Ibovespa tem semana negativa com receios sobre PIB e riscos político-fiscais no Brasil
O Ibovespa (IBOV) fechou em alta nesta sexta-feira, no segundo dia seguido de trégua, mas teve performance negativa na semana, em meio a receios com um eventual começo da redução de estímulos monetários nos Estados Unidos e a retomada econômica mundial.
O cenário político brasileiro também pesou, com agentes financeiros cada vez mais aflitos com o risco de interesses eleitorais prevalecerem sobre a racionalidade econômica, com efeitos principalmente no desempenho fiscal.
Apesar de o mercado ter estado mais calmo nesta sexta-feira em relação aos últimos dias, a avaliação do economista da VLG Investimentos, Leonardo Milane, é de que permanece no ar a apreensão com “toda essa lambança política com impacto fiscal”.
No cenário corporativo, terminada a temporada de balanços, analistas avaliaram positivamente de modo geral os números do segundo trimestre, com a maioria das companhias avaliadas trazendo resultados em linha ou acima das expectativas.
Nesta sessão, o Ibovespa subiu 0,76%, a 118.052,77 pontos, mas acumulou perda de 2,59% na semana. Em agosto, contabiliza perda de 3,08% No ano, a queda agora é de 0,81%.
O índice Small Caps avançou 1,58%, a 2.834,50 pontos, mas com recuo de 1,17% na semana. No mês, perde 4,32%, mas em 2021 ainda tem acréscimo de 0,43%.
O giro financeiro na bolsa somou 30,6 bilhões de reais nesta sexta, dia de vencimento dos contratos de opções sobre ações.
Destaques do Ibovespa do Acumulado do Mês:
CPFL Energia (CPFE3) sobe 10,78%, ainda embalada pelo salto de 143,6% no lucro do segundo trimestre, para 1,126 bilhão de reais, em meio à retomada no consumo de eletricidade no país.
O índice do setor elétrico na B3 tem até agora a melhor performance entre os índices setoriais da bolsa em agosto.
Copel (CPLE5) avança 9,64%, tendo de pano de fundo anúncio de novo Programa de Demissão Incentivada com a venda da Copel Telecom, negócio que estimou que terá um positivo de cerca de 1,2 bilhão de reais no terceiro trimestre.
A elétrica do Paraná também disse que o governo do Estado quitou o saldo da Conta de Resultados a Compensar, de 1,4 bilhão de reais. Ainda no radar está a privatização de sua unidade de gás Compagas.
Lojas Americanas (LAME3) perde 21,16%, ainda sofrendo com ajustes no valor do papel após a combinação de parte de ativos com a B2W, que resultou na Americanas.
Nos últimos pregões, a divulgação do balanço do segundo trimestre, bem como ruídos e anúncio de aquisição pela Americanas, previsão de sinergias com a fusão e programa de recompra de ações.
Americanas (AMER3) mostra declínio de 16,62%.
Qualicorp (QUAL3) recua 20,08%, ainda na esteira da queda do lucro do segundo trimestre, com piora em margens, enquanto o crescimento da receita líquida veio às custas de maiores despesas com itens como marketing.
A companhia também anunciou recentemente a aquisição de 100% do capital do Grupo Elo por 129,5 milhões de reais.
Veja o comportamento dos principais índices setoriais na B3 no acumulado do mês:
– Índice financeiro: -4,04%
– Índice de consumo: -0,63%
– Índice de Energia Elétrica: +2,71%
– Índice de materiais básicos: -6,89%
– Índice do setor industrial: -1,11%
– Índice imobiliário: -8,25%
– Índice de utilidade pública: +2,43%