Ibovespa avança mais de 1% com recuperação de Wall Street e à espera de Itaú (ITUB4); dólar cai a R$ 5,65
Depois de um dia de forte aversão ao risco no exterior, o Ibovespa (IBOV) recuperou as perdas da sessão anterior e encerrou o pregão em alta nesta terça-feira (6) após três dias consecutivos de baixas.
Além da recuperação das bolsas de Wall Street, o tom positivo foi puxado pelo setor de bancos, Petrobras (PETR4) e Vale (VALE3).
O principal índice da bolsa brasileira fechou com alta de 0,80%, aos 126.266,70 pontos.
O dólar à vista (USBRL) terminou a sessão a R$ 5,6574 (-1,46%).
No cenário doméstico, a temporada de balanços continua como um dos focos dos investidores. Hoje, a atenção do mercado foi dividida com a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).
O destaque do documento foi a sinalização de que o colegiado está, em unanimidade, pronto para elevar a taxa Selic caso as tendências recentes nas expectativas de inflação e na dinâmica da taxa de câmbio persistam. Mesmo assim, o mercado mantém a Selic em 10,50% ao ano em dezembro, no cenário-base.
“No entanto, os sinais foram mistos no decorrer da ata, uma vez que o Copom ressalta que para o cenário atual a manutenção da Selic está apropriada, e consideramos que a taxa de juros está restritiva o suficiente para trazer a inflação para a meta no horizonte relevante, que agora inclui o começo de 2026”, afirma Rafaela Vitória, economista-chefe do Inter.
Na avaliação do Itaú, “se o câmbio não reagir, um ciclo de alta, começando em setembro, será inevitável”, diz o economista-chefe do Itaú Mario Mesquita, em relatório.
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Também foram divulgados novos dados econômicos. A balança comercial brasileira registrou um superávit de US$ 7,640 bilhões em julho, informou a Secretaria do Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). O saldo chega quase em linha com expectativas de economistas consultados pela Reuters, que previam saldo positivo de US$ 7,700 bilhões para o período.
As exportações somaram US$ 30,919 bilhões no mês. Já as importações totalizaram US$ 23,279 bilhões no mesmo período.
Nos primeiros sete meses do ano, o saldo comercial foi de US$ 49,556 bilhões de dólares, uma queda de 6,1% em relação ao observado no mesmo período de 2023.
Altas e quedas do Ibovespa
Entre os ativos, as ações da Iochpe-Maxion (MYPK3) operaram entre as maiores quedas da B3 em reação ao balanço do segundo trimestre. Os papéis da produtora de rodas automotivas reportou lucro líquido de R$ 37 milhões, uma queda de 38% em relação ao mesmo período do ano anterior.
A perda de lucros foi explicada por uma provisão não monetária relacionada à variação cambial que impactou a contabilização das operações no México, na República Tcheca e na Turquia.
Ainda entre as baixas, Vamos (VAMO3) liderou as perdas do Ibovespa, com os investidores reagindo aos números do segundo trimestre. A companhia de aluguel e gestão de frotas de veículos pesados teve lucro líquido ajustado de R$ 205,5 milhões no segundo trimestre, quase o dobro dos 107 milhões de um ano ante — mas abaixo das expectativas.
Analistas esperavam, em média, lucro líquido de R$ 224,9 milhões para a empresa que faz parte do grupo Simpar, segundo dados da Lseg.
Já na ponta positiva, Bradesco (BBDC4;BBDC3) repetiu o desempenho da sessão anterior. As ações preferencias do banco foram, pela segunda vez consecutiva, os papéis mais negociados do mercado brasileiro — ainda de olho nos resultados do segundo trimestre.
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Entre as blue chips, Petrobras (PETR4;PETR3) acompanhou o petróleo na recuperação das perdas e as ações da estatal fecharam o dia em alta de mais de 2%.
Vale (VALE3) avançou na contramão do minério de ferro com os investidores monitorando o processo de sucessão da presidência da empresa. Em entrevista à Reuters, o ex-ministro Guido Mantega disse que “não tenho nenhuma vontade de ir para lá” ao comentar sobre a tentativa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de emplacá-lo em um cargo do alto escalão da mineradora no início do ano.
Já o Itaú (ITUB4) subiu na expectativa pelo balanço, a ser divulgado ainda hoje após o fechamento dos mercados.
Exterior
No exterior, a aversão ao risco com a desaceleração da economia norte-americana perdeu força e os principais índices internacionais buscaram recuperar as baixas da sessão anterior.
Na Ásia, o índice Nikkei, da bolsa do Japão, fechou com alta de 10,2%, aos 34.675,46 pontos, o melhor dia desde outubro de 2008. Na véspera, o índice japonês teve o segundo pior desempenho desde 1987, quando ocorreu a chamada ‘Black Monday’.
As bolsas dos Estados Unidos acompanharam a recuperação e também avançaram. Várias ações de tecnologia se recuperaram após uma forte retração na segunda-feira (2). Nvidia, por exemplo, subiu 6%, e as ações da Meta — dona do Facebook, Instagram e WhatsApp — avançaram mais de 5%.
O VIX (CBOE Volatility Index), indicador que mede a aversão ao risco de Wall Street, também conhecido como o “termômetro do medo”, caiu mais de 32% — com o alívio das tensões dos investidores. Ontem (5), o mesmo índice chegou a disparar mais de 170% e atingiu patamar próximo da máxima registrada durante a crise financeira de 2008.
Confira o fechamento dos índices de Nova York:
- S&P 500: +1,04%, aos 5.240,03 pontos;
- Dow Jones: +0,76%, aos 38.997,66 pontos;
- Nasdaq: +1,03%, aos 16.366,85 pontos.