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Ibovespa engata mais uma alta, supera os 132 mil pontos e atinge maior nível desde janeiro; dólar cai a R$ 5,44

13 ago 2024, 17:17 - atualizado em 13 ago 2024, 17:43
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A bolsa brasileira superou os 131 mil pontos com apoio de Petrobras (PETR4) e bancos (Imagem: Canva Pro)

O Ibovespa (IBOV) fechou em alta pela sexta vez consecutiva e se aproxima do maior nível do índice na história — registrado no final do ano passado. 

O principal índice da bolsa brasileira fechou com alta de 0,98%, aos 132.397,97 pontos. Esse é o maior patamar desde janeiro.

O dólar à vista (USBRL) terminou a sessão a R$ 5,4495 (-0,85%). 

No cenário doméstico, as declarações do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disputaram mais uma vez a atenção dos investidores, que também reagiram aos balanços corporativos na reta final da temporada de resultados do segundo trimestre.

Campos Neto disse que as taxas de juros no Brasil são altas, mas “o que estamos mostrando é que, ao longo do tempo, estamos sendo capazes de trabalhar com taxas de juros mais baixas”. “Não é possível afirmar que a gente tem uma taxa de juros exorbitante.” 

Ele ainda disse que o BC discute a possibilidade de fazer intervenções no câmbio em momentos de estresse no mercado, mas não atuou no período recente porque entendeu que não havia disfuncionalidade que justificasse esse tipo de ação, ao comentar sobre a alta recente do dólar.

O presidente do BC reafirmou o que foi dito pelo diretor de Política Monetária, Gabriel Galípolo, na véspera.

Em segundo plano, o volume de serviços prestados avançou 1,70% em junho ante maio, na séria com ajuste sazonal, segundo os dados da Pesquisa Mensal de Serviços do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Já o acumulado dos últimos 12 meses, o setor avança 1,0% em junho.

Segundo o IBGE, setor de serviços se encontra 14,3% acima do nível de fevereiro de 2020 (pré-pandemia) e atingiu o maior patamar da história, 0,5% acima do antigo patamar recorde, de dezembro de 2022.

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Altas e quedas do Ibovespa

Entre os ativos, Aeris (AERI3) disparou mais de 21% durante o pregão, em um movimento contínuo de valorização desde a divulgação do balanço do segundo trimestre, divulgado no último dia 07. Viveo (VVEO3), por outro lado, chegou a cair quase 25% em reação aos resultados.

Na ponta positiva do Ibovespa, CSN Mineração (CMIN3) ignorou o desempenho fraco do minério de ferro e liderou os ganhos do índice. A companhia reportou lucro líquido de R$ 1,507 bilhão no segundo trimestre, o que representa uma alta e 170,2% em relação ao 1T24, segundo o balanço divulgado ao mercado na segunda-feira (12).

O lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado foi de R$ 1,618 bilhão no 2T24, com margem Ebitda ajustada de 48,7%, um aumento de 8,6 pontos percentuais na comparação com o trimestre anterior.

Na avaliação do Itaú BBA, a performance da empresa foi superior as estimativas do banco, principalmente pelo desempenho de custos melhor do que o esperado — que mais de compensou uma receita mais fraca.

Azul (AZUL4) reduziu as perdas da véspera, em meio a queda de 2% do petróleo e a desvalorização do dólar ante o real.

Já a ponta negativa foi liderada por Natura (NTCO3), que registrou prejuízo líquido de R$ 858,9 milhões no segundo trimestre, 17,4% maior do que o registrada no mesmo período do ano passado.

Além disso, a sua subsidiária não operacional, Avon Products Inc., entrou com pedido de Chapter 11 nos Estados Unidos, um processo similar à recuperação judicial no Brasil.

Entre as blue chips, Vale (VALE3) e Petrobras (PETR4;PETR3) fecharam o dia em queda, na esteira do desempenho das commodities.

Exterior 

Nos Estados Unidos, as bolsas de Wall Street avançaram com novos dados econômicos, que reforçaram as apostas de que o Federal Reserve (Fed) deve cortar os juros em setembro. A aposta pelo corte de 50 pontos-base, que levaria a taxa básica (Fed Funds) ao intervalo de 4,75% a 5,00% ao ano, voltou a ser majoritária.

O índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) avançou 0,1% em julho, na comparação mensal, segundo o Departamento do Trabalho do país. O dado ficou abaixo das estimativas do mercado, que projetava alta de 0,2% no mês. Na base anual, a inflação ao produtor avançou 2,2% em julho, também levemente abaixo do consenso de +2,3%.

O núcleo do PPI, que exclui itens mais voláteis como alimentos e energia, ficou estável em julho ante junho. A expectativa era de alta de 0,2%. Na comparação anual, o índice subiu 2,4%, também menor que o esperado, de 2,6%..

O presidente da unidade do Federal Reserve de Atlanta, Raphael Bostic, disse que dados econômicos recentes o deixaram “mais confiante” de que o banco central norte-americano pode levar a inflação de volta à meta de 2%, mas ele quer ver “um pouco mais de dados” antes de estar pronto para apoiar a redução da taxa de juros.

Na próxima quarta-feira (14), o Índice de Preços ao Consumidor (CPI) de julho deve ser divulgado — e (re)calibrar as expectativas sobre a trajetória dos juros na maior economia do mundo após uma semana volátil.

Embora o CPI não seja o dado de referência do Federal Reserve (Fed, Banco Central norte-americano) para a inflação, o indicador é usado pelo mercado para calibrar as expectativas dos investidores sobre a trajetória dos juros da maior economia do mundo.

Confira o fechamento dos índices de Nova York:

  • S&P 500: +1,68%, aos 5.434,43 pontos;
  • Dow Jones: +1,04%, aos 39.765,64 pontos;
  • Nasdaq: +2,43%, aos 17.187,61 pontos.
Jornalista formada pela PUC-SP. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
Jornalista formada pela PUC-SP. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.