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Ibovespa reage e retorna aos 112 mil pontos após Fed e alívio com China

22 set 2021, 17:17 - atualizado em 22 set 2021, 18:07
Ibovespa
 O volume de negócios da sessão totalizou 36 bilhões de reais (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

O principal índice de ações brasileiras recuperou o patamar de 112 mil pontos nesta quarta-feira, refletindo alívio do mercado com medidas do governo chinês para evitar pânico no setor imobiliário e após a autoridade monetária dos Estados Unidos indicar redução gradual de estímulos à economia, em linha com o esperado.

Impulsionado sobretudo pelos setores de metais e financeiro, o Ibovespa (IBOV) subiu 1,84%, aos 112.282,28 pontos. O volume de negócios da sessão totalizou 36 bilhões de reais.

O índice subiu desde a abertura, após a incorporadora chinesa Evergrande fechar acordo com credores para evitar um calote, enquanto o governo da China agiu dando liquidez ao mercado e preparando um plano para estatizar o negócio.

Isso elevou os preços das commodities metálicas, aliviando ações de empresas brasileiras ligadas a metais, como Vale, além das siderúrgicas Usiminas e CSN.

Os ganhos do Ibovespa foram consolidados à tarde após o Federal Reserve manter o juro básico dos EUA entre zero e 0,25% ao ano, indicando que uma alta da taxa deve começar em 2022.

A autoridade também sinalizou que deve reduzir suas compras mensais de títulos “em breve”. Os principais índices de Wall Street reagiram com alta.

Segundo profissionais do mercado, a espera pelo anúncio do novo juro básico no Brasil, que o Banco Central deve anunciar após o fechamento do mercado  uma alta de 1 ponto percentual, para 6,25% ao ano, segundo o consenso do mercado – pode ajudar a dar direção ao índice na quinta-feira.

Segundo Alvaro Bandeira, economista-chefe do banco digital Modalmais, se o índice se sustentar acima de 111 mil pontos, pode abrir espaço para retornar para a faixa de 115 mil.

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Destaques

Vale (VALE3) disparou 3,55%, com as cotações do minério de ferro reagindo diante do alívio com o caso Evergrande e seus possíveis desdobramentos para o setor imobiliário chinês e, claro, das exportações da companhia para aquele mercado. Assim, o corte do preço alvo do ADR da companhia pelo Bank of America e pela Jefferies ficou em segundo plano.

Pelo mesmo caminho foram as siderúrgicas, com Usiminas (USIM5) avançando 8,7%, Gerdau (GGBR4) acelerando 5,84%, e Csn (CSNA3) fechando com ganho de 1,95%.

Azul (AZUL4) teve acréscimo de 8,19%, liderando os ganhos do setor aéreo, em meio a repetidos sinais de recuperação do segmento, além de planos de expansão para mobilidade urbana nos próximos anos.

Gol (GOLL4) cresceu 5,77% e Embraer (EMBR3) foi elevada em 5,39%.

Cielo (CIEL3) puxou a fila do setor financeiro, subindo 7,79%, seguida por B3 (B3SA3), com avanço de 5,17%. Itaú Unibanco (ITUB4) teve incremento de 2,32% e Bradesco (BBDC4) foi valorizado em 1,48%.

Petrobras (PETR4) teve apreciação de 2,54%, por sua vez refletindo o aumento da cotação do barril do petróleo. Petrorio (PRIO3) ganhou 7,48%.

Hapvida (HAPV3) foi na contramão, caindo 3,89%, após senadores que compõem a CPI da Covid terem ameaçado chamar executivos da companhia para depor.

O setor de saúde foi junto ladeira abaixo, com Notre Dame Intermédica (GNDI3) em baixa de 3,88%, enquanto Qualicorp (QUAL3) caiu 1,6% e REDE D’OR (RDOR3) recuou 0,69%.

VIA (VIIA3) caiu 2,39%, devolvendo parte da escalada na véspera quando anunciou que atingiu mais de 100 mil vendedores terceiros em sua plataforma em agosto.

Mas boa parte do setor ligado a consumo doméstico também teve um dia negativo, com Magazine Luiza (MGLU3) em baixa de 0,31% e Americanas (AMER3) fechando em queda de 0,95%.