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Ibovespa: Entenda o ruído entre Haddad e mercado que fez índice afundar

07 jun 2024, 19:14 - atualizado em 07 jun 2024, 19:30
fernando-haddad agenda meta fiscal
Na reunião, que ocorreu sem a presença de jornalistas, Haddad teria dado “alguns comentários preocupantes” sobre a situação fiscal do país (Imagem: REUTERS/Adriano Machado)

O Ibovespa, que já tinha dia para esquecer, afundou ainda mais por volta das 15h. Além do cenário externo negativo, o índice também absorveu ruídos de reunião de Fernando Haddad com investidores em São Paulo, que contou com a presença do CEO do Santander Brasil (SANB11), Mario Leão, e vários outros executivos do banco e de gestoras de ativos, como Bradesco Asset, Itaú Asset, Ibiúna Investimentos e Verde Asset.



Na reunião, que ocorreu sem a presença de jornalistas, Haddad teria dado “alguns comentários preocupantes” sobre a situação fiscal do país, com possível abandono do arcabouço fiscal. Em nota a clientes, um trader afirmou que isso foi um “golpe final” em um dia já caótico. O dólar disparou 1,40%, renovando marca não vista desde janeiro de 2023, enquanto os juros futuros dispararam.

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Porém, Haddad tratou de negar a informação. Além disso, aproveitou para reclamar da ‘quebra de protocolo’, afirmando que declarações suas sobre chance de contingenciamento orçamentário foram mal interpretadas e replicadas de forma irresponsável.

Segundo Haddad, ao ser questionado sobre o assunto por um dos executivos presentes em reunião mais cedo nesta sexta, ele respondeu que haveria a possibilidade do contingenciamento, pela própria dinâmica do arcabouço fiscal.

Questionado sobre interpretação que circulou no mercado de que o ministro teria indicado na conversa um abandono do arcabouço fiscal, Haddad disse que “isso é uma irresponsabilidade”, argumentando que a versão vazada foi o oposto do que ele afirmou no encontro.

“Você não pode utilizar reunião fechada para depois vender para o mercado aquilo que não foi dito”, disse Haddad.

Haddad sugeriu que os jornalistas procurassem o CEO do Santander, frisando que foi “muito grave o que aconteceu”. O Santander não respondeu imediatamente a um pedido de comentário da Reuters.

Mais cedo na coletiva de imprensa, Haddad já havia respondido à pergunta sobre a possibilidade de contingenciamento, afirmando que isso poderia eventualmente ocorrer para assegurar o cumprimento das regras fiscais.

“Pode acontecer de ter que ter contingenciamento”, disse Haddad. “Você tem um marco fiscal, você tem que respeitar. Se você ultrapassar o limite estabelecido no marco fiscal, você tem que ter contingenciamento.”

Com Reuters