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Ibovespa fecha em alta pela 5ª vez consecutiva com impulso de Petrobras (PETR4) e bancos; dólar cai a R$ 5,49

12 ago 2024, 17:15 - atualizado em 12 ago 2024, 17:40
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A bolsa brasileira superou os 131 mil pontos com apoio de Petrobras (PETR4) e bancos (Imagem: Canva Pro)

Pela quinta vez consecutiva, o Ibovespa (IBOV) engatou um dia de ganhos, em meio à declarações de dirigentes do Banco Central e pouco apetite ao risco no exterior – que esteve à espera de novos dados econômicos nos Estados Unidos. 

O principal índice da bolsa brasileira fechou com alta de 0,38%, aos 131.115,90 pontos. Esse é o maior patamar desde fevereiro.

O dólar à vista (USBRL) terminou a sessão a R$ 5,4962 (-0,34%). 

No cenário doméstico, a reta final da temporada de balanços dividiu a atenção com as declarações do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e do diretor de Política Monetária do BC, Gabriel Galípolo, em diferentes eventos ao longo do dia.

Campos Neto disse que a autoridade monetária vai “fazer o que for preciso” para trazer a inflação para dentro da meta de 3%. Mais uma vez, ele afirmou que o ambiente de inflação elevado e expectativas desancoradas estão preocupando os dirigentes.

Já o diretor de Política Monetária, Gabriel Galípolo, afirmou que a última ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) não traz um ‘guidance’ para as próximas decisões da autoridade monetária. Ele ainda acrescentou que o BC está dependente de dados e a alta dos juros está na mesa do Copom.

“A alta [dos juros] está na mesa, sim, do Copom, e a gente quer ver como isso vai se desdobrar”, disse em evento em São Paulo.

Em segundo plano, os investidores repercutiram o Boletim Focus. Os economistas mantiveram as projeções para o câmbio em R$ 5,30 e a taxa Selic a 10,50% ao ano no fim de 2024. Contudo, a pesquisa semanal do Banco Central mostra uma elevação das expectativas em relação à inflação para o fim deste ano.

Por outro lado, o mercado cortou as estimativas de inflação para 2025 pela primeira vez desde março — o que impulsionou as ações cíclicas na primeira parte da sessão do Ibovespa.

Altas e quedas do Ibovespa

Entre os ativos, Casas Bahia (BHIA3) operou entre as maiores altas fora do Ibovespa, com o alívio na curva de juros futuros na primeira parte do pregão. Os resultados do segundo trimestre também mantiveram parte do impulso para as ações da varejista.

Na última quinta-feira (8), a Casas Bahia (BHIA3) reportou lucro líquido de R$ 37 milhões entre abril e junho, um ano após o lançamento de seu plano de reestruturação, e interrompeu a sequência de seis trimestres consecutivos de prejuízos.

Na ponta positiva do Ibovespa, o destaque do dia foi Petrobras (PETR3;PETR4) — que operaram entre os papéis mais negociados do mercado brasileiro. As ações da estatal tiveram impulso do desempenho do petróleo. A commodity avançou mais de 3% e atingiu o maior nível desde julho.

Os bancos também operaram entre as maiores altas e puxaram o Ibovespa para cima, ainda em reação aos balanços divulgados na semana anterior. Bradesco (BBDC4; BBDC3) liderou os ganhos do setor financeiro.

Já na ponta negativa foi liderada por Azul (AZUL4), com baixa de quase 12% A forte queda também foi em reação ao balanço.

A companhia aérea registrou prejuízo líquido ajustado de R$ 744,4 milhões no segundo trimestre, 31,3% maior do que a perda de um ano antes. A empresa ainda cortou projeções de desempenho (guidance) para este ano, revisando para baixo a perspectiva de crescimento de oferta e de Ebitda e ampliando a projeção de alavancagem.

Na avaliação do Goldman Sachs, os números foram negativos. Os analistas observam que a perda no Ebitda ocorreu devido às receitas unitárias inferiores às esperadas, que foram apenas parcialmente compensadas por custos unitários mais baixos.

Exterior 

Nos Estados Unidos, as bolsas de Wall Street operaram em compasso de espera por novos dados econômicos. Na próxima quarta-feira (14), o Índice de Preços ao Consumidor (CPI) de julho deve ser divulgado — e (re)calibrar as expectativas sobre a trajetória dos juros na maior economia do mundo após uma semana volátil.

Embora o CPI não seja o dado de referência do Federal Reserve (Fed, Banco Central norte-americano) para a inflação, o indicador é usado pelo mercado para calibrar as expectativas dos investidores sobre a trajetória dos juros da maior economia do mundo.

Hoje, os agentes financeiros se dividem entre o corte de 25 pontos-base e 50 pontos-base na taxa de juros norte-americana na reunião do Fed em setembro.

Nos últimos dias, os investidores colocaram um risco de recessão dos Estados Unidos à mesa.

Dados piores do que o esperado do relatório de empregos dos Estados Unidos, o payroll, da semana anterior e preocupações de que o Federal Reserve estava atrasado com os cortes dos juros elevaram as preocupações de que a maior economia do mundo estaria à beira de uma recessão. Além disso, a aversão ao risco da semana passada foi intensificada com o desmonte de operações carry trade com o iene — após o aumento dos juros pelo Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês).

Confira o fechamento dos índices de Nova York:

  • S&P 500: 0,00%, aos 5.344,39 pontos;
  • Dow Jones: -0,36%, aos 39.357,01 pontos;
  • Nasdaq: +0,21%, aos 16.780,61 pontos.

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Jornalista formada pela PUC-SP. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
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