Ibovespa fecha acima de 115 mil pontos e renova máximas desde fevereiro
O Ibovespa (IBOV) fechou em alta nesta quinta-feira, superando os 115 mil pontos pela primeira vez desde fevereiro e reduzindo ainda mais a perda acumulada em 2020, fortalecido pela alta de blue chips apesar da hesitação em Wall Street.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 1,88%, a 115.125,63 pontos, reduzindo a perda no ano a 0,45%. Na máxima da sessão, alcançou 115.261,71 pontos. O volume financeiro somou 39,6 bilhões de reais.
Desde o começo da semana, o Ibovespa vinha ultrapassando os 114 mil pontos durante o pregão, mas sem fôlego para segurar até o final o patamar perdido em fevereiro, antes do forte ajuste negativo desencadeado pela pandemia de Covid-19.
Apesar de não ter renovado as máximas apuradas em janeiro, quando encostou em 120 mil pontos, o Ibovespa já acumula valorização de mais de 85% desde as mínimas de março, abrindo espaço para movimentos de realização de lucros, embora tímidos.
Essas operações se refletiram em alguma hesitação na primeira etapa do dia, mas o viés positivo se firmou nas horas seguintes, com a alta de commodities como o petróleo e o futuro do minério de ferro na China respaldando o movimento.
De pano de fundo, permanecem as expectativas atreladas aos programas de vacinação contra o coronavírus que começam a ser divulgados por vários países, incluindo o Brasil.
“A descoberta da vacina tem sido um catalisador chave para o rali em ativos de mercados emergentes, com moedas e ações valorizando-se significativamente na segunda quinzena de novembro”, destacou a Oxford Economics, em relatório.
Na visão da economista sênior Maya Senussi, os ativos de emergentes têm a ganhar ainda mais se as tendências globais atuais continuarem.
Dados da B3 mostram que dezembro continuou registrando entrada líquida de estrangeiros no mercado secundário de ações, com o saldo em 5,9 bilhões de reais até o dia 8, reduzindo mais um pouco o déficit no ano, a 45,6 bilhões de reais.
Destaques
Rede D’or São Luiz (RDOR3) fechou em alta de 7,73%, a 62,40 reais, após o grupo de hospitais precificar oferta inicial de ações a 57,92 reais por papel, movimentando 11,39 bilhões de reais.
A operação marcou o maior IPO de uma companhia brasileira desde 2013 e avaliou o grupo em 112,5 bilhões de reais. Na máxima da sessão, o papel avançou a 65,92 reais.
CSN (CSNA3) disparou 10,50%, fechando a 28,53 reais, recorde de fechamento, após renovar máxima intradia a 28,61 reais, na esteira de projeções da siderúrgica apontando queda no endividamento no próximo ano, bem como previsão de que o IPO de sua unidade de mineração ocorra em janeiro. “Temos oportunidade real de colocar o IPO da mineração no mercado na primeira semana de janeiro”, disse o presidente-executivo da CSN, Benjamin Steinbruch.
Vale (VALE3) avançou 2,78%, também renovando cotações recorde – 85 reais para fechamento e 85,22 reais para intradia, em meio ao salto de mais de 7% do futuro do minério de ferro na China. Analistas do UBS elevaram o preço-alvo do ADR da companhia de 13 para 19 dólares.
As negociações sobre fundos de reparação por Brumadinho entre a Vale e o governo de Minas Gerais também continuam no radar. No final do pregão, a S&P divulgou revisão da perspectiva do rating da Vale para ‘estável’, de ‘negativa’, com nota ‘BBB-‘.
Petrobras (PETR4) avançou 3,27%, na esteira do forte aumento dos preços do petróleo no mercado internacional, onde o contrato de Brent fechou em alta de 2,84%, a 50,25 dólares o barril.
Petrobras (PETR3) subiu 3,63%.
No setor, Petrorio (PRIO3) fechou em alta de 6,08%.
Itaú Unibanco (ITUB4) valorizou-se 3,31% e Bradesco (BBDC4) subiu 4,12%, com o setor de bancos ainda se beneficiando da rotação de portfólios para ações de ‘valor’.
Banco do Brasil (BBAS3) fechou em alta de 5,2%, em sessão também marcada por evento com analistas e investidores, do qual a equipe do Safra saiu com uma visão otimista do banco, apoiada em perspectivas de que o BB deve aumentar sua rentabilidade.
Sulamerica (SULA11) avançou 4,87%, com a equipe do BTG Pactual (BPAC11) reiterando recomendação de ‘compra’ para os papéis após participar de evento da seguradora com analistas e investidores, destacando que se trata de uma das melhores opções em saúde, oferecendo uma combinação vencedora de valuation relativamente atraente e um ‘momentum’ robusto de lucros.
Suzano (SUZB3) caiu 3,68%, acompanhando o declínio de 2,55% do dólar em relação ao real, enquanto, ainda no setor de papel e celulose, Klabin (KLBN11) fechou acréscimo de 0,29%.
Magazine Luiza (MGLU3) recuou 2,42%, atingida por realização de lucros após forte valorização desde o começo da pandemia.
Na mesma linha, Via Varejo (VVAR3) perdeu 1,1%. B2W (BTOW3), que sobe menos no ano do que as rivais, mudou de sinal e encerrou o dia com elevação de 0,12%.