Mercados

Ibovespa supera os 136 mil pontos pela primeira vez e fecha no maior nível da história; dólar cai a R$ 5,41

19 ago 2024, 17:13 - atualizado em 19 ago 2024, 17:30
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O principal índice da bolsa brasileira fechou no maior nível da história (Imagem: Canva Pro)

Nesta segunda-feira (19), o Ibovespa (IBOV) contou com um recorde duplo.

Durante o pregão, o principal índice da bolsa brasileira renovou a máxima intradia histórica, aos 136.179,21 pontos.

Na reta final, o índice perdeu um pouco do fôlego e terminou a sessão aos 135.777,98 pontos (+1,36%)o maior nível da históriaO recorde anterior foi de 134.193,72 pontos, registrado em 27 de dezembro de 2023. 

dólar à vista (USBRL) terminou a sessão a R$ 5,4120 (-1,02%). 

Na avaliação dos analistas ouvidos pelo Money Times, as recentes altas do Ibovespa deve-se a, pelo menos, três motivos: atividade econômica mais aquecida no Brasil e nos Estados Unidos, a expectativa marginalmente maior de crescimento de lucro das empresas após a temporada de balanços do segundo trimestre e as apostas de corte nos juros pelo Federal Reserve (Fed) na reunião de setembro.

Mesmo com o rali recente, a bolsa brasileira segue ‘barata’. A considerar o múltiplo de lucro (P/L), a bolsa está sendo negociada abaixo de 8x P/L, de acordo com os especialistas —  abaixo, portanto, da média histórica de 11x.

“Por outro lado nós precisamos considerar que o banco central brasileiro vem adotando uma postura muito dura nos seus comunicados e os recentes dados econômicos, como PIB  desemprego e também dados de inflação, vem mostrando que talvez a nossa política monetária, não esteja em níveis suficientemente restritivos”, diz Marcos Moreira, sócio da WMS Capital.

Sendo assim, o mercado brasileiro já precifica uma alta na Selic em setembro — o que elevaria o diferencial de juros, tornando-se mais atrativo para investidores estrangeiros.

“A alta dos juros não deve ser ruim para a bolsa, no primeiro momento, porque existe uma desancoragem em relação às expectativas de inflação e uma necessidade do mercado em ver a postura do Banco Central em relação ao comprometimento com a inflação”, afirma Alan Martins, analista da Nova Futura Investimentos.

Entre os destaques desta segunda-feira, os investidores concentraram as atenções em novas declarações do diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo.

Ele reforçou que o BC está dependente de dados e que até sua próxima decisão de política monetária vai observar indicadores como inflação e mercado de trabalho, além de números da economia norte-americana e falas do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell.

Altas e quedas do Ibovespa 

Entre as ações negociadas no Ibovespa, Petz (PETZ3) seguiu concentrando os holofotes dos investidores pela segunda sessão consecutiva. Os papéis da companhia saltaram quase de 24% durante o pregão, ainda repercutindo o acordo de fusão com a Cobasi anunciado na última sexta-feira (16).

Magazine Luiza (MGLU3) também foi destaque. Além do alívio na curva de juros e o balanço do segundo trimestre no segundo plano, os papéis da varejistas dispararam após a Squadra Investimentos informar que zerou as posições vendidas (short) na companhia, em sua carta semestral.

Já a ponta negativa foi liderada por Prio (PRIO3), que acompanhou a forte queda do petróleo no mercado internacional com a notícia de que Israel aceitou a proposta de cessar-fogo no Oriente Médio. Petrobras (PETR4;PETR3) figurou entre as maiores baixas do Ibovespa.

As exportadoras também recuaram com a desvalorização do dólar.

Entre as blue chips, Vale (VALE3) avançou mais de 2% com uma breve recuperação do minério de ferro na China, que avançou quase 1% hoje. Bradesco (BBDC4) voltou a ser o papel mais negociado do mercado brasileiro após o Goldman Sachs elevar a recomendação das ações.

Fora do Ibovespa, Americanas (AMER3) voltou a despencar com a liquidação das ações de credores e divulgação das contas financeiras de julho.

Exterior 

Nos Estados Unidos, as bolsas de Wall Street renovaram máximas intradia.

Com dados de inflação e do mercado de trabalho melhores que o esperado e que dissiparam os temores de recessão da maior economia do mundo como pano de fundo, os índices de Nova York avançaram pela oitava sessão consecutiva.

Os investidores aguardam o Simpósio de Política Econômica de Jackson Hole um encontro anual de autoridades de bancos centrais, para obter mais sinais sobre a trajetória dos juros. O discurso mais esperado é o do presidente da autoridade monetária, Jerome Powell, na próxima sexta-feira (23).

Confira o fechamento dos índices de Nova York:

  • S&P 500: +0,97%, aos 5.608,25 pontos;
  • Dow Jones: +0,58%, aos 40.896,53 pontos;
  • Nasdaq: +1,39%, aos 17.876,77 pontos.

 

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Jornalista formada pela PUC-SP. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
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