Ibovespa em apuros: ‘Hora de fazer caixa’, vê analista em meio aos juros altos
O Ibovespa, como o previsto, desaba nesta quinta-feira (9). Por mais que parte do mercado suspeitasse de um corte de 0,25 ponto percentual, o tom duro deixou investidores preocupados.
No comunicado, os diretores citaram os riscos geopolíticos e a inflação ainda resistente nos Estados Unidos. O corte mais cauteloso vem depois de seis reajustes de 0,50 pp.
- As melhores recomendações da Empiricus na palma da sua mão: casa de análise liberou mais de 100 relatórios gratuitos; acesse aqui
Com juros mais altos, a bolsa e os ativos de riscos perdem atratividade em prol da renda fixa. O título do IPCA+, por exemplo, bateu recorde e disparou acima de 6%.
Deixar a bolsa de lado, mesmo considerando os cortes futuros — o mercado vê uma taxa terminal de 9,5% — pode ser uma boa opção?
Para o analista Rodrigo Cohen, analista de investimentos e co-fundador da Escola de Investimentos, sim. De acordo com ele, o momento é de fazer caixa.
- Onde investir com a Selic a 10,50%? Especialistas da Safira Investimentos revelam suas melhores recomendações de investimento para o momento no Giro do Mercado desta quinta-feira (9); assista aqui:
“Eu não investiria em Bolsa agora, nem em Fundos Imobiliários. Mas se tem cotas, não acho que vale a pena sair também. Eu só acho que não é momento de entrar porque não está tão atrativo assim com essa possibilidade de os juros não caírem mais tanto como era esperado, o que prejudica nossa bolsa”, explica.
Em sua visão, o melhor é investir em empresas lá de fora como BDRs, por exemplo, como empresas de tecnologia que têm entregado ótimos resultados.
“Na minha visão, Tesla (TSLA), Apple (AAPL), Microsoft (MSTF), a própria Alphabet, Google (GOOGL) são ótimas opções. Agora, o investidor tem que levar em consideração que, por serem empresas de tecnologia, a gente tem aí uma volatilidade maior, uma sensibilidade maior à mudança dos juros”, afirma.
Ibovespa em apuros
Na visão do economista-chefe da Azimut Brasil, Gino Olivares, a decisão adicionou volatilidade em um cenário já bastante desafiador.
“Sem saber quais foram os argumentos da minoria para esse voto, resulta difícil avaliar o racional dessa decisão; porém o que se sabe é que na descrição do cenário, na avaliação dos riscos e, fundamentalmente na percepção da necessidade de maior cautela, todos os membros do comitê concordavam.”
Nesse sentido, acrescentou, precisaremos esperar pela ata da reunião, prevista para a próxima terça-feira, para conhecer detalhes que ajudem a entender tal desfecho.
“O que dá para dizer sim é que, se havia consenso em tudo, mas a votação foi dividida, o comitê como um todo falhou, pois foi incapaz de converter esse consenso numa decisão que passasse um sinal firme de compromisso com o regime de metas de inflação”, reforçou Olivares.
Com Reuters