Ibovespa em 2022: não espere nada além de 123 mil pontos, indica XP; veja onde investir
Se esse ano a coisa não está fácil para o Ibovespa (IBOV), não espere nada muito diferente para 2022, aponta a XP. A corretora projeta o principal índice de Bolsa em 123 mil pontos para o ano que vem diante da forte alta das taxas de juros locais, que continua pressionando o seu valor justo.
“O cenário fiscal interno se deteriorou ainda mais, com sinais claros de que o teto de gastos – principal âncora do Brasil para o controle de gastos – está sendo flexibilidade, o que fez o mercado reagir de forma bastante negativa”, afirmam os analistas Fernando Ferreira e Jennie Li.
Ainda segundo eles, o Brasil parece estar caminhando rapidamente para o velho equilíbrio macro: mais gastos, inflação mais alta e taxas de juros mais altas.
Onde investir?
Diante desse cenário mais adverso, três temas não podem passar despercebidos pelos investidores:
- commodities: que continuam sendo um bom hedge de inflação e dólar;
- histórias de crescimento secular: papéis de varejo, transportes e bens de capital isoladas de uma história macro mais dura;
- oportunidades específicas: alguns nomes de qualidade que sofreram forte correção recentemente, como shoppings e alguns bancos.
O Brasil ainda está barato?
Para a XP, o Ibovespa continua barato, com sua relação preço sobre o lucro de 12 meses atualmente sendo negociado em 8,0x, um desconto de 28% em relação à sua média de 15 anos em 11,2x.
“Ao retirar as duas maiores empresas de commodities do índice Ibovespa, Vale (VALE3) e Petrobras (PETR4), vemos que a relação P/L continua abaixo de sua avaliação histórica em 11,1x”, dizem.
No entanto, ao remover o restante de todas as empresas vinculadas a commodities (empresas de materiais e energia), a relação P/L do índice sobe para 12.3x.
“Ou seja, o Ibovespa como um todo é barato, mas quando tiramos commodities não parece tão barato”, completam.