Ibovespa engata 6ª alta seguida com ajuda de blue chips
O Ibovespa (IBOV) fechou em alta pelo sexto pregão consecutivo nesta terça-feira, flertando com níveis pré-pandemia, com Petrobras (PETR4) entre os principais suportes apoiada na recuperação do petróleo no exterior, mas com outras blue chips como Bradesco (BBDC4), Itaú Unibanco (ITUB4) e Ambev (ABEV) endossando o movimento.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 1,5%, para 105.758,29 pontos, segundo dados preliminares, contabilizando alta de quase 12,15% nos últimos seis pregões. No melhor momento, chegou a 105.758,29 pontos, máxima intradia desde 5 de março.
O volume financeiro da sessão foi novamente expressivo e somou 48,1 bilhões de reais.
“Continuamos a ver uma grande rotação de carteiras no mercado”, afirmou um gestor de uma empresa ligada a previdência complementar com sede no Rio de Janeiro. “As ações que foram melhores na crise estão passando por realização de lucros e fluxo está migrando para os papéis que estavam atrasados.”
No pano de fundo estão perspectivas positivas para a recuperação das economias, principalmente com o noticiário mais promissor sobre vacina contra a Covid-19 e o desfecho eleitoral nos Estados Unidos, com a vitória do democrata Joe Biden.
No exterior, Wall Street teve uma sessão sem tendência clara, em meio a ajustes, principalmente no relevante setor de tecnologia, diante de perspectivas mais positivas quanto a uma vacina.
Papéis de grandes empresas como Amazon (AMZN) e Facebook (FB) estão entre as que mais se beneficiaram na crise.
A entrada de capital externo no mercado brasileiro nos últimos dias também foi destacada pelo chefe de renda variável e sócio da Monte Bravo Investimentos, Bruno Madruga, que reforçou seu viés otimista com a bolsa, afirmando que o Ibovespa deve fechar 2020 acima de 110 mil pontos.
Em novembro até dia 6, o fluxo estrangeiro na Bovespa, excluindo IPOs e follow-ons, está positivo em 3,26 bilhões de reais. Mas no ano segue negativo em 81,6 bilhões de reais.
Investidores também operaram na expectativa do rebalanceamento de MSCI que entrará em vigor em 1º de dezembro. No caso do MSCI Brasil, o Morgan Stanley (MS) espera a entrada de Alpargatas(ALPA3), Eneva (ENEV3), Lojas Americanas (LAME3) e uma empresa de tecnologia.
Destaques
Petrobras (PETR4) saltou 6,8%, favorecida pela alta do petróleo no exterior. A companhia também divulgou que as suas vendas totais de diesel em outubro somaram cerca de 4 milhões de metros cúbicos, alta de 6,3% ano a ano.
Itaú Unibanco (ITUB4) fechou com elevação de 4,52%, em meio aos ajustes de carteiras, com Bradesco (BBDC4) valorizando-se 6,45%, em sessão com evento do banco com analistas e investidores.
O destaque do setor foi Santander (SANB11), que avançou 7,66%.
Btg Pactual (BPAC11) foi na contramão e caiu 3,25%, tendo de pano de fundo queda de 5,3% no lucro recorrente do terceiro trimestre.
Ambev (ABEV) encerrou com acréscimo de 6,96%.
Brf (BRFS3) subiu 5,95%, após lucro de 218,7 milhões de reais no terceiro trimestre, pouco acima das expectativas dos analistas, apoiado em forte desempenho no Brasil.
B2W (BTOW3) caiu 8,31%, com papéis associados a comércio eletrônico, um dos setores mais beneficiados pela crise, como um todo sofrendo na bolsa.
Magazine Luiza (MGLU3) recuou 4,65%, mesmo após forte alta no lucro no terceiro trimestre, 215,9 milhões de reais, apoiada também na reabertura de lojas físicas e na diluição de custos.
Via Varejo (VVAR3) perdeu 3,78%.
Vale (VALE3) cedeu 0,05%, mesmo com os futuros do minério de ferro na China tendo a terceira sessão consecutiva de ganhos, em dia de realização de lucros no setor de mineração e siderurgia, com Gerdau (GGBR4) capitaneando as perdas com declínio de 5,32%.