Ibovespa ‘equilibra pratos’ e sobe com Vale (VALE3) e Wall Street; dólar cai a R$ 5,64
O Ibovespa (IBOV) zerou as perdas da semana com apoio das commodities, em dia de atenções divididas por dados de inflação nos Estados Unidos.
Nesta quarta-feira (11), o principal índice da bolsa brasileira fechou com alta de 0,27%, aos 134.676,75 pontos.
Já o dólar à vista (USBRL) terminou a sessão a R$ 5,6498 (+1,32%).
No cenário doméstico, o mercado repercutiu novos dados econômicos.
O volume de serviços no Brasil teve resultado bem melhor do que o esperado em julho e cresceu pelo segundo mês seguido, iniciando o terceiro trimestre em patamar recorde e com um resultado que segue favorecendo o desempenho econômico.
O avanço foi de 1,2% em relação a junho. A expectativa do era de um recuo de 0,1%.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou o governo revisará a projeção oficial para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2024 para pelo menos 3%, tratando esse patamar como um “piso” que está “praticamente contratado”.
“Algo bastante consistente, 3% de crescimento, talvez até um pouco mais. Nós devemos divulgar esta semana, mas eu acredito que o piso de 3% já está praticamente contratado”, disse Haddad, pontuando que a atividade melhor também deve impactar positivamente a arrecadação tributária.
Em meio a um período de seca e intensas queimadas no país, o ministro destacou que “a inflação preocupa um pouquinho”, sobretudo em virtude dos eventos climáticos, que podem ter efeito sobre preços de alimento e energia.
A uma semana da próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), o chefe da pasta econômica ainda afirmou que efeitos gerados pelas questões climáticas deste ano “não se resolvem com juros” e que o Banco Central tem quadro técnico consistente para tomar a melhor decisão.
Altas e quedas da bolsa
Entre os destaques da bolsa, as ações de Vale (VALE3) avançaram, e ficaram entre os papéis mais negociados do mercado brasileiro, com a revisão da produção do minério de ferro para este ano, após um semestre mais forte do que o esperado.
A empresa, uma das maiores produtoras de minério de ferro do mundo, espera uma produção entre 323 milhões e 330 milhões de toneladas métricas em 2024, elevando a previsão anterior de 310 milhões a 320 milhões.
Além disso, a recuperação do minério de ferro contribuiu para o desempenho as ações da mineradora. O contrato de janeiro do minério de ferro mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) da China encerrou as negociações do dia com alta de 1,09%, a US$ 97,46 a tonelada.
A ponta positiva do Ibovespa, porém, foi liderada pela empresa de educação Yduqs (YDUQ3), após a gestora SPX aumentar a participação para cerca de 5,19% do capital social da companhia. Os papéis também foram impulsionados pelo alívio nos juros de longo prazo — e puxaram o desempenho de Cogna (COGN3).
A Brava Energia (BRAV3), ex-3R Petroleum, figurou também entre as maiores altas do Ibovespa com reação aos dados da produção de agosto e avanço na operação do FPSO Atlanta.
Já na ponta negativa, IRB(Re) (IRBR3) liderou as perdas após o JP Morgan rebaixar a recomendação para as ações da empresa para venda.
B3 (B3SA3) recuou mais de 2% com a revisão das estimativas pelo Bank of America (BofA), que levou ao rebaixamento da recomendação para neutro e ao corte no preço-alvo de R$ 14 para R$ 13.
Entre as blue chips, Petrobras (PETR4;PETR3) ficou próximo da estabilidade, sem tração do desempenho positivo do petróleo.
Exterior
As bolsas dos Estados Unidos operaram voláteis durante todo o pregão, mas firmaram alta na reta final do dia com a recuperação das ações de tecnologia.
Depois do debate entre Donald Trump e Kamala Harris, candidatos à Casa Branca, os investidores concentraram as atenções nos dados de inflação.
O Índice de Preços ao Consumidor (CPI) do país avançou 0,2% em agosto, em linha com o esperado. Na base anual, a inflação acumula alta de 2,5%, levemente abaixo das projeções do mercado.
Contudo, o núcleo do CPI, que exclui os itens mais voláteis como alimentos e combustíveis, avançou 0,3% no mês, acima do previsto e registrou alta de 3,2% na comparação anual.
Após o CPI vir em linha com esperado e leve aceleração no núcleo do índice em agosto, o mercado elevou as apostas de corte de 25 pontos-base nos juros dos Estados Unidos na próxima semana.
Agora, os traders veem 85% de chance de o banco central colocar os juros na faixa de 5,00% a 5,25% ao ano, de acordo com a ferramenta de monitoramento FedWatch, do CME Group. Já a probabilidade de o Fed cortar 50 pontos-base é de 15%.
O Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla me inglês) se reúne entre os dias 17 e 18 de setembro.
Confira o fechamento dos índices de Nova York:
- S&P 500: +1,07%, aos 5.554,13 pontos;
- Dow Jones: +0,31%, aos 40.861,71 pontos;
- Nasdaq: +2,17%, aos 17.395,53 pontos.
*Com informações de Reuters