Ibovespa fecha abaixo de 100 mil pontos com ruídos sobre Guedes
O tom negativo prevaleceu na bolsa paulista nesta segunda-feira, com o Ibovespa fechando abaixo dos 99 mil pontos, com ações de bancos entre as maiores pressões de baixa, em meio a ruídos envolvendo o ministro da Economia.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 1,73%, a 99.595,41 pontos, menor patamar de fechamento desde 13 de julho. No pior momento do dia, chegou a 98.513,34 pontos. Na máxima, a 101.688,98 pontos.
O volume financeiro somou 45,28 bilhões de reais, elevado pelo vencimento de opções sobre ações na bolsa, que movimentou 12,8 bilhões de reais.
A debandada recente no Ministério da Economia e sinalizações divergente sobre políticas fiscais do governo federal, incluindo intenção de aumentar o gasto público, tem preocupado o mercado sobre a permanência de Paulo Guedes à frente da pasta.
Nesta segunda-feira, o subsecretário de Política Macroeconômica, Vladimir Kuhl Teles, deixou o cargo, aumentando o número de baixas recentes nos quadros da Economia.
Fontes da equipe afirmaram à Reuters que a saída de Guedes do governo não está na mesa.
O próprio ministro também tem reiterado que não deixará o governo. No mercado, contudo, as especulações não arrefeceram.
“Só se fala em eventual saída de Paulo Guedes e sem saber quem assumiria”, afirmou o superintendente da mesa de operações da Necton, Marcos Tulli.
As aflições com o ambiente doméstico blindaram o pregão brasileiro do viés mais positivo no exterior, onde o S&P 500 (US500) fechou em alta de 0,27%, mesmo trajetória do petróleo, com o Brent subindo 1,3%.
“Mais uma vez a preocupação com o rumo do fiscal penalizou o mercado brasileiro”, afirmou o analista Rafael Ribeiro, da Clear Corretora, lembrando que a saúde fiscal é um dos requisitos para a manutenção da política monetária expansionista no país.
Nesta segunda-feira, a B3 também divulgou nova prévia para a composição do Ibovespa que irá vigorar de setembro a dezembro, mantendo a entrada das ações da Eztec (EZTC3) e da Petrorio, sem nenhuma exclusão.
Destaques
Itaú Unibanco (ITUB) recuou 2,39% e Bradesco (BBDC4) caiu 2,92%, em meio aos ruídos envolvendo o ministro da Economia e potenciais efeitos fiscais de uma eventual mudança na pasta.
Petrobras (PETR4)cedeu 0,31%, também contaminada pela aversão a risco local, descolando da alta do petróleo no mercado internacional.
Petrobras (PETR4) fechou com variação positiva de 0,04%.
Vale (VALE3) subiu 1,43%, beneficiada pela alta do minério de ferro na China e do dólar em relação ao real, com o setor de mineração e siderurgia apresentando melhor desempenho do que o Ibovespa.
Cia Hering (HGTX3) despencou 8,34%, devolvendo boa parte da alta da última sexta-feira, quando o papel da verejista de moda fechou com elevação de mais de 10%.
Marfrig (MRFG3) avançou 5,37%, capitaneando os ganhos no setor de proteínas, beneficiado pelo dólar em alta ante o real e perspectivas favoráveis para a demanda.
Gol (GOLL4) perdeu 6,05%, em meio ao ambiente ainda difícil para o setor em razão da pandemia de Covid-19.
Azul (AZUL4) fechou com declínio de 5,51%.
Magazine Luiza (MGLU3) perdeu 0,13%, antes da divulgação do balanço no final do dia.
No setor, B2W (BTOW3) cedeu 4,52%, enquanto Via Varejo (VVAR3) caiu 5,7%.