Ibovespa caminha para 1ª semana positiva em um mês após PEC
O Ibovespa (IBOV) fechou em alta nesta quinta-feira, após o texto da PEC Emergencial aprovado no Senado corroborar algum alívio nos receios fiscais, mas sem conseguir se manter acima dos 114 mil pontos com a forte correção negativa em Wall St.
Investidores também repercutiram notícias corporativas, como a divulgação pela Rumo (RAIL3) de previsões para 2021/2025 sugerindo forte crescimento no horizonte, que fez as ações do braço de logística do grupo Cosan saltarem mais 7%.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 1,35%, a 112.690,17 pontos. Na máxima do pregão, chegou a 114.433,38 pontos. O volume financeiro somou 47,9 bilhões de reais.
Na semana, o Ibovespa acumula alta de 2,4%, que se confirmada na sexta-feira será a primeira performance semanal positiva em um mês.
A PEC também estabelece os chamados gatilhos fiscais, a serem acionados quando a despesa obrigatória ultrapassar 95% da despesa primária total. Apesar de não favorecer ajuste, os piores cenários foram descartados.
Na visão do analista do Safra Cauê Pinheiro, a proposta aprovada foi positiva por não tirar o Bolsa Família do teto de gatos e definir um limite para o auxílio emergencial, embora não tenha apresentado contrapartida para o aumento de gastos.
Embora Jerome Powell tenha dito que a alta nos yields dos títulos do Tesouro dos EUA foi “notável”, ele não o considerou um movimento “desordenado” ou que tenha empurrado as taxas de longo prazo a níveis tão altos a ponto do Fed ter de intervir.
O titular do BC norte-americano ainda reiterou a promessa de manter o crédito livre e fluindo até que os norte-americanos voltem ao trabalho.
A bolsa paulista fechou com investidores à espera de uma série de resultados corporativos, incluindo B3, Lojas Americanas, B2W, Natura&Co, CCR, Iguatemi e MRV.
Destaques
Bradesco (BBDC4) avançou 3,87% e Itaú Unibanco (ITUB4) subiu 3,14%, respondendo por relevante suporte ao Ibovespa.
Banco do Brasil (BBAS3) valorizou-se 3,62% e Santander Brasil (SANB11) fechou em alta de 2,89%.
Petrobras (PETR4) subiu 4,86%, experimentando uma trégua na pressão vendedora, com endosso da alta expressiva do preço do petróleo no exterior. Até a véspera, o papel acumulava queda de 4,7% apenas nesta semana. Petrobras (PETR3) avançou 4,29%.
Rumo (RAIL3) valorizou-se 7,36%, após estimar volume transportado entre 72 bilhões e 76 bilhões de toneladas por quilômetro útil (TKU) e de 99 bilhões a 109 bilhões em 2025.
Na esteira, Cosan (CSNA3) subiu 8,68%.
Cia Hering ON saltou 8,62%, apesar da queda no lucro do último trimestre de 2020, enquanto as vendas mesmas lojas subiram 1%. A reação veio após a ação cair 13,7% em fevereiro, com março negativo em 1,1% até a véspera.
Ultrapar (UGPA3) fechou com acréscimo de 6,2%, em sessão de ajustes, após seis pregões consecutivos de queda, tendo acumulado no período declínio de 14,8%.
BR Distribuidora (BRDT3) avançou 6,79%.
Vale (VALE3) caiu 1,48%, sofrendo realização de lucros após ganhos fortes no começo da semana, alinhada a outras mineradoras no exterior. Até a véspera, Vale subia mais de 6% na semana. No ano, a alta era de 14,75%.
Taesa (TAEE11) valorizou-se 6,02%, após lucro de 829 milhões de reais no quarto trimestre, um salto de 194,7% ano a ano, ajudada pela disparada do IGP-M, aquisições e conclusão de projetos, além de anúncio de dividendo adicional.
Gol(GOLL4) cedeu 5,02%, com dados de tráfego mostrando queda na demanda em fevereiro.
Azul (AZUL4) recuou 0,16%, após reduzir prejuízo trimestral, mas diante de desafios com a nova onda de Covid-19 no país.