Ibovespa supera os 136 mil pontos pela primeira vez e fecha no maior nível da história; dólar cai a R$ 5,41
Nesta segunda-feira (19), o Ibovespa (IBOV) contou com um recorde duplo.
Durante o pregão, o principal índice da bolsa brasileira renovou a máxima intradia histórica, aos 136.179,21 pontos.
Na reta final, o índice perdeu um pouco do fôlego e terminou a sessão aos 135.777,98 pontos (+1,36%) — o maior nível da história. O recorde anterior foi de 134.193,72 pontos, registrado em 27 de dezembro de 2023.
Já dólar à vista (USBRL) terminou a sessão a R$ 5,4120 (-1,02%).
Na avaliação dos analistas ouvidos pelo Money Times, as recentes altas do Ibovespa deve-se a, pelo menos, três motivos: atividade econômica mais aquecida no Brasil e nos Estados Unidos, a expectativa marginalmente maior de crescimento de lucro das empresas após a temporada de balanços do segundo trimestre e as apostas de corte nos juros pelo Federal Reserve (Fed) na reunião de setembro.
Mesmo com o rali recente, a bolsa brasileira segue ‘barata’. A considerar o múltiplo de lucro (P/L), a bolsa está sendo negociada abaixo de 8x P/L, de acordo com os especialistas — abaixo, portanto, da média histórica de 11x.
“Por outro lado nós precisamos considerar que o banco central brasileiro vem adotando uma postura muito dura nos seus comunicados e os recentes dados econômicos, como PIB desemprego e também dados de inflação, vem mostrando que talvez a nossa política monetária, não esteja em níveis suficientemente restritivos”, diz Marcos Moreira, sócio da WMS Capital.
Sendo assim, o mercado brasileiro já precifica uma alta na Selic em setembro — o que elevaria o diferencial de juros, tornando-se mais atrativo para investidores estrangeiros.
“A alta dos juros não deve ser ruim para a bolsa, no primeiro momento, porque existe uma desancoragem em relação às expectativas de inflação e uma necessidade do mercado em ver a postura do Banco Central em relação ao comprometimento com a inflação”, afirma Alan Martins, analista da Nova Futura Investimentos.
Entre os destaques desta segunda-feira, os investidores concentraram as atenções em novas declarações do diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo.
Ele reforçou que o BC está dependente de dados e que até sua próxima decisão de política monetária vai observar indicadores como inflação e mercado de trabalho, além de números da economia norte-americana e falas do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell.
Altas e quedas do Ibovespa
Entre as ações negociadas no Ibovespa, Petz (PETZ3) seguiu concentrando os holofotes dos investidores pela segunda sessão consecutiva. Os papéis da companhia saltaram quase de 24% durante o pregão, ainda repercutindo o acordo de fusão com a Cobasi anunciado na última sexta-feira (16).
Magazine Luiza (MGLU3) também foi destaque. Além do alívio na curva de juros e o balanço do segundo trimestre no segundo plano, os papéis da varejistas dispararam após a Squadra Investimentos informar que zerou as posições vendidas (short) na companhia, em sua carta semestral.
Já a ponta negativa foi liderada por Prio (PRIO3), que acompanhou a forte queda do petróleo no mercado internacional com a notícia de que Israel aceitou a proposta de cessar-fogo no Oriente Médio. Petrobras (PETR4;PETR3) figurou entre as maiores baixas do Ibovespa.
As exportadoras também recuaram com a desvalorização do dólar.
Entre as blue chips, Vale (VALE3) avançou mais de 2% com uma breve recuperação do minério de ferro na China, que avançou quase 1% hoje. Bradesco (BBDC4) voltou a ser o papel mais negociado do mercado brasileiro após o Goldman Sachs elevar a recomendação das ações.
Fora do Ibovespa, Americanas (AMER3) voltou a despencar com a liquidação das ações de credores e divulgação das contas financeiras de julho.
Exterior
Nos Estados Unidos, as bolsas de Wall Street renovaram máximas intradia.
Com dados de inflação e do mercado de trabalho melhores que o esperado e que dissiparam os temores de recessão da maior economia do mundo como pano de fundo, os índices de Nova York avançaram pela oitava sessão consecutiva.
Os investidores aguardam o Simpósio de Política Econômica de Jackson Hole — um encontro anual de autoridades de bancos centrais, para obter mais sinais sobre a trajetória dos juros. O discurso mais esperado é o do presidente da autoridade monetária, Jerome Powell, na próxima sexta-feira (23).
Confira o fechamento dos índices de Nova York:
- S&P 500: +0,97%, aos 5.608,25 pontos;
- Dow Jones: +0,58%, aos 40.896,53 pontos;
- Nasdaq: +1,39%, aos 17.876,77 pontos.