Mercados

Os fatores que levaram o Ibovespa a derreter nesta sexta-feira

10 mar 2023, 18:06 - atualizado em 10 mar 2023, 19:59
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Índice encerrou a semana, marcada por forte volatilidade, em queda de 0,33% (Imagem: Patricia Monteiro/Bloomberg)

O Ibovespa teve forte queda de 1,38%, a 103.618 pontos, na sessão desta sexta-feira (10). Com isso, o índice encerrou a semana, marcada por forte volatilidade, em queda de 0,33%.

Pesaram para o tombo uma série de fatores, que vão desde o ambiente externo, com Wall Street derretendo, até problemas domésticos, como índice de inflação e safra de resultados.

Veja a seguir os principais pontos que levaram o índice a desabar.

1. Inflação aqui e lá

Nos Estados Unidos, investidores repercutem os dados de criação de emprego. O país criou 311 mil vagas em fevereiro.

Os dados do payroll de janeiro foram revisados para baixo, mostrando a criação de 504 mil vagas, ante os 517 mil postos de trabalho na leitura original. Apesar da redução, os números sinalizam que o mercado de trabalho nos EUA segue forte. Isso abre mais um sinal de alerta para a alta dos juros.

Por aqui, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país, subiu 0,84% em fevereiro, acelerando-se em relação à alta de 0,53% apurada em janeiro. O resultado veio acima da mediana projetada pelo mercado, de 0,78%.

“Dados de Payroll e IPCA acima das expectativas de mercado pressiona ainda mais o FED e o Copom para continuarem o aperto monetário para controle da inflação à medida que a alta de preços continua dificultando a redução da taxa de juros, tanto no Brasil, como nos EUA e, por consequência, fazendo preço na Bolsa de Valores”, discorre Idean Alves, sócio e chefe da mesa de operações da Ação Brasil Investimentos.

2 – ‘Lehman Brothers 2.0’?

A crise de liquidez envolvendo o SVB Financial Group (SIVB) continua gerando tremores no mercado financeiro e despertando flashs de um época traumática.

O colapso do SVB, um importante players no Vale do Silício, faz lembrar a quebra do então quarto maior banco de investimento dos Estados Unidos, o Lehman Brothers.

Uma onda de saques em contas de startups de tecnologia, principais clientes da instituição financeira, forçou o banco a vender todo o seu balanço de títulos de dívida (US$ 21 bilhões ao todo) para levantar capital.

Isso ajudou a colocar ainda mais pressão vendedora nas bolsas norte-americanas.

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3 – Safra de resultados e Ibovespa

O índice também refletiu a safra de balanços. Com a maior parte do Ibovespa em queda, destaque para CVC, que tenta renegociação com credores, Hapvida que busca reduzir a alavancagem operacional vendendo ativos.

Arezzo que surfa o bom momento de aquisições, só que ao preço de dívida segundo o balanço, o que incomodou os investidores que esperavam mais um balanço estelar como os anteriores”, destaca Idean.

As ações da Magazine Luiza (MGLU3) e Via (VIIA3) eram destaques. As varejistas divulgaram resultados do 4T22 entre ontem e hoje.

A Magalu registrou prejuízo de R$ 35,9 milhões no quarto trimestre de 2022, revertendo lucro de R$ 93 milhões no mesmo período do ano retrasado.

Já a Via apresentou um resultado pior do que o esperado no quarto trimestre do ano passado e também informou a renúncia de Helisson Lemos, então VP de inovação digital, na véspera.

Os papéis da Embraer (EMBR3) subiram appós lucro líquido ajustado de R$ 226,2 milhões no quarto trimestre de 2022 (4T22).

“A semana dos juros trouxe um fato importante, a maioria das empresas estão tentando renegociar as dívidas, alongar prazos e melhorar o custo da dívida para ter mais flexibilidade no fluxo de caixa para negociar com outros parceiros, e poder manter a saúde financeira das empresas. Juros altos, dívida alta, a renegociação é o melhor caminho, e esse passo reforça também a qualidade da gestão, e o compromisso com os acionistas na busca pela geração de valor”, completa Alves.

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Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
renan.dantas@moneytimes.com.br
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Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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