Coluna do Rodolfo Amstalden

Ibovespa: Este pode ser o pior mês da Bolsa, mas quanto ele será ruim, mesmo?

28 abr 2022, 12:29 - atualizado em 28 abr 2022, 12:29
Ibovespa Bolsa IBOV
“Precisamos viver cada pregão de uma vez, incluindo os dias em que a Bolsa cai”, diz Rodolfo Amstalden (Imagem: Reuters/Rahel Patrasso)

Existem os livros, filmes e séries que nos entristecem quando acabam.

Lamentamos por não ter virado as páginas mais devagar, ou por não ter adicionado pausas para ir ao banheiro, mesmo que a bexiga estivesse vazia.

Existem também as histórias que nos entristecem enquanto duram.

Essas são acompanhadas apenas pelas pessoas de natureza teimosa — que insistem, persistem e continuam até o fim.

O mês de abril tem sido um mês complicado, com queda da Bolsa e alta do dólar. Isso pode lhe render o epíteto de “o pior mês desde o pico da pandemia“.

Ao contrário dos livros e dos controles remotos, que cabem em nossas mãos, não temos o poder de encerrar um mês ruim antes que ele acabe de fato.

Viver um pregão de cada vez

Rodolfo Amstalden
Ao que tudo indica, abril termina bem melhor do que começou”, afirma Amstalden (Imagem: Divulgação/Empiricus)

Precisamos viver cada pregão de uma vez, incluindo os dias em que a Bolsa cai -1%, -2% ou -3%, e extrair deles algo de útil, ainda que seja um processo doloroso.

Ainda bem que funciona assim.

Não haveria aprendizado verdadeiro se tivéssemos a chance de escolher apenas os pedaços prazerosos da vida.

Ademais, se nos fosse dado o direito de encerrar abril antecipadamente, teríamos ignorado alguns importantes sinais de esperança à frente.

+ Petróleo abaixo de US$ 100.

+ Resultados de Meta e Microsoft lembram que existe geração intrínseca de valor.

+ Leituras de IPCA-15 e IGP-M abaixo do esperado sugerem que os mecanismos clássicos de transmissão monetária ainda funcionam por aqui.

+ Mercado antecipou um resultado mais fraco de Vale (VALE3), mas não antecipou o tamanho do buyback.

+ Novo Auxílio Brasil de R$ 400, em vez de R$ 600.

Nem tudo é ruim no pior mês desde o pico da pandemia. Ao que tudo indica, abril termina bem melhor do que começou.

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