Ibovespa fecha quase estável com ajuda Vale e Petrobras recua
O Ibovespa (IBOV) fechou quase estável terça-feira, com o avanço de Vale (VALE3) freando pressão de movimentos de realização de lucros e assegurando a quarta sessão consecutiva com sinal positivo na bolsa paulista.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa encerrou com variação positiva de 0,03%, a 122.979,96 pontos, tendo oscilado de 122.549,79 pontos na mínima a 123.543,68 pontos na máxima.
Apesar da oscilação marginal, o Ibovespa renovou máximas desde meados de janeiro. O volume financeiro somou 27,6 bilhões de reais.
Em uma sessão sem muitas notícias relevantes e alguma “ressaca” dos últimos dias, marcados por uma bateria de resultados corporativos, o estrategista Mauro Morelli, da Davos Investimentos, avaliou que o Ibovespa teve de um dia “de lado”.
Ele ressaltou, porém, que a volatilidade deve retomar seu espaço no mercado, uma vez que os problemas continuam os mesmos, com as adversidades no Brasil incluindo pandemia, situação fiscal e cenário político, com a CPI da Covid.
“No exterior, continua a dúvida se a retomada forte da economia norte-americana vai trazer inflação e se essa inflação que estamos vendo no curto prazo vai se estender por mais tempo”, acrescentou.
Destaques
Vale (VALE3) subiu 1%, com os futuros do minério de ferro na China avançando mais de 4%, impulsionados por fortes margens de lucros em usinas siderúrgicas.
No setor de mineração e siderurgia na B3, CSN (CSNA3) fechou em alta de 1,65%, tendo ainda no radar pedido de registro para IPO da sua controlada CSN Cimentos e dados dos distribuidores de aço plano.
Cielo (CIEL3) valorizou-se 4,35%, engatando a quinta sessão consecutiva de alta, mesmo com analista enxergando um ambiente de resultados ainda desafiador.
Analistas do Bradesco BBI reiteraram recomendação neutra para as ações e cortaram o preço-alvo para 3,90 reais, de 5 reais anteriormente.
Eles ponderaram que desinvestimentos podem ser um catalisador potencial, mas que não veem muito espaço para revisões para cima dos lucros no curto prazo.
Em paralelo, o ICVA, índice que monitora 1,4 milhão de varejistas credenciados à empresa de meios de pagamentos, registrou crescimento de 18,8% nas vendas no varejo em abril ante abril de 2020, descontada a inflação.
Eletrobras (ELET3) e Eletrobras (ELET6) avançaram 3,03% e 2,33%, respectivamente, em meio a expectativas para a votação da medida provisória que propõe a privatização da companhia.
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), afirmou n Twitter que a votação da MP está pautada para quarta-feira na Casa.
Eztec (EZTC3) caiu 4,79%, tendo no radar corte de recomendação para ‘neutra’ pelo Credit Suisse, que ainda reduziu o preço-alvo dos papéis para 44 reais, de 53 anteriormente, conforme amplo relatório sobre construtoras nesta terça-feira.
A decisão referente à Eztec reflete a incorporação dos resultados do primeiro trimestre da companhia e prognóstico de um cenário mais difícil para o setor.
Minerva (BEEF3) caiu 3,56% em meio ao anúncio do governo argentino de suspensão de exportações de carne por 30 dias.
A Minerva tem a opção de compensar suas vendas a partir da produção em outras nações. Marfrig disse que o impacto direto desta restrição se limita a 1,3% da receita líquida consolidada.
Ultrapar (UGPA3) caiu 1,18%, após subir mais de 2% na máxima em meio a negociações envolvendo a venda da controlada Extrafarma para a rede de varejo farmacêutico Pague Menos.
A Reuters noticiou mais cedo que a Pague Menos fechou acordo para comprar a Extrafarma por 600 milhões de reais.
Na semana passada, o presidente da Ultrapar afirmou que o conglomerado deve encerrar 2021 com uma carteira de ativos diferente do começo do ano. Pague Menos (PGMN3), que não está no Ibovespa, disparou 9,59%.
Bradesco (BBDC4) avançou 1,6% em sessão sem sinal único para os grandes bancos, com Itaú Unibanco (ITUB4) cedendo 0,21% e Banco do Brasil (BBAS3) fechando em alta de 1,39%.
Analistas do Bank of America melhoraram suas previsões para os grandes bancos brasileiros neste ano e em 2022 após a temporada de balanços do primeiro trimestre, calculando melhora na margem financeira (NII) e menores provisões.
Petrobras (PETR4) recuou 1,16%, acompanhando o declínio dos preços do petróleo no exterior, onde o contrato Brent, referência para a companhia, caiu 1,08%.