Ibovespa ignora Wall Street, salta quase 2% e fecha acima dos 124 mil pontos pela 1ª vez no ano; dólar cai a R$ 5,91
O Ibovespa (IBOV) iniciou a última semana de janeiro na expectativa pela ‘Super-Quarta’. Os Bancos Centrais do Brasil e dos Estados Unidos divulgam as decisões sobre os juros na próxima quarta-feira (29). Mas as atenções do dia foram concentradas no exterior, com a ameaça da China no segmento de inteligência artificial – que abalou as ações das gigantes de tecnologia norte-americanas.
Nesta segunda-feira (27), o principal índice da bolsa brasileira fechou com alta de 1,97%, aos 124.861,50 pontos.
Já o dólar à vista (USBRL) encerrou as negociações a R$ 5,9133 (-0,09%).
No cenário doméstico, os investidores ficaram em compasso de espera.
Perto do fechamento, a curva a termo precificava 90% de probabilidade de elevação de 100 pontos-base da taxa básica Selic na quarta-feira (29), contra 10% de chance de aumento de 125 pontos-base. Atualmente, a Selic está em 12,25% ao ano.
Altas e quedas no Ibovespa
Entre os ativos negociados no Ibovespa, as ações cíclicas ganharam fôlego e lideraram os ganhos do principal índice da bolsa brasileira com o alívio na curva de juros mais longos e enfraquecimento do dólar – que elevaram o apetite ao risco doméstico.
Entre os destaques, Magazine Luiza (MGLU3) fechou com alta de mais de 10%. Entre os pesos-pesados, Vale (VALE3) e Petrobras (PETR4;PETR3) também subiram mais de 1% no embalo da alta generalizada.
Apenas três ações fecharam em queda. WEG (WEGE3) foi puxada pelas notícias envolvendo a startup chinesa DeepSeek — vista como ameaça a hegemonia norte-americana no setor de tecnologia — e que poderia impactar negativamente o ramo de negócios de Transmissão e Distribuição (T&D) da empresa brasileira.
Embraer (EMBR3) realizou os ganhos recentes. Já RD Saúde (RADL3), antiga Raia Drogasil, caiu com a notícia de que o setor de supermercados pediu uma autorização ao governo para vender medicamentos sem prescrição médica. O pedido foi assunto da reunião entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, indústrias e varejistas na semana passada.
Exterior
Nos Estados Unidos, as bolsas de Wall Street fecharam sem direção única, com a ameaça da China no segmento de inteligência artificial (IA).
A startup chinesa DeepSeek lançou um modelo de IA por uma fração dos bilhões gastos no Vale do Silício – o que resultou no aumento das preocupações dos mercados sobre um possível estouro da bolha das ações de tecnologia.
Em reação, as ações das principais empresas de tecnologia registraram fortes perdas em Wall Street, entre elas ASML Holding, AMD e Microsoft. Os papéis de Nvidia caíram quase 20% durante a sessão, o que resultou na perda de quase US$ 600 bilhões em valor de mercado e o ‘abandono’ do posto de empresa mais valiosa do mundo.
Confira o fechamento dos índices de Nova York:
- S&P 500: -1,46%, aos 6.012,28 pontos;
- Dow Jones: +0,65%, aos 44.713,58 pontos;
- Nasdaq: -3,07%, aos 19.341,83 pontos.