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Ibovespa: Expectativa de juros maiores ‘suga’ retorno e Safra estabelece novo alvo; veja

03 jun 2024, 19:30 - atualizado em 03 jun 2024, 19:37
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Ainda segundo os cálculos dos analistas, o Ibovespa deverá continuar sendo negociado abaixo da média histórica (Imagem: Diana Cheng/Money Times)

O Ibovespa deverá entregar menos retorno, avalia o Safra. O banco cortou a projeção do índice de 155 mil para 145 mil pontos até o final do ano, potencial de alta de 18,7%. Para os próximos 12 meses, a expectativa é de um Ibovespa a 152 mil pontos.

Os analistas ajustaram a projeção diante de juros mais altos pela frente. Para a Selic, o banco avalia que as taxas vão terminar o ano em 10,25 pontos percentuais, contra 9,25 anteriores.

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Segundo Cauê Pinheiro, Carolina Carneiro, Nayane Kava e Luana Nunesas, que assinam o relatório, as preocupações com a inflação norte-americana e a situação fiscal doméstica têm demandado mais cautela dos investidores.

Só em maio, o índice despencou 3%.

Ainda conforme o quarteto, apesar da ausência de indícios de excesso de demanda e dos núcleos de inflação próximos do centro da meta, o mercado elevou sua expectativa de alta da inflação, o que torna menos prováveis cortes de juros nas próximas reuniões do Copom.

“Assim, nosso time de macroeconomia espera apenas mais uma redução na taxa Selic. O Banco Central poderá cortar a Selic mais à frente, caso se confirme o início do corte de juros nos EUA e na ausência de efeitos mais profundos do desastre no Rio Grande do Sul no IPCA, mas isso talvez só aconteça no ano que vem”, explicam.

Nesta segunda-feira, os economistas ouvidos pelo Banco Central voltaram a revisar as projeções de inflação para este ano. Segundo o Relatório Focus, as expectativas de alta para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCApassaram de 3,86% para 3,88%.

Já para 2025, a projeção do IPCA foi elevada de 3,75% para 3,77%; para 2026, a expectativa de alta passou de 3,85% para 3,60. O ano de 2027 permanece a projeção de 3,50%.

Já a Selic deve encerrar o ano em 10,25%, ante os 10% — a elevação na projeção é uma resposta para a postura mais conservadora adotada pelo Comitê de Política Monetária (Copom).

Ibovespa deve continuar barato

Ainda segundo os cálculos dos analistas, o Ibovespa deverá continuar sendo negociado abaixo da média histórica, a 7,4x o lucro para 2024, ou 7,2x, de acordo com os números de consenso de mercado.

O Safra estima um Lucro por Ação (LPA) em 2025 de 16.482 pontos, o que representa uma alta tímida de 4,4% sobre os números estimados para 2024.

Ao preço-alvo de 145 mil pontos, o Ibovespa estaria sendo negociado a um múltiplo P/L 2025 de 8,8x, cerca de 15% abaixo da média histórica de 10 anos de 10,35x.

“Acreditamos que esse desconto ante as médias históricas deve permanecer até que se confirme a trajetória de corte de juros nos EUA, o que deve acontecer apenas quando a atividade parecer mais estável e a inflação mostrar sinais de arrefecimento”, discorrem.

No documento, o Safra nota que esse cenário de juros mais altos por mais tempo continuará impactando o cenário doméstico e demandando prêmios de risco maiores.

“Além disso, as expectativas para a inflação brasileira continuam desancoradas, como mencionamos. Portanto, acreditamos que o Ibovespa deve seguir com um desconto acima do histórico, muito embora o
patamar corrente garanta um colchão para ganhar exposição a setores e nomes mais protegidos”, completa.

E quais ações comprar?

Na visão dos analistas, o Ibovespa acumula queda de 9,01% no ano, pois o mercado precificou os riscos, gerando dúvidas sobre a melhor estratégia no momento: aproveitar para adicionar risco (com valor /crescimento), ou buscar nomes com beta menor (defensivos).

Nesse cenário, o Safra recomenda papéis mais defensivos — com nomes como Itau (ITUB4), Vale (VALE3), TIM (TIMS3), GPS (GGPS3) e Copel (CPLE6) –, porém também aproveitando para adicionar nomes específicos de valor e/ou crescimento — Rumo (RAIL3), BTG (BPAC11) e Localiza (RENT3).

“Acreditamos que o cenário incerto ainda deve perdurar pelo menos até o terceiro trimestre (com as eleições americanas trazendo volatilidade adicional aos mercados)”, completam.

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