Mercados

Ibovespa, em dia de ‘montanha-russa’, retoma os 130 mil pontos com Campos Neto e Haddad; dólar cai a R$ 5,66

24 out 2024, 17:14 - atualizado em 24 out 2024, 17:26
Ibovespa
O Ibovespa retomou os 130 mil pontos com os investidores recalibrando expectativas sobre o fiscal após falas de Haddad e Campos Neto (Imagem: iStock.com/CreativaImages)

Com o pregão agitado por notícias corporativas e expectativas pelo balanço de Vale (VALE3), Ibovespa (IBOV) vivenciou uma ‘montanha-russa’ ao longo do dia.

Nesta quinta-feira (24), o principal índice da bolsa brasileira subiu 0,65%, aos 130.066,95 pontos. 

Já o dólar à vista (USBRL) terminou a sessão a R$ 5,6629 (-0,69%). 

No cenário doméstico, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15) foi um dos destaques.

Considerado a prévia da inflação oficial, o IPCA-15 teve alta de 0,54% em outubro, após avanço de 0,13% em setembro. Economistas consultados pela Reuters projetavam um alta de 0,50%.

No acumulado de 12 meses, o índice subiu de 4,12% (no mês anterior) para 4,47% — no maior nível desde fevereiro e próxima ao teto da meta da inflação, de 4,50%.

Na visão do Itaú, o dado teve uma  leitura qualitativa de inflação pior que a esperada, na margem, na comparação com as últimas leituras.

O mercado também reagiu à coletiva de imprensa conjunta do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.

Haddad disse que se há necessidade de reforçar parâmetros para que o arcabouço fiscal se sustente, esse é o caminho que o governo trilhará.

Em entrevista à imprensa sobre a trilha de finanças do G20, ao lado de Campos Neto, o ministro afirmou que acredita nos parâmetros definidos para o arcabouço fiscal, não sendo necessário reformular o regramento, mas mostrar que ele é crível a médio e longo prazo.

Na mesma linha, o presidente do BC disse que o anúncio de medidas fiscais que deve ser feito pelo governo Luiz Inácio Lula da Silva pode minimizar reações observadas no mercado relacionadas à preocupação com as contas públicas.

Ele ainda afirmou que, algumas vezes, os preços no mercado brasileiro “estão um pouco exagerados”.

Altas e quedas do Ibovespa 

Entre os ativos negociados no Ibovespa, Hypera (HYPE3) concentrou as atenções pela quarta sessão consecutiva. Desta vez, a farmacêutica rejeitou a proposta de fusão da EMS.

Segundo a companhia, a oferta “de forma não solicitada ou previamente discutida” foi rejeitada na reunião do Conselho de Administração realizada na última quarta-feira (23). A empresa também informou que não houve tratativas para o possível negócio.

Além disso, a Hypera considerou que a avaliação atribuída na proposta de compra subestimou “significativamente” o valor da companhia.

Contudo, há rumores de que a EMS deve fazer um nova contraproposta nos próximos dias. Os papéis HYPE3 terminaram a sessão entre as maiores altas do Ibovespa.

Mas o destaque da ponta positiva do principal índice da bolsa brasileira foi a recuperação das ações cíclicas, com os investidores recalibrando as expectativas sobre o cenário fiscal após falas de Haddad e Campos Neto. Cogna (COGN3) e Lojas Renner (LREN3) lideraram os ganhos.

Entre os pesos-pesados do Ibovespa, Vale (VALE3) avançou com o minério de ferro e expectativas pelo balanço do terceiro trimestre. A mineradora divulga os números ainda hoje.

Petrobras (PETR4;PETR3) também subiu, apesar da queda do petróleo.

Na liderança da ponta negativa, IRB Re (IRBR3) devolveu os ganhos da véspera. Na sessão anterior, os papéis da resseguradora chegaram a disparar mais de 14% em reação aos resultados operacionais de agosto.

Exterior 

Nos Estados Unidos, o índice Dow Jones fechou em queda pela quarta sessão consecutiva. Já o Nasdaq avançou com apoio da disparada das ações da Tesla.

Os papéis da fabricante de veículos elétricos subiram mais de 22%, após a companhia divulgar os números do terceiro trimestre — que superaram as expectativas do mercado.

Entre eles, a receita da Tesla nos meses de julho a setembro foi de US$ 25,18 bilhões, contra estimativas de US$ 25,37 bilhões, segundo dados compilados pela LSEG. As vendas somaram US$ 23,35 bilhões no mesmo trimestre de 2023. O lucro ajustado por ação foi de US$ 0,72 no período, superando a estimativa média de US$ 0,58.

Wall Street repercutiu novos dados econômicos.

A atividade empresarial dos Estados Unidos aumentou em outubro em meio à demanda forte, e as empresas elevaram os preços de bens e serviços no ritmo mais lento em quase quatro anos e meio, indicando que a economia começou o quarto trimestre ‘robusta’.

A S&P Global informou que o seu Índice de Gerentes de Compras (PMI) Composto dos EUA, que acompanha os setores industrial e de serviços, subiu para 54,3 neste mês, em comparação com uma leitura final de 54,0 em setembro. Leitura acima de 50 indica expansão no setor privado.

Já o PMI preliminar de manufatura subiu de 47,3 no mês passado para 47,8. Economistas consultados pela Reuters previam leitura de 47,5.

O PMI de serviços subiu para 55,3, de 55,2 em setembro, superando as expectativas dos economistas de uma leitura de 55,0.

Além disso, os pedidos iniciais de auxílio-desemprego caíram em 15.000, para 227.000 em dado com ajuste sazonal, na semana encerrada em 19 de outubro, informou o Departamento do Trabalho do país. Economistas consultados pela Reuters previam 242.000 pedidos para a última semana.

Um declínio nos pedidos de auxílio-desemprego em decorrência do furacão Helene mais do que compensou a onda de pedidos do furacão Milton.

Nas próximas semanas, os mercados acionários devem operar mais voláteis, conforme investidores analisam balanços das empresas, novos dados econômicos e a eleição dos EUA, seguidos por uma reunião do Federal Reserve (Fed) — no início de novembro.

Confira o fechamento dos índices de Nova York:

  • S&P 500: +0,21%, aos 5.809,86 pontos; 
  • Dow Jones: -0,33%, aos 42.374,36 pontos;
  • Nasdaq: +0,76%, aos 18.415,49 pontos.

*Com informações de Reuters 

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Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
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