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Ibovespa engata 2ª semana de perda com riscos fiscais e pandemia sem trégua

22 jan 2021, 16:46 - atualizado em 22 jan 2021, 18:48
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Nesta sexta-feira, por volta de 16h, o Ibovespa caía 1,2%, a 116.905,34 pontos, acumulando perda de 2,9% na semana e retração de 1,8% no mês (Imagem: Reuters/Amanda Perobelli)

O Ibovespa (IBOV) caminhava nesta sexta-feira para a segunda semana de queda seguida, pressionado pelo desconforto com a cena fiscal e o ambiente político no país que abriram espaço para realização de lucros após máximas históricas nos primeiros pregões do ano.

O aumento persistente de casos e mortes em razão do coronavírus no Brasil, seguindo a tendência de outros países, também trouxe de volta preocupações sobre a retomada econômica e pressões fiscais, enquanto o Banco Central abandonou o compromisso de não subir a Selic.

“A incerteza para o primeiro trimestre permanece elevada, com o agravamento da pandemia no curto prazo e atraso na vacinação”, ressaltou o Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos do Bradesco, segundo maior banco privado do país, em relatório enviado a clientes.

Nesse contexto, o clima otimista em Wall Street com a posse do democrata Joe Biden como novo presidente dos Estados Unidos e a perspectiva de mais estímulos para a maior economia do mundo pouco animou compras de ações brasileiras.

Dados sobre o fluxo do começo do ano, porém, sinalizam que investidores estrangeiros continuam de olho na bolsa paulista, com o saldo de capital externo no mercado secundário de ações da B3 positivo em 21,6 bilhões de reais, segundo os dados mais recentes disponíveis, até o dia 20.

Nesta sexta-feira, por volta de 16h, o Ibovespa caía 1,2%, a 116.905,34 pontos, acumulando perda de 2,9% na semana e retração de 1,8% no mês.

Maiores baixas do Ibovespa no dia

Maiores altas do Ibovespa no dia

O índice Small Caps cedia 1,7%, a 2.721,56 pontos, com recuo de 4,5% na semana e queda de 3,6% no mês.

O volume negociado no pregão nesta sexta-feira somava 21,3 bilhões de reais.

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Destaques do Ibovespa do Acumulado do Mês:

Notre Dame Intermédica (GNDI3) sobe 23,9%, puxada pela oferta da seguradora e operadora hospitalar Hapvida para comprar a rival, em um negócio envolvendo ações e avaliado em 49 bilhões de reais.

Se bem sucedido, o negócio criará uma gigante da área de saúde, formando a maior rede de hospitais do Brasil. O Credit Suisse avalia que o acordo deve facilitar a entrada em novas regiões, com estratégias comerciais mais assertivas.

Hapvida (HAPV3) mostra elevação de 15,1%.

B2W (BTOW3) valoriza-se 18,9%, em movimento bem superior ao de suas concorrentes Magazine Luiza (MGLU3) (+4,3%) e Via Varejo (VVAR3) (-11,8%).

Apesar de esperar desaceleração para o setor de comércio eletrônico, o BTG Pactual (BPAC11) vê tendência estrutural positiva para plataformas horizontais com grande sortimento, tráfego e foco em níveis de serviço, o que deve garantir uma consolidação mais rápida do ecommerce entre alguns potenciais vencedores, incluindo a B2W.

Weg (WEGE3) avança 16,5%, após forte valorização em 2020 e tendo renovado máximas históricas no mês.

Mesmo com algumas visões de que a cotação está ‘esticada’, analistas avaliam que fundamentos sólidos da companhia continuarão apoiando seu crescimento e seus retornos, e consideram positiva a estratégia da empresa de explorar novas oportunidades em áreas como soluções digitais e energia renovável.

Eletrobras (ELET6) e Eletrobras (ELET3) recuam 18,5% e 18,2%, respectivamente, em meio a ruídos ligados ao plano de privatização da elétrica, após sinalizações do ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, de que o projeto de lei de privatização da companhia poderia ser aprovado no Congresso no primeiro semestre deste ano.

O senador Rodrigo Pacheco, candidato à presidência do Senado, não citou a privatização da elétrica entre os projetos prioritários na Casa.

Eztec (EZTC3) apura declínio de 15,9% desde o começo do ano, com prévia operacional do último trimestre de 2020 mostrando números considerados fracos por analistas, embora a companhia tenha reiterado guidance para 2021 e continue mostrando sinais de recuperação.

Também de pano de fundo está a mudança na sinalização em relação à taxa básica de juros pelo BC, que deixou aberta a porta para novos aumentos, o que pesou sobre o setor como um todo.

Veja o comportamento dos principais índices setoriais na B3 no acumulado do mês:

– Índice financeiro: -6%

– Índice de consumo: -0,19%

– Índice de Energia Elétrica: -4,55%

– Índice de materiais básicos: +6,6%

– Índice do setor industrial: +1,8%

– Índice imobiliário: -9,22%

– Índice de utilidade pública: 6,38%