Ibovespa fecha em alta com Wall Street e avanço do petróleo; IRB salta 8%
O Ibovespa (IBOV) fechou em alta nesta quarta-feira, favorecido pela trajetória positiva em Wall Street e avanço dos preços do petróleo, com as ações do IRB Brasil RE (IRBR3) capitaneando os ganhos após a resseguradora reportar lucro líquido em maio.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 0,42%, a 125.929,25 pontos, tendo ultrapassado os 126 mil pontos no melhor momento. O volume financeiro no pregão somou 24,5 bilhões de reais.
Em Nova York, o S&P 500 avançou 0,82%, com balanços e previsões de empresas devolvendo o ânimo sobre a recuperação da maior economia do mundo.
Na visão do presidente da Apollo Investimentos, João Guilherme Penteado, porém, os riscos fiscais e políticos têm pesado no Ibovespa desde meados de junho, afetando a correlação com o mercado norte-americano.
Análise técnica da Ágora Investimentos afirma que, para se acreditar na retomada do viés positivo do Ibovespa no curto prazo, ele precisaria vencer a reta de resistência traçada a partir de topo histórico que passa na região dos 128.500 pontos.
A cena corporativa brasileira também repercutiu no pregão nesta quarta-feira e tende a ocupar ainda mais os holofotes nas próximas semanas, conforme ganha fôlego a temporada de balanços do segundo trimestre.
Penteado lembra que os números surpreenderam positivamente nos últimos resultados e há uma expectativa de manutenção do bom momento com a retomada gradual da economia, o que pode servir como um “alento” e ajudar a reduzir incertezas neste momento.
Entre elas, está a evolução da variante Delta da Covid no Brasil e seus impactos econômicos de curto prazo enquanto o país avança na vacinação e caminha para a volta à normalidade. “O cenário de curto prazo ainda é bastante incerto.”
Destaques
IRB Brasil (IRBR3) fechou em alta de 8,5%, após dados mostrando lucro líquido de 7,5 milhões de reais em maio, revertendo prejuízo de 202,1 milhões de reais verificado um ano antes.
Embraer (EMBR3) subiu 3%, em meio a dados do segundo trimestre, com alta de 12% na carteira de pedidos firmes, para 15,9 bilhões de dólares, retornando a níveis pré-pandemia.
Braskem (BRKM5) avançou 4,59%, tendo de pano de fundo expectativas relacionadas à venda da participação do conglomerado Novonor (ex-Odebrecht) na petroquímica.
Petrobras (PETR4) valorizou-se 1,39%, beneficiada pela forte alta dos preços do petróleo no mercado externo, onde o Brent saltou mais de 4%.
Vale (VALE3) subiu 1,15%, mesmo com a queda dos preços futuros do minério de ferro na China, com o setor de mineração e siderurgia como um todo no azul, com destaque para Usiminas (USIM5), que avançou 2,5%.
Itaú Unibanco (ITUB4) registrou acréscimo de 0,41%, reforçando o sinal positivo do Ibovespa, enquanto Bradesco (BBDC4) fechou quase estável.
O destaque entre os bancos do Ibovespa foi Banco Inter (BIDI11), com alta de 2,5%.
Fleury (FLRY3) recuou 2,87%, em meio a expectativas de resultados ainda fracos do setor de saúde no segundo trimestre, em razão dos efeitos da segunda onda de Covid-19.
Cogna (COGN3) e Yduqs (YDUQ3) perderam 2,46% e 1,62%, respectivamente, dada a perspectiva de números fracos para o setor no segundo trimestre, particularmente uma dinâmica ainda difícil no segmento presencial e provisões em níveis altos
Desktop (DESK3) avançou 3,19%, para 24,25 reais, em estreia na B3, após a provedora de internet por fibra óptica precificar IPO a 23,50 reais no começo da semana.
Na máxima do dia, a ação chegou a 25,90 reais.
Vtex saltou 16,74% em estreia em Nova York, após precificar IPO a 19 dólares por ação, acima da faixa estimada, de 15 a 17 dólares, levantando 361 milhões e assegurando um valor de mercado de 4,7 bilhões de dólares.
Renova Energia (RENW11) disparou 7,42%, após o Mubadala, de Abu Dhabi, conquistar o direito de igualar a oferta de quaisquer outros interessados em alguns ativos da companhia, que está em recuperação judicial.