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Ibovespa cai na véspera da ‘Super-Quarta’ e destoa da recuperação de Wall Street; dólar recua a R$ 5,86

28 jan 2025, 18:21 - atualizado em 28 jan 2025, 18:27
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O Ibovespa fecha em queda na véspera da 'Super-Quarta' puxada por Vale e na contramão das bolsas de Nova York (Imagem: iStock/Lemon_tm)

Em mais um dia de espera pela ‘Super-Quarta’, o Ibovespa (IBOV) devolveu parte dos ganhos da véspera e encerrou as negociações em queda. O movimento foi puxado por Vale (VALE3), que caiu mais de 2%, e pela liquidez limitada por China com o feriado do “Ano Novo Chinês”. A recuperação das bolsas de Nova York ajudaram a conter as perdas do dia.

Nesta terça-feira (28), o principal índice da bolsa brasileira fechou com queda de 0,65%, aos 124.055,50 pontos. 

Já o dólar à vista (USBRL) encerrou as negociações a R$ 5,8696 (+0,74%) — no menor nível desde 26 de novembro.

No cenário doméstico, os investidores ficaram, mais uma vez, em compasso de espera pela decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central. O mercado espera uma alta de 1 ponto percentual da Selic, para 13,25%, seguindo a sinalização do BC de dezembro. Atualmente, a taxa básica de juros está em 12,25%.

A decisão do Copom será divulgada amanhã (29) depois do fechamento do mercado.

Além disso, a Receita Federal divulgou que a arrecadação do governo federal teve alta real de 9,62% em 2024 sobre ano anterior, somando R$ 2,653 trilhões – no melhor resultado anual já registrado na série histórica do governo, iniciada em 1995.

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Altas e quedas no Ibovespa

Entre os ativos negociados no Ibovespa, as ações cíclicas devolveram os ganhos da véspera a despeito da continuidade do alívio na curva de juros nos vencimentos mais curtos e o enfraquecimento do dólar. Os papéis foram pressionados pela realização e ajuste de posições dos investidores na véspera da decisão sobre os juros.

A ponta negativa foi liderada por Cogna (COGN3) e CVC (CVCB3).

Mas os holofotes foram concentrados em Vale (VALE3). Sendo a ação mais negociada na bolsa brasileira, Vale caiu mais de 2% na expectativa pelos números da prévia operacional do quarto trimestre.

Além da falta de referência do minério de ferro, com o mercado asiático fechado até 4 de fevereiro, a mineradora foi pressionada pela previsão do Citi sobre a commodity.

Na visão do banco, a a demanda chinesa por minério de ferro pode encolher em até 80 milhões de toneladas, devido aos desafios econômicos enfrentados pela China.

Ainda entre os pesos-pesados, Petrobras (PETR4;PETR3) também fechou em queda, na contramão do desempenho do petróleo, e os bancos fecharam sem direção única.

Já a ponta positiva do Ibovespa foi liderada por IRB(Re) (IRBR3).

Exterior 

Nos Estados Unidos, as bolsas de Wall Street recuperaram parte das perdas da véspera, com alta das ações de tecnologia.

Em destaque, os papéis da Nvidia subiram mais de 7% hoje. Ontem (27), a companhia tombou cerca de 17% e perdeu quase US$ 600 bilhões em valor de mercado com a ameaça da China na corrida da inteligência artificial.

No começo da semana, a startup chinesa DeepSeek lançou um modelo de IA por uma fração dos bilhões gastos no Vale do Silício – o que resultou no aumento das preocupações dos mercados sobre um possível estouro da bolha das ações de tecnologia.

Hoje, os investidores também operaram em compasso de espera da decisão do Comitê Federal do Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do Federal Reserve na próxima quarta-feira (29), a primeira reunião desde a posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos. A expectativa é de que o Banco Central mantenha os juros na faixa de 4,25% a 4,50%.

Confira o fechamento dos índices de Nova York:

  • S&P 500:+0,92%, aos 6.067,701 pontos;
  • Dow Jones: +0,31%, aos 44.850,35 pontos;
  • Nasdaq: +2,03%, aos 19.733,59 pontos.
Repórter
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.