Ibovespa ignora ‘salto’ de NY e cai com Vale (VALE3); dólar sobe a R$ 5,75

Ibovespa fechou em queda em dia de menor liquidez, cautela com o fiscal e tarifas de Trump no radar; dólar avança (Imagem: MariuszBlach/Getty Images)

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O Ibovespa (IBOV) devolveu parte dos ganhos das sessões anteriores, pressionado pela retomada de incertezas sobre o cenário fiscal, desempenho do setor de mineração e novas ameaças tarifárias dos Estados Unidos.

Nesta segunda-feira (24), o principal índice da bolsa brasileira fechou com queda de 0,77%, aos 131.321,44 pontos.

Já o dólar à vista (USBRL) encerrou as negociações a R$ 5,7524, com alta de 0,61%.

No cenário doméstico, os investidores repercutiram declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, geraram mal-estar no mercado nas primeiras horas do dia. Em evento, ele disse que “do ponto de vista da arquitetura, o arcabouço funciona; as metas você pode mudar”.

Depois do fim do evento — e a reação negativa do mercado —, o chefe da pasta econômica afirmou que a expressão teve o entendimento “distorcido”. “[Eu] disse que gosto da arquitetura do arcabouço fiscal. Que estou confortável com os seus atuais parâmetros”, afirmou o ministro em publicação no X, antigo Twitter.

O mercado ainda seguiu em compasso de espera pela ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que deve trazer mais detalhes sobre a decisão de política monetária

Na última quarta-feira (19), o Copom elevou a Selic para 14,25% ao ano — cumprindo o guidance dado em dezembro. No comunicado, o colegiado do Banco Central sinalizou uma nova alta na taxa básica de juros na próxima reunião, em maio.

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Altas e quedas no Ibovespa 

Com o forte avanço do petróleo no mercado internacional, as ações da Brava Energia (BRAV3) lideraram os ganhos do Ibovespa com salto de mais de 10%.

O contrato mais líquido do petróleo Brent, referência para o mercado internacional, para maio, subiu 1,06%, a US$ 72,37 o barril na Intercontinental Exchange (ICE), em Londres. O óleo avanço na expectativa de que as tarifas de importação impostas pelos Estados Unidos sejam mais brandas.

As ações da CVC (CVCB3) também foram destaques na ponta positiva do principal índice da bolsa brasileira. A companhia de turismo ganhou fôlego com os investidores à espera dos resultados do quarto trimestre de 2024 (4T24), que serão divulgados na próxima quarta-feira (26). 

Já a ponta negativa foi liderada por Embraer (EMBR3), que recuou apesar da valorização do dólar ante o real.

Entre os pesos-pesados, Petrobras (PETR4;PETR3) fechou em leve queda em realização de ganhos, mas as perdas foram limitadas pelo desempenho do petróleo. Vale (VALE3) também terminou a sessão em baixa.

Exterior 

Nos Estados Unidos, as bolsas de Nova York recuperaram as perdas da semana anterior.

Os agentes financeiros reduziram a aversão ao risco com otimismo de que o presidente Donald Trump pode deixar de implementar algumas tarifas anunciadas anteriormente, o que poderia evitar uma desaceleração econômica no país decorrente de uma guerra comercial prolongada.

Ele disse que poderá conceder a “muitos países” descontos nas tarifas. Em coletiva a jornalistas na Casa Branca, Trump ainda anunciou que qualquer país que compre petróleo ou gás da Venezuela pagará uma tarifa de 25% sobre negociações feitas com os EUA e também criará taxas sobre automóveis, alumínio e produtos farmacêuticos em breve.

Confira o fechamento dos índices de Nova York: 

• Dow Jones: +1,42%, aos 41.583,32 pontos;
• S&P 500: +1,76%, aos 5.767,57 pontos;
• Nasdaq: +2,27%, aos 18.188,59 pontos.