Ibovespa fecha em alta com exterior após sessão instável
O Ibovespa subiu nesta terça-feira, encontrando respaldo em Wall Street, mas com volume abaixo da média diária no ano, em dia sem novidades relevantes positivas para fundamentar ganhos maiores.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa teve acréscimo de 0,31%, a 97.293,54 pontos, tendo alcançado 97.684,16 pontos na máxima da sessão e 96.390,28 pontos no pior momento.
O volume financeiro somou 20,1 bilhões de reais, abaixo da média diária em 2020, de 29,26 bilhões de reais.
A recuperação ocorreu após o Ibovespa (IBOV) fechar na mínima desde julho na segunda-feira. Em setembro, o desempenho está negativo em 2%.
“O Ibovespa teve um pregão bastante instável”, afirmou o analista Régis Chinchila, da Terra Investimentos, destacando entre outros fatores trechos de comentários de autoridades do banco central dos Estados Unidos.
No Congresso, o chair do Federal Reserve, Jerome Powell, afirmou que o caminho para a recuperação da maior economia do mundo permanece incerto, apesar da “melhora acentuada” desde que a pandemia do coronavírus provocou uma recessão nos EUA.
Em paralelo, o presidente do Fed de Chicago, Charles Evans, afirmou que a economia dos EUA corre risco de enfrentar uma recuperação mais longa e lenta, se não outra recessão total, caso o Congresso não aprove um novo pacote fiscal.
No Congresso norte-americano, continua o impasse entre democratas e republicanos sobre novos programas de ajuda, com expectativas cada vez menores de ação sobre qualquer projeto de lei antes da eleição presidencial.
Em Wall Street, o S&P 500 (SPX) fechou em alta de 1,05%, apoiado particularmente pelo avanço das ações da Amazon.com.
Na cena brasileira, o Banco Central reiterou na ata do Copom que as condições para sua sinalização de que a taxa Selic não deve subir seguem de pé.
Do ponto de vista gráfico, o analista Fernando Góes, da Clear Corretora, nota que o Ibovespa segue sem definição, mesmo com o resultado da véspera no qual a bolsa perdeu o suporte de 97 mil pontos.
“Indicadores técnicos ainda mostram um movimento mais propenso de compra do que de venda, por isso estamos vendo uma falta de velocidade nesta queda. Ainda estamos vendo os setores intercalando altas e quedas e o mercado lateralizado”, afirmou.
Destaques
Irb Brasil RE (IRBR3) valorizou-se 6,28%, após renovar mínimas históricas nas últimos pregões, ainda afetado por ajustes de posições por investidores após uma série de adversidades envolvendo a resseguradora desde o começo do ano.
Mrv (MRVE3) avançou 3,73% e Cyrela (CYRE3) subiu 3,16%, em sessão positiva para construtoras e incorporadoras, com o índice do setor fechando em alta de 0,89%.
Csn (CSNA3) subiu 3,39%, com a trégua no cenário externo abrindo espaço para a alta, após a companhia anunciar IPO de sua unidade de mineração e divulgar projeções melhores sobre dívida e Ebitda neste ano.
B2W (BTOW3) caiu 3,80%, após forte valorização na véspera, enquanto as rivais Via varejo (VVAR3) e Magazine Luiza (MGLU3) avançaram 0,74% e 0,89%, respectivamente.
Suzano (SUZB3) recuou 2,39%, tendo de pano de fundo expectativas relacionadas à oferta de ações da fabricante de papel e celulose em poder da BNDESPar, anunciada na última sexta-feira. Klabin (KLBN11) cedeu 1,82%.
Itaú Unibanco (ITUB4) valorizou-se 0,87%, com todos os papéis de bancos no índice fechando no azul.
Bradesco (BBDC4) avançou 0,61%.
Vale (VALE3) teve acréscimo de 0,12%, mesmo em dia de queda dos futuros do minério de ferro na China.
Petrobras (PETR4) caiu 0,48%, enquanto Petrobras (PETR3) terminou com variação negativa de 0,05%, em sessão de alta das cotações do petróleo no exterior, bem como anúncio de aumento do preço da gasolina pela companhia.