Mercados

Ibovespa dispara quase 3% e retoma os 122 mil pontos com inflação ‘mais fraca’ nos EUA; dólar cai a R$ 6,02

15 jan 2025, 18:21 - atualizado em 15 jan 2025, 18:23
ações ibovespa 155 mil pontos ação
O Ibovespa saltou mais de 3 mil pontos, puxado por Wall Street, após dados de inflação nos EUA elevarem apostas de mais cortes nos juros pelo Federal Reserve [Imagem: iStock (traffic_analyzer) / Canva - Montagem: Giovanna Figueredo]

O Ibovespa (IBOV) teve a terceira alta consecutiva puxada, dessa vez, por dados nos Estados Unidos — que aumentaram as chances de mais cortes nos juros norte-americanos pelo Federal Reserve neste ano.

Nesta quarta-feira (15), o principal índice da bolsa brasileira terminou a sessão com alta de 2,81%, aos 122.650,20 pontos. Com o apetite quase generalizado, apenas duas ações que compõem o índice fecharam em queda.

Já o dólar à vista (USBRL) encerrou as negociações a R$ 6,0252 (-0,35%).

No cenário doméstico, os investidores reagiram a novos dados econômicos. Entre eles, o volume de serviços teve queda de 0,9% em novembro ante o mês anterior. O resultado foi pior  que a expectativa dos analistas consultados pela Reuters, de recuo de 0,3%.

Além disso, o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, afirmou que as contas do governo central ficaram dentro da banda de tolerância da meta fiscal em 2024, próximas do centro do alvo.

O mercado ainda monitorou uma reunião do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Após o encontro, o chefe da pasta econômica afirmou que terá uma nova reunião com Lula sobre a sanção da regulamentação da reforma tributária, que deve ser realizada nesta quinta-feira (16).

Altas e quedas na bolsa

Entre os ativos negociados na bolsa, as ações da Gafisa (GFSA3) saltaram mais de 30% durante o pregão.

Já no Ibovespa, os papéis de Hapvida (HAPV3) ganharam destaque, com alta acima de 10%.

Marcopolo (POMO3) engatou mais uma alta com a avaliação positiva do Citi sobre a companhia. O banco iniciou a cobertura da empresa com recomendação de compra.

Entre os pesos-pesados, os bancos ‘surfaram na onda’ do apetite ao risco e subiram em bloco, encerrando o dia entre os papéis mais negociados na bolsa. O movimento também foi impulsionado pelos resultados do setor nos Estados Unidos — que aumentaram as expectativas pelos balanços

Vale (VALE3) e Petrobras (PETR4;PETR3) também tiveram ganhos acima de 1% com apoio do desempenho das commodities.

O contrato mais negociados do minério de ferro, com vencimento em maio, encerrou as negociações do dia com alta de 0,71%, a 782,5 yuans (US$ 106,73) a tonelada na na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) da China. No início da sessão, o contrato atingiu o maior valor desde 2 de janeiro, a 787,5 yuans a tonelada.

Já o petróleo avançou quase 3% com a previsão de aumento de demanda do óleo pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), queda nos estoques dos Estados Unidos e a despeito do anúncio de cessar-fogo entre Israel e Hamas na Faixa de Gaza.

Já na ponta negativa, Marfrig (MRFG3) e  Klabin (KLBN11) foram as únicas quedas na carteira do principal índice da bolsa brasileira. As companhias, por serem mais expostas ao mercado internacional, caíram na esteira do dólar.

Exterior 

Nos Estados Unidos, as bolsas de Wall Street reagiram ao Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês), que veio mais fraco do que o esperado e ao início da temporada de balanços com resultados dos bancos acima do esperado.

CPI subiu 0,4% em dezembro e fechou 2024 a 2,9%. Já o núcleo, que exclui itens voláteis como alimentos e energia, recuou para 0,2% no mês passado e para 3,2% no ano.

Ontem (14), Índice de Preços ao Produtor (CPI, na sigla em inglês) PPI avançou 0,2% em dezembro, após avanço de 0,4% em novembro. Os economistas consultados pela Reuters haviam previsto alta de 0,3%. No período de 12 meses até dezembro, o índice acelerou para 3,3%, após aumento de 3,0% em novembro.

Após os dados mais fracos, o mercado aumentou as apostas de maior afrouxamento monetário pelo Federal Reserve ao longo do ano. Os traders agora veem 30,5% de chance de o Fed reduzir os juros para a faixa de 3,75% a 4,00% neste ano, segundo a ferramenta de monitoramento FedWatch, do CME Group. Antes do CPI, a aposta de redução era de 25,5%. Atualmente, os juros estão entre 4,25% a 4,50%.

Para este mês, as apostas majoritárias são de manutenção dos juros. O Comitê Federal do Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do Fed se reúne entre os dias 28 e 29 — com a divulgação da decisão e entrevista coletiva com o presidente do Fed, Jerome Powell.

Confira o fechamento dos índices de Nova York:

  • S&P 500: +1,83%, aos 5.949,91 pontos;
  • Dow Jones: +1,65%, aos 43.221,55 pontos;
  • Nasdaq: +2,45%, aos 19.511,23 pontos.

LEIA TAMBÉM: ‘S&P 500 deve atingir 7.100 pontos’ neste ano, diz João Piccioni, CIO da Empiricus Gestão e convidado do evento gratuito Onde Investir em 2025

Compartilhar

TwitterWhatsAppLinkedinFacebookTelegram
Repórter
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
Giro da Semana

Receba as principais notícias e recomendações de investimento diretamente no seu e-mail. Tudo 100% gratuito. Inscreva-se no botão abaixo:

*Ao clicar no botão você autoriza o Money Times a utilizar os dados fornecidos para encaminhar conteúdos informativos e publicitários.

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies.

Fechar