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Ibovespa fecha acima de 121 mil pontos com exterior positivo e disparada de Lojas Renner

16 abr 2021, 17:12 - atualizado em 16 abr 2021, 18:08
Ibovespa B3
O Ibovespa subiu 0,33%, a 121.100,99 pontos, de acordo com dados preliminares (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

O Ibovespa (IBOV) fechou em alta nesta sexta-feira, arrematando mais uma semana de valorização, a terceira seguida, em movimento endossado por máximas em Wall Street e noticiário corporativo aquecido, embora tenha ocorrido pouco avanço palpável nas frentes de saúde, política e fiscal no Brasil.

Nos Estados Unidos, os primeiros balanços da temporada do primeiro trimestre chancelaram a percepção de forte recuperação já indicada por dados econômicos e apoiada principalmente na agilidade do processo de vacinação no país.

Em Nova York, o S&P 500 bateu recordes consecutivos, assim como o Dow Jones.

Além disso, números sobre a economia chinesa continuaram alimentando perspectivas positivas para a demanda de matérias-primas, produto de empresas que correspondem a uma parcela relevante na composição do Ibovespa, e que se beneficiam do atual cenário de reabertura, reflação e rotação de portfólios.

Vale, dona da maior fatia na carteira teórica do Ibovespa, de mais de 11%, renovou recordes nessa semana, quando acumulou valorização de 5,5%. Na quinta-feira, a cotação chegou a 109,88 reais na máxima, maior patamar intradia.

Em paralelo, o noticiário corporativo brasileiro desencadeou oscilações expressivas na bolsa paulista, com destaque para GPA, Cia Hering e Lojas Renner, entre outras. Menos sorte tiveram as novas, como Mater Dei e Allied, com estreias em baixa.

Na visão do estrategista da RB Investimentos, Gustavo Cruz, o foco na semana ficou mais em questões corporativas, incluindo o começo de nova temporada de balanços nos EUA.

O foco na semana ficou mais em questões corporativas, incluindo o começo de nova temporada de balanços nos EUA (Imagem: REUTERS/Brendan McDermid)

“O exterior puxa (essa recuperação), o Ibovespa acaba sendo beneficiado”, afirmou.

Os cenários macroeconômico e político no país, porém, continuam minando o sentimento de agentes financeiros, evitando uma retomada com mais fôlego das ações, embora no caso da pandemia de Covid-19 a percepção é de que se trata de um problema de execução, dado que a vacina já existe.

Além disso, acrescentou Cruz, apesar de os números da pandemia ainda não mostrarem uma melhora relevante e o ritmo de vacinação continuar lento, alguns Estados começaram a afrouxar restrições, reabrir comércio e outras atividades, o que acabou também ajudando algumas empresas na bolsa.

Em entrevista à Reuters nessa semana, o responsável pela estratégia de renda variável na AZ Quest, Eduardo Carlier, afirmou que o maior problema do Brasil ainda é o quadro fiscal. “É esse componente que gera maior incerteza”, disse.

Nesta sexta-feira, o Ibovespa subiu 0,34%, a 121.113,93 pontos, com alta de 2,93% na semana e ampliando o ganho em abril a 3,84% No ano, agora tem acréscimo de 1,76%.

O índice Small Caps avançou 0,87%, a 2.965,79 pontos, com alta de 2,16% na semana e 6,02% no mês, ampliando a alta em 2021 para 5,08%.

O volume negociado no pregão nesta sexta-feira somou 30 bilhões de reais.

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Destaques do mês:

Hering (HGTX3) dispara 45,25%, catapultada pelo anúncio de que a varejista de moda recebeu -e recusou- proposta de fusão da fabricante de calçados e acessórios Arezzo. A Cia Hering afirmou que manterá o plano estratégico de combinar construção de marcas e expansão, com a busca por crescimento orgânico, e análise de “oportunidades inorgânicas”, abrindo espaço para avaliação de que ela virou alvo de aquisição.

Hering dispara 45,25%, catapultada pelo anúncio de que a varejista de moda recebeu e recusou proposta de fusão da Arezzo (Imagem: Money Times/Vitória Fernandes)

CSN (CSNA3) valoriza-se 26,65%, tendo renovado cotações recordes, com o setor de mineração e siderurgia ainda beneficiado por perspectivas de reabertura pós-Covid e estímulos econômicos no exterior para reavivar as economias, além de ambiente favorável a reajuste de preço de aço no Brasil. No caso de CSN, há ainda a perspectivas de desalavancagem do grupo. Nem o imbróglio no porto de Itaguaí esfriou o apetite pela ação. No setor, VALE ON avança 10,92%, Usiminas (USIM5) sobe 26,14%, Gerdau (GGBR4) registra acréscimo de 7,64%.

Braskem (BRKM5) apura alta de 25,93%, ampliando o ganho no ano para 112%, em meio a expectativas ligadas à venda da participação da Novonor (ex-Odebrecht) na petroquímica. O papel também vem encontrando suporte na visão do mercado de que a empresa está bem posicionada para aproveitar a sólida demanda por produtos petroquímicos, além do processo de desalavancagem e o progresso contínuo nas frentes de Alagoas e México.

BRF (BRFS3) contabiliza declínio de 6,46%, diante do cenário de alta dos preços de grãos e potencial aumento das matérias-primas da ração animal. Na semana passada, o presidente do conselho de administração da BRF, Pedro Parente, disse que os preços das commodities agrícolas estão em patamares bastante altos e o cenário é de firmeza nas cotações, com a China importando produtos “como nunca” enquanto recompõe seu plantel de suíno.

Sulamérica (SULA11) recua 5,53%, dando sequêencia à correção após a disparada em meados de março, tendo no radar a oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês) da Caixa Seguridade, que pode movimentar 6,5 bilhões de reais e tem precificação prevista para 27 de abril. No fim de março, o Credit Suisse cortou o preço-alvo das units – de 46,13 para 36 reais – e reiterou recomendação ‘underperform’

Energisa (ENGIE11) perde 3,98%, penalizada pela decisão da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) de adiar reajuste tarifário de unidades dela que atuam no Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, enquanto avalia saídas para conter o forte aumento de custos para consumidores neste ano. A companhia também anunciou oferta pública de compra de ações (OPA) da Rede Energia, que ocorrerá em 14 de maio, na B3.