Ibovespa engata maior sequência de altas desde junho
O Ibovespa (IBOV) subiu novamente nesta terça-feira, embora em movimento mais tímido do que o das bolsas norte-americanas, engatando a maior sequência de altas desde o começo de junho.
O índice teve suporte das ações de setores de commodities e tecnologia.
O papel ON da Petrobras (PETR3) foi a maior contribuição positiva, enquanto Itaú Unibanco fechou no lado oposto.
O Ibovespa subiu 0,65%, a 107.557,67 pontos, quarta sessão positiva seguida, maior período desde uma sequência entre o fim de maio e o começo de junho. O volume financeiro da sessão foi de 29,4 bilhões de reais.
O Ibovespa abriu em alta de mais de 1%, impulsionado pelas bolsas globais e pela alta dasações de commodities como minério de ferro e petróleo, mas durante a sessão foi perdendo terreno.
Leonardo Milane, sócio e economista da empresa de assessoria de investimentos VLGI, lembra que o índice vinha performando melhor do que as bolsas norte-americanas nas últimas sessões e ainda tem desempenho superior no mês.
O Ibovespa sobe 5,5% em dezembro, enquanto o índice norte-americano de melhor desempenho dentre os três principais é o Dow Jones, com alta de 3,6%. Já no ano, o Ibovespa cai 9,6%, enquanto o Dow, pior performance sobe 16,7%.
Para Milane, a alta desta sessão foi puxada por diminuição de receios com a Ômicron e a continuação do movimento de alívio nos juros futuros médios e longos.
Apesar de o mercado ainda aguardar informações mais consolidadas sobre a nova variante, as primeiras informações que surgiram ajudaram a descomprimir os ativos de risco globais.
Evidências preliminares indicam que a Ômicron provavelmente tem um grau mais alto de transmissibilidade, mas é menos grave, disse o principal especialista em doenças infecciosas dos Estados Unidos, Anthony Fauci.
Corroboram esse sentimento as informações da farmacêutica britânica GSK de que seu medicamento contra Covid-19 desenvolvido com a norte-americana Vir Biotechnology é eficaz contra todas as mutações da Ômicron. Os dados ainda precisam ser publicados.
O índice pan-europeu STOXX 600 subiu 2,45%, sua melhor sessão desde novembro do ano passado, enquanto nos EUA o Nasdaq saltou mais de 3% e o S&P 500 avançou mais de 2%.
Além das notícias sobre a Ômicron, animaram os mercados dados de comércio exterior da China melhores do que o esperado para novembro, enquanto a produção industrial da Alemanha subiu acima do projetado em outubro.
No Brasil, a potencial promulgação dos trechos da PEC dos Precatórios aprovados por no Congresso seguiu em foco. Segundo o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), ainda não há definição sobre um fatiamento, já que parte dos líderes quer que a PEC seja apreciada na íntegra de novo pela Câmara.
Pacheco disse que deve se reunir novamente com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) para tentar acordo.
Na agenda, o Comitê de Política Monetária do Banco Central divulga na quarta-feira a última decisão sobre a Selic do ano.
Destaques
Méliuz (CASH3) disparou 13,6%, INTER (BIDI11) subiu 13,4% e Locaweb (LSAW3) avançou 7%, com ações locais ligadas ao setor de tecnologia performando bem, em sintonia com os papéis em Wall Street.
Petrobras (PETR4) subiu 1,6% e avançou 2,8%. Os preços do petróleo estenderam salto da véspera e subiram mais de 3% com menor receio sobre a Ômicron.
Vale (VALE3) subiu 0,7%, CSN (CSNA3) avançou 1,2%, Usiminas (USIM5) teve alta de quase 1% e Gerdau (GGBR4) se valorizou em 1,6%, na esteira de disparada do minério de ferro, em meio à medida de aumento de liquidez para apoiar o crescimento econômico na China.
Itaú Unibanco (ITUB4) caiu 1,25%, Bradesco (BBDC4) cedeu 1,2%, Banco do Brasil (BBAS3) recuou 1,4% e Santander Brasil (SANB11) teve queda de 1,34%.
Eztec (EZTC3) caiu 4,4% e MRV (MRVE3) cedeu 3,1%.
Multiplan (MULT3) recuou 2,8%, BR Malls (BRML3) caiu 2%, Iguatemi (IGTA3) cedeu 0,6% e Aliansce Sonae (ALSO3), que não está no Ibovespa, caiu 3,5%, em sessão negativa para o setor de shoppings.