Ibovespa fecha em alta e caminha para 1º ganho mensal no ano
O Ibovespa (IBOV) fechou em alta nesta terça-feira, batendo nos 117 mil pontos no melhor momento, em meio a perspectivas melhores para a reabertura da economia, apesar do quadro ainda grave da pandemia de Covid-19 no país, bem como avaliações de que as recentes mudanças em Brasília tendem a melhorar a articulação política.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 1,18%, para 116.778,47 pontos, máxima desde 19 de fevereiro, segundo dados preliminares, caminhando para a primeira alta mensal no ano, de cerca de 6% em março até o momento.
No mês passado, caiu 4,37%. Em janeiro, recuou 3,32%.
O volume financeiro da sessão somou 28,2 bilhões de reais, de novo abaixo da média diária do mês, de 37,6 bilhões de reais.
Para o responsável pela mesa de negociação de ações da Western Asset, parte do desempenho do Ibovespa na sessão pode ser atribuída à percepção de que o ritmo de vacinação da população tem ganhado corpo, o que explica o forte desempenho de papéis de aéreas, shopping centers, entre outros.
Nesse contexto, também ajudaram as declarações do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, de que a economia brasileira deve experimentar uma reabertura mais rápida com a vacinação de grande parte dos grupos de risco em dois ou três meses.
“Parece ser uma tentativa do Executivo de se aproximar mais do Legislativo… O mercado está lendo como uma coisa boa, que talvez traga algum alívio na pressão política”, disse o diretor de investimentos da BS2 Asset, Mauro Orefice, ressalvando que ainda há incerteza sobre a motivações do movimento.
Endossando a premissa, o sócio da Monte Bravo Investimentos Rodrigo Franchini afirmou que a ideia do mercado é que a reforma reforçará a base do governo no Congresso, uma vez que o governo não tinha apoio para aprovações das reformas estruturais.
O dia também trouxe dados acima do esperado de criação de empregos formais no Brasil em fevereiro com a abertura de 401.639 vagas, enquanto o déficit fiscal do governo central, composto por Tesouro Nacional, Banco Central e Previdência Social, foi menor do que o esperado.
Destaques
Embraer (EMBR3) disparou 9,3%, com papéis de setores relacionados a viagens entre as maiores altas.
Gol (GOLL4) avançou 8,56% e Azul (AZUL4) fechou com acréscimo de 6,94%. No mesmo grupo duramente afetado pela pandemia de Covid-19, CVC BRASIL (CVCB3) subiu 5,57%.
Eztec (EZTC3) avançou 6,48%, em dia de reação do setor imobiliário, com algum alívio na curva de juros.
E o JPMorgan elevou a recomendação da ação a “overweight” e afirmou que permanece otimista com as construtoras, apesar da falta de gatilhos no curto prazo.
Lojas Renner (LREN3) subiu 5,86%, também na esteira do sentimento melhor em relação à reabertura da economia, o que ajudou a puxar o índice de consumo, que fechou em alta de 2,25%.
Da mesma forma, shopping centers tiveram altas relevantes, Multiplan (MULT3) avançando 5,61%.
Suzano (SUZB3) recuou 3,31%, refletindo rotação de setores e tendo de pano de fundo a trégua na valorização do dólar ante o real.
No setor de papel e celulose, Klabin (KLBN11) caiu 1,08%.
Banco do Brasil (BBAS3) avançou 3,09%, puxando o desempenho dos grandes bancos.
Bradesco (BBDC4) valorizou-se 1,67% e Itaú Unibanco (ITUB4) fechou em alta de 1,64%.
BTG Pactual (BPAC11) teve incremento de 5,82%.
Vale (VALE3) fechou em baixa de 0,93%, em sessão de ajustes, após subir quase 6% nos últimos dois pregões.
Petrobras (PETR4) terminou estável e Petrobras (PETR3) recuou 0,3%, em sessão de queda dos preços do petróleo no exterior, com o Brent fechando em baixa de 1,29%, a 64,14 dólares o barril.