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Com cortes nos juros dos EUA no radar, Ibovespa pega carona com NY e fecha semana com alta de mais de 1%

23 ago 2024, 17:12 - atualizado em 23 ago 2024, 17:36
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O Ibovespa realizou os ganhos após renovar maior nível de fechamento, em termos nominais, na véspera (Imagem: Getty Images Signature)

O Ibovespa (IBOV) recuperou o fôlego nesta sexta-feira (23) e encerrou o dia próximo aos 136 mil pontos. O impulso veio do exterior com a consolidação das expectativas de corte nos juros dos Estados Unidos em setembro.

O principal índice da bolsa brasileira fechou o pregão com alta de 0,32%, aos 135.608,47 pontos. Na semana marcada por recordes, o índice avançou 1,23%. 

dólar à vista (USBRL) terminou a sessão a R$ 5,4794 (-1,99%). A moeda norte-americana acumulou alta de 0,21% nos últimos cinco pregões. 

Por aqui, os investidores tiveram um dia de ‘respiro’, com poucos destaques corporativos. As atenções ficaram concentradas nas movimentações das bolsas internacionais.

No cenário doméstico, o mercado segue precificando a retomada do ciclo de altas na taxa básica de juros, a Selic, em reação às recentes declarações de diretores do Banco Central.

Há também a expectativa para o anúncio das indicações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a presidência e duas cadeiras na diretoria da BC.

Ontem (22), ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou, no final da tarde, que acredita que o  já tem o nome do futuro presidente da autoridade monetária “em mente”. Espera-se que os nomes sejam divulgados na próxima semana.

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Altas e quedas da bolsa

Entre os ativos, as ações da Americanas (AMER3) foram o destaque do pregão, mais uma vez. Como uma das maiores quedas da B3, os papéis da varejista chegaram a cair mais de 28% durante a sessão às vésperas do grupamento de ações e renovaram a cotação mínima histórica a R$ 5,05.

A ‘união’ das ações ordinárias na proporção de 100 para 1 está prevista para a próxima segunda-feira (26).

Já entre as maiores quedas do Ibovespa, os frigoríficos roubaram a cena. Com exceção de Minerva (BEEF3), as companhias do setor fecharam em tom negativo, com os papéis pressionados pela forte alta do dólar.

A ponta positiva do principal índice da bolsa brasileira foi liderada pelas ações cíclicas — que vinham sendo penalizadas nas últimas sessões. Os papéis, que são mais sensíveis aos juros, reduziram as perdas recentes com o fechamento da curva de juros. Cogna (COGN3), Eztec (EZTC3) e Lojas Renner (LREN3) figuraram entre as maiores altas do Ibovespa nesta sexta-feira (23).

Entre as blue chips, Vale (VALE3) foi a ação mais negociada do mercado e fechou em queda, na esteira da baixa de mais de 2% do minério de ferro, em Dalian, na China. Petrobras (PETR4;PETR3) ignorou a alta de mais de 2% do petróleo e também encerrou em baixa.

Na semana, Petz (PETZ3) foi a maior alta do Ibovespa com a reação ao acordo de fusão com a Cobasi. Já RD Saúde (RADL3), antiga Raia Drogasil, foi a maior queda do índice no acumulado dos últimos cinco pregões.

Exterior 

Nos Estados Unidos, o presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, concentrou as atenções — e as reações — dos investidores.

chefe do BC norte-americano afirmou que “chegou a hora de ajustar a política monetária”, o que foi considerado um apoio explícito ao corte de juros nos Estados Unidos.

“Os riscos de alta para a inflação diminuíram. E os riscos de queda para o emprego aumentaram”, disse Powell em discurso no Simpósio em Jackson Hole.

“Chegou a hora de ajustar a política. A direção a ser seguida é clara, e o momento e o ritmo dos cortes nos juros dependerão dos dados que chegarem, da evolução das perspectivas e do equilíbrio dos riscos.”

As falas de Powell reforçaram as expectativas de corte nos juros nos Estados Unidos — com um aumento das apostas de redução de 50 pontos-base, o que levaria os juros a faixa de 4,75% a 5,00% ao ano.

Agora, os traders veem 65,5% de chance de o Fed cortar os juros em 0,25 ponto percentual no próximo mês, o que seria o primeiro movimento da taxa desde julho de 2023 e levaria os juros ao intervalo de 5,00% a 5,25% ao ano. Ontem (22), a probabilidade era de 76%.

Já as apostas de corte de 50 pontos-base saltaram de 24% (ontem) para 34,5% após as declarações do presidente do Fed.

A próxima reunião do Federal Reserve está marcada para os dias 17 e 18 de setembro.

Confira o fechamento dos índices de Nova York:

  • S&P 500: +1,15%, aos 5.634,61 pontos;
  • Dow Jones: +1,14%, aos 41.175,08 pontos;
  • Nasdaq: +1,47%, aos 17.877,79 pontos.

Na semana, o saldo dos índices de Wall Street foram positivos. O S&P 500 subiu 1,45%; Nasdaq teve alta de 1,40% e o Dow Jones cerca de 1,30% nos últimos cinco pregões.