda-feira, acima de 58 reais.
A Votorantim vendeu na quarta-feira 25 milhões de ações da fabricante de papel e celulose.
No setor, Klabin (KLBN11) recuou 3,22%.
Itaú Unibanco (ITUB4) cedeu 0,07%, mesmo após levantar pelo menos 956 milhões de dólares com a venda de fatia de 4,4% na XP (XP) em oferta de ações da plataforma de investimentos, a 39 dólares por ação. . XP, que também vendeu papéis no follow-on, fechou em baixa de 4,7%.
Vale (VALE3) recuou 1,1%, em sessão na qual o sinal negativo prevaleceu no setor de mineração e siderurgia na bolsa, com destaque para USsiminas (USIM5), que caiu 5,14%.