Mercados

Ibovespa (IBOV) fecha aos 126 mil pontos e amplia sequência de quatro altas consecutivas; dólar cai a R$ 5,48

04 jul 2024, 17:16 - atualizado em 04 jul 2024, 17:16
(Imagem: Reuters/Amanda Perobelli)

Mesmo com a liquidez limitada nos mercados sem as bolsas de Nova York, o Ibovespa (IBOV) encerrou o pregão em alta pela quarta vez consecutiva. O principal índice da bolsa brasileira terminou o pregão com alta de 0,40%, aos 126.163,98 pontos. 

Já o dólar à vista (USBRL) terminou a sessão a R$ 5,4684, com recuo de 1,47%. Durante o dia, a moeda norte-americana renovou a mínima a R$ 5,4668 (-1,82%). 

O apetite ao risco dos investidores ganhou força com notícias de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva autorizou corte dos gastos público na tentativa de reafirmar o compromisso com a responsabilidade fiscal.

Ontem (3) à noite, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que Lula determinou que seja cumprido o arcabouço fiscal.

“Tivemos a oportunidade de nos reunirmos três vezes hoje. Lula me pediu para que falasse para vocês. A primeiro coisa que o presidente determinou é cumprir o arcabouço fiscal. Não se discute isso. São leis que regulam as finanças do Brasil e serão cumpridas. O arcabouço será preservado a todo custo”, disse o ministro em entrevista coletiva após deixar o Palácio do Planalto.

O ‘pente-fino’ em programas sociais e em outras despesas, que vem sendo realizado nos últimos meses, deve possibilitar o corte de R$ 25,9 bilhões em gastos do governo no próximo ano.

O ministro não mencionou medidas estruturais de redução de despesas, mas disse que o relatório de avaliação de receitas e despesas do governo, previsto para 22 de julho, poderá significar “algum contingenciamento e algum bloqueio” de gastos.

Altas e quedas do Ibovespa

Com a sinalização fiscal do governo, o mercado doméstico reduziu a precificação de alta da taxa básica de juros, a Selic. No início da semana, quando o dólar atingiu R$ 5,70, os investidores colocaram na mesa a possibilidade de uma nova alta nos juros até o final do ano.

O alívio nas tensões domésticas refletiu no fechamento da curva de juros brasileira — o que beneficiou as ações cíclicas, que são mais sensíveis aos juros.

Na ponta positiva do Ibovespa, Vamos (VAMO3), Lojas Renner (LREN3) e Magazine Luiza (MGLU3) encerraram o pregão entre as maiores altas.

Em destaque, Assaí (ASAI3) avançou após o Citi elevar a recomendação de neutra para compra. O banco também aumentou o preço-alvo de R$ 15 para R$ 15,50 — o que representa uma potencial valorização de 47,6% em relação ao fechamento de ontem (3).

Já entre as maiores quedas, Petrobras (PETR4;PETR3) recuou em meio a baixa liquidez com a ausência dos negócios em Wall Street e a despeito do avanço do petróleo no mercado internacional.

As companhias exportadoras, mais uma vez, foram pressionadas pelo enfraquecimento do dólar. Suzano (SUZB3), por exemplo, fechou em queda de mais de 1% hoje.

Exterior 

As bolsas de Nova York permaneceram fechadas nesta quinta-feira (4) em razão do feriado de 4 de Julho. Amanhã (5), os investidores devem reagir à ata da mais recente reunião do Comitê Federal do Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), divulgada ontem pelo Federal Reserve (Fed) após o fechamento dos mercados.

Além disso, as atenções devem ficam concentradas no relatório oficial de empregos dos Estados Unidos, o payroll, de junho. A reação ao dado também deve ser sentida na bolsa brasileira.

Isso porque o relatório deve calibrar as apostas para as próximas decisões de política monetária da maior economia do mundo.  “Nosso cenário base considera que o Fed iniciará o ciclo de flexibilização monetária em dezembro, mas reconhecemos as chances crescentes de corte de juros a partir de setembro”, afirmou a equipe da XP em nota a clientes.

Na Europa, o índice da bolsa de Londres (FTSE 100) avançou quase 1% com o início da votação nas eleições gerais do Reino Unido. As pesquisas preveem uma vitória histórica para o Partido Trabalhista após 14 anos de poder do Partido Conservador, do atual primeiro-ministro Rishi Sunak.

Jornalista formada pela PUC-SP. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
Jornalista formada pela PUC-SP. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
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