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Ibovespa (IBOV) fecha em alta pela 10ª vez consecutiva e sobe mais de 2% na semana; dólar cai a R$ 5,43

12 jul 2024, 17:14 - atualizado em 12 jul 2024, 17:25
ibovespa ibov feriado
Com poucos destaques locais, o mercado doméstico acompanhou o exterior e repercutiu novas declarações do ministro da Fazenda. (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

O avanço do Ibovespa (IBOV) não deu trégua e fechou em alta pelo 10º dia consecutivo. Com o desempenho, o índice registra a maior série de ganhos desde um intervalo entre o fim de 2017 e o início de 2018, quando avançou por 11 sessões seguidas. 

O principal índice da bolsa brasileira encerrou com avanço de 0,47%, aos 128.896,98 pontos. Na semana, o índice acumulou alta de 2,09%. 

Já o dólar à vista (USBRL) terminou a sessão a R$ 5,4311, com baixa de 0,21%. Na semana, a moeda norte-americana recuou 0,57%. 

Com poucos destaques locais, o mercado doméstico acompanhou o exterior e repercutiu novas declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em evento da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji).

Entre os destaques, o chefe da pasta econômica disse que a expansão fiscal neste momento não é boa para o Brasil. Ele também afirmou que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva cortará gastos primários para ajustar as contas públicas, se for necessário.

Em segundo plano, os investidores reagiram a novos dados econômicos.

O volume do setor de serviços ficou estável em maio em relação a abril, segundo dados divulgados pelo pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O consenso de mercado era de recuo de 0,7% na base mensal. Na comparação anual, o setor teve alta de 0,8%, já descontado o efeito da inflação.

“Assim como os dados de vendas no varejo divulgados ontem, o setor de serviços surpreendeu para cima em maio, especialmente os serviços prestados às famílias e transportes. De maneira geral, as enchentes do Rio Grande do Sul parecem ter tido efeito menor do que o esperado sobre a atividade econômica em maio e os dados para junho seguem apontando para uma atividade econômica resiliente”, afirma a economista do Itaú BBA, Marina Garrido.

No exterior, as atenções dos investidores voltaram-se ao dado de inflação ao produtor dos Estados Unidos — que ficou acima do esperado, mas não influenciou nas apostas de corte nos juros pelo Federal Reserve (Fed) em setembro, que se mantiveram acima de 90%.

O mercado também repercutiu o início da temporada de balanços do segundo trimestre e a corrida presidencial seguiu no radar.

Altas e quedas do Ibovespa

Entre os ativos, Ambipar (AMBP3) recuou mais de 16% em um movimento de realização dos lucros. Ontem (11), o acionista Tércio Borlenghi Junior, que também é CEO da companhia, passou a deter 73% do capital social total e votante da companhia — que resultou em uma forte alta dos papéis em um movimento de short squeeze. 

Na ponta negativa do Ibovespa, as ações da Isa Cteep (TRPL4), antiga Transmissão Paulista, lideraram as perdas do índice desde o início do pregão. Os papéis foram pressionados com a notícia de que a Eletrobras fará uma oferta secundária de até 130 milhões de ações que detém na transmissora de energia.

A operação que está alinhada à estratégia da Eletrobras (ELET3) de simplificação de portfólio e alienação de participações minoritárias e não estratégicas. A fixação do preço está prevista para 18 de julho.

Já entre as maiores altas do Ibovespa, o destaque do dia foi B3 (B3SA3). As ações da dona da bolsa de valores subiram mais de 3% em meio à análise de dados operacionais divulgados na véspera (11). Apesar da queda no número de investidores e do volume médio diário, os analistas do Goldman Sachs e do Citi chamaram a atenção para o desempenho no segmento de derivativos.

Vale (VALE3) avançou mais de 1% na esteira do minério de ferro em Dalian, na China. Além disso, a mineradora anunciou um acordo com a BHP relacionado a ações coletivas no Reino Unido e Holanda sobre o rompimento da Barragem de Fundão, em Mariana (MG), em 2015.

Petrobras (PETR3;PETR4) recuou em sintonia com o desempenho do petróleo.

Exterior 

Nos Estados Unidos, os principais índices de Wall Street subiram em um dia movimentado. Um dia após o dado de inflação do país (CPI, na sigla em inglês) elevar as apostas de corte nos juros pelo Federal Reserve (Fed), hoje foi a vez do índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês).

O PPI aumentou 0,2% em junho, depois de ter ficado inalterado em maio, informou o Departamento do Trabalho n0rte-americano. Economistas consultados pela Reuters haviam previsto alta de 0,1%. Nos 12 meses até junho, o índice subiu 2,6%, depois de avançar 2,4% em maio.

Apesar do avanço, as apostas de redução nos juros se mantiveram. Os traders veem 96% de chance de um corte na taxa de juros em setembro, acima dos 77,7% de uma semana atrás, de acordo com o FedWatch do CME Group.

Além disso, a temporada de balanços do segundo trimestre começou — e os bancos foram os primeiros a divulgarem os resultados.

O lucro do segundo trimestre do JPMorgan Chase aumentou devido a um impulso do aumento das taxas de investimento e a um ganho contábil de 8 bilhões de dólares de um acordo de troca de ações com a Visa. Entretanto, as ações do maior banco do mundo caíam 1,9%.

O Wells Fargo perdia 6,9%, já que o banco não cumpriu as estimativas para a receita trimestral de juros, enquanto o Citigroup tinha queda de 2,8% mesmo depois de registrar um aumento na receita de investimento e ganhos em sua divisão de serviços.

Em destaque, o índice de Dow Jones renovou recorde aos 40 mil pontos e avançou 1,8% na semana.

Confira o fechamento dos índices de Nova York:

  • S&P 500: +0,55%, aos 5.615,35 pontos;
  • Dow Jones: +0,62%, aos 40.000,90 pontos;
  • Nasdaq: +0,63%, aos 18.398,45 pontos.

Jornalista formada pela PUC-SP. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
Jornalista formada pela PUC-SP. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
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