Ibovespa fecha com Vale e Magazine Luiza entre maiores pressões de baixa
O Ibovespa (IBOV) fechou em queda pelo segundo pregão consecutivo nesta terça-feira, devolvendo boa parte da alta acumulada desde o começo do mês, com as ações de Vale (VALE3) e Magazine Luiza (MGLU3) entre as maiores pressões de baixa.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 1,82%, a 104.403,29 pontos. O volume financeiro somou 27,8 bilhões de reais.
Com tal desempenho, o Ibovespa acumulou queda de quase 3% apenas nesses últimos dois pregões e agora contabiliza um acréscimo de apenas 0,9% em novembro. Até a quinta-feira da semana passada, subia quase 4%.
Na visão do coordenador do departamento econômico do Banco ABC Brasil, Daniel Xavier, entre componentes para a fraqueza recente do Ibovespa estão dados do setor imobiliário chinês, que continuaram fracos em outubro, o que pesa em ações como a Vale.
Ao mesmo tempo, acrescentou, as perspectivas para o PIB brasileiro seguem em baixa, com o IBC-Br mostrando que a atividade econômica encolheu no terceiro trimestre, o que tende a afetar papéis ligados a consumo doméstico, como varejistas.
Nesse contexto, vale citar que as vendas no varejo brasileiro apuradas pelo ICVA, da Cielo, recuaram 0,8% em outubro ano a ano, descontada a inflação, interrompendo sequência de 6 meses de crescimento.
“Além disso, os mercados também monitoram os ruídos em torno da ‘PEC dos Precatórios‘”, afirmou, referindo-se à medida que facilitará a abertura de espaço fiscal para a implementação do Auxílio Brasil e outras medidas em 2022.
O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta terça-feira que a aprovação da PEC pelo Congresso irá abrir espaço para se conceder reajuste aos servidores públicos federais.
Assim, o Ibovespa descolou das bolsas nos Estados Unidos, onde o S&P 500 fechou em alta de 0,39%, com ganhos nos papéis da Home Depot e dados de vendas no varejo sinalizando boa saúde para os gastos do consumidor.
Destaques
Vale (VALE3) recuou 2,88%, na esteira da queda dos futuros do minério de ferro na China. Dados chineses também mostraram que o investimento imobiliário continuou a desacelerar e o início de novas construções caiu. No mês, a ação já perde mais de 7%.
Magazine Luiza (MGLU3) desabou 12,65%, ampliando as perdas do último pregão, quando caiu 18% sob efeito do resultado trimestral.
No setor, Americanas (AMER3) recuou 8,77% e VIA (VIIA3) cedeu 7,73%.
Nos EUA, Mercado Livre perdeu 5,61%, após oferta de ações.
Natura&co (NATU3) fechou em baixa de 7,24%, também ampliando o declínio da última sexta-feira, quando despencou 17,5%, na esteira de balanço e perspectivas que frustraram analistas.
A ação registra o pior desempenho acumulado em novembro do Ibovespa, com queda de 21,3%.
Méliuz (CASH3) caiu 8,01%, tendo no radar resultado do terceiro trimestre, previsto para após o fechamento da bolsa ainda nesta terça-feira.
Petrobras (PETR4) avançou 1,04%, resistindo ao movimento mais vendedor na bolsa, ajudada pela alta do petróleo Brent , além de ajustes ao movimento dos ADRs da companhia, que subiram em Nova York na véspera – quando não houve negociação na bolsa paulista por feriado no Brasil.
Itaú Unibanco (ITUB4) fechou em queda de 1,04%, também pesando no Ibovespa, com Banco Pan (BPAN4) apresentando o pior desempenho entre os bancos listados no índice, com declínio de 7,85%.
Bradesco (BBDC4) cedeu apenas 0,14%.
Suzano (SZUB3) avançou 3,5%, endossada pela alta do dólar, que voltou a 5,50 reais, repercutindo a força da moeda norte-americana no exterior e renovadas preocupações domésticas do lado fiscal nesta terça-feira.
No setor, Klabin (KLBN11) recuou 0,3%.