Ibovespa fecha em alta, mas Nova York reduz ímpeto
O Ibovespa (IBOV) fechou em alta nesta segunda-feira, com B3 (B3SA3) entre os principais suportes e reagindo a declarações mais positivas sobre o cenário fiscal no país, movimento parcialmente contido pela influência negativa de Wall Street.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa teve elevação de 0,35%, a 98.657,65 pontos, após ter registrado 99.917,22 pontos na máxima da sessão.
O volume financeiro somou 36,5 bilhões de reais, ampliado pelo vencimento de opções sobre ações, que movimentou 10,379 bilhões de reais.
Em Nova York, o S&P 500 (SPX) caiu 1,6%, diante da ausência de novidades efetivas sobre novos estímulos fiscais nos Estados Unidos, antes da eleição presidencial em 3 de novembro.
Para o analista Rafael Ribeiro, da Clear Corretora, o Ibovespa devolveu boa parte dos ganhos com a piora em Wall St dada a resistência dos políticos nos EUA em aprovar um novo pacote antes das eleições.
Ele avaliou que a desaceleração do Ibovespa só não foi mais forte devido a sinalizações importantes sobre a responsabilidade fiscal pelo governo brasileiro.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, reforçou que o time econômico conta com o apoio do presidente Jair Bolsonaro para manutenção do teto de gastos, enquanto presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que a possibilidade de extensão do estado de calamidade pública “não existe”.
“Sem dúvida esse tipo de sinalização em prol ao compromisso fiscal é positiva, mas isso é esperado pelo mercado, ou seja, não há upside adicional nesse sentido”, afirmou.
“O que irá destravar o mercado e finalmente levar o rompimento das últimas máximas serão medidas concretas para o avanço da agenda de reformas e isso deve acontecer após o período de eleições”, acrescentou Ribeiro.
Na mesma direção, Bolsonaro também afirmou que não tem como manter o pagamento do auxílio emergencial por um período maior devido ao endividamento do país, enquanto o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, alertou sobre os efeitos das incertezas fiscais nos investimentos.
“Parece que o time todo se uniu em busca de uma melhora das condições financeiras no mercado, que vêm sendo afetadas por preocupações com o endividamento do país’, reforçou o diretor de investimentos da Reach Capital, Ricardo Campos.
Destaques
B3 (B3SA3) valorizou-se 3,31%, em meio à repercussão positiva sobre dados operacionais de setembro, quando o número de investidores ativos na bolsa superou 3 milhões.
Cielo (CIEL3) avançou 6,74%, encerrando uma sequência de cinco pregões no vermelho, período em que acumulou queda de mais de 6% e atingiu o menor preço desde maio.
BrMalls (BRML3) subiu 5,43%, após revelar estudos preliminares com a plataforma de shopping centers Ancar Ivanhoe para combinação parcial de portfólios.
Itaú Unibanco (ITUB4) e Bradesco (BBDC4) avançaram 1,08% e 1,38%, respectivamente.
PETROBRAS (PETR4) fechou em alta de 0,98%, reagindo após semana negativa, em que acumulou declínio de mais de 2%. PETROBRAS (PETR3) subiu 1,09%.
Azul (AZUL4) e Gol (GOLL4) subiram 4,04% e 4,51%, respectivamente, em meio às expectativas mais positivas sobre vacinas contra o coronavírus.
Vale (VALE3) caiu 0,47%, após ter chegado a subir no começo da sessão, com dados de produção previstos para depois do fechamento do mercado.
Jbs (JBSS3) recuou 4,57%, após acumular alta de mais de 20% na última semana, apoiada em expectativas sobre uma aguardada listagem de suas operações norte-americanas nos EUA.
C&A (CEAB3), fora do Ibovespa, disparou 7,27% após notícia de que os controladores avaliam vender sua posição na operação da varejista de moda no país.
Grupo Mateus (GMAT3) recuou 4,09%, ampliando a queda dos papéis desde a estreia na bolsa paulista na semana passada, em meio a ruídos sobre falhas em controles internos.