Mercados

Ibovespa tem novo ‘empurrão’ de Petrobras enquanto mercado aguarda ‘Super Quarta’; dólar cai a R$ 5,51 após dados nos EUA

16 set 2024, 17:14 - atualizado em 16 set 2024, 17:16

O Ibovespa (IBOV) iniciou a semana, que deve ser marcada por decisões de política monetária no Brasil e nos Estados Unidos, em tom positivo.

Nesta segunda-feira (16), o principal índice da bolsa brasileira fechou com alta de 0,18%, aos 135.118,22 pontos. 

Já o dólar à vista (USBRL) terminou a sessão a R$ 5,5106 (-1,02%).

No cenário doméstico, o mercado dividiu a atenção entre o noticiário corporativo e o Boletim Focus , enquanto espera a ‘Super Quarta‘ – com decisões de política monetária no Brasil e nos Estados Unidos.

O relatório semanal divulgado pelo Banco Central apontou a elevação das projeções de inflação (IPCA) para o fim de 2024 e 2025, pela nona vez consecutiva. Os economistas preveem inflação em 4,35% neste ano e 3,95% no final do ano seguinte.

Na próxima quarta-feira (18), o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central divulga mais uma decisão de política monetária. O mercado espera uma alta na taxa Selic de, até agora, 25 pontos-base, a 10,75% ao ano. As apostas de alta de 50 pontos-base não estão descartadas.

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Altas e quedas da bolsa

Entre os destaques da bolsa, as ações da Azul (AZUL4) estenderam os ganhos da sessão anterior e dispararam mais de 15% durante o pregão. A empresa confirmou que está em negociações com arrendadores de aeronaves para substituir a dívida de cerca de US$ 580 milhões por participação societária. 

Com isso, os papéis da companhia aérea lideraram os ganhos do Ibovespa e da B3 pela segunda vez consecutiva.

Petrobras (PETR4;PETR3) avançou mais de 1% na esteira do petróleo e destoou do desempenho do setor na B3. A estatal ganhou fôlego após o Itaú BBA elevar a recomendação para as ações negociadas na B3 e na Bolsa de Nova York (Nyse) para outperform (equivalente à compra), além da atualização do preço-alvo para o final de 2025.

Lojas Renner (LREN3) também se destacou nesta segunda-feira (16). As ações figuraram entre as maiores altas do principal índice da bolsa brasileira com a atualização do preço-alvo para os papéis pelo BTG Pactual.

Já a ponta negativa do Ibovespa foi liderada por Embraer (EMBR3). A queda foi puxada após a companhia informar que os procedimentos de arbitragem pendentes entre companhia e a Boeing foram concluídos e a companhia receberá o valor bruto de US$ 150 milhões, conforme o “collar agreement”.

O Itaú BBA destacou que as expectativas do mercado para o acordo eram maiores, em torno de US$ 250 a 350 milhões. Já o BTG Pactual afirmou que “um acordo abaixo do esperado é melhor do que nenhum acordo”.

Por fim, as ações de Vale (VALE3caíram com o minério de ferro. Com feriado na China, o mercado usou como parâmetro as negociações em Cingapura. Por lá, o contrato mais líquido da commodity, para outubro de 2024, fechou com baixa de 1,13%, a US$ 91,75 a tonelada.

Com a nova baixa, o minério de ferro completou 11 dias de negociações com a tonelada abaixo da referência de mercado, de US$ 100.

Exterior 

As bolsas dos Estados Unidos operaram sem direção única com os investidores na expectativa pela decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed). O Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) — equivalente ao Copom brasileiro — divulga a decisão na próxima quarta-feira (18).

Em compasso de espera, o mercado reagiu a novos dados econômicos.

Nesta segunda-feira (16), a unidade do Fed de Nova York divulgou o Índice de Atividade Industrial Empire State, que avançou de -4,7 em agosto para 11,5 em setembro. A expectativa do mercado era de queda do índice para -5 neste mês.

Após o dado, as apostas de corte de 50 pontos-base nos juros se tornaram majoritárias.

Agora, os traders veem 61% de chance de o banco central colocar os juros na faixa de 4,75% a 500% ao ano, de acordo com a ferramenta de monitoramento FedWatch, do CME Group. Na sexta-feira (13), a probabilidade era de 50%.

Já a probabilidade de o Fed cortar 25 pontos-base, que colocaria os juros nos EUA no intervalo de 5,00% a 5,25% ao ano, é de 39%, ante 50% do dia útil anterior.

Na primeira hora de negociações, o índice Dow Jones renovou a máxima histórica intradia aos 41.692,34 pontos. Já  o S&P 500 fechou o pregão próximo do recorde histórico. Nasdaq caiu puxado pela ações de tecnologia.

Confira o fechamento dos índices de Nova York:

  • S&P 500: +0,13%, aos 5.633,09 pontos;
  • Dow Jones: +0,55%, aos 41.633,09 pontos;
  • Nasdaq: -0,52%, aos 17.592,13 pontos.

 

Jornalista formada pela PUC-SP. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
Jornalista formada pela PUC-SP. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.