Ibovespa em 131 mil pontos e 5 setores bombando: as previsões do Banco Safra para 2021
O Ibovespa tem condições de encerrar 2021 em 131 mil pontos, o que embute uma alta potencial de 15% sobre os 113.793 pontos com que fechou o pregão de ontem (8). A estimativa foi apresentada pelo Banco Safra, em relatório assinado por Luis Azevedo, Cauê Pinheiros e Silvio Dória.
“Temos uma visão otimista para a bolsa, uma vez que estamos próximos de uma vacina viável contra o Covid-19, que deve gerar imunidade para população e colocar um fim na pandemia e seus efeitos negativos para a economia até meados do ano que vem”, afirmam os analistas.
Além do fim da pandemia, o Safra espera um crescimento mundial mais acelerado, puxado pela recuperação dos preços das commodities. A posse do democrata Joe Biden, nos Estados Unidos, também deve contribuir para distensionar o cenário internacional, ao abrandar a guerra comercial com a China. O efeito positivo será uma reabertura de mercados para o comércio.
O Safra acrescenta que a imagem dos emergentes está melhorando, e os investidores estrangeiros começam a retornar à B3 (B3SA3). O banco lembra que, apesar de o fluxo acumulado no ano ainda estar negativo, a dona da Bolsa brasileira detectou forte entrada de estrangeiros nos últimos dois meses.
Dois critérios
Para chegar ao preço-alvo de 131 mil pontos para o Ibovespa em 2021, o banco combinou a análise de múltiplos com uma análise bottom up (que parte das estimativas para empresas e setores específicos). Pelos múltiplos, o preço-alvo encontrado foi de 125.921 pontos. Já pelo método bottom up, a estimativa ficou em 136.178 pontos.
A rotação de papéis também foi considerada pelos analistas, que notaram uma migração dos investidores, no mês passado, para setores mais tradicionais, como petróleo e gás, siderurgia e mineração e construção civil. Para o Safra, o movimento sinaliza que o mercado já se posiciona nos papéis que devem se beneficiar com o fim da pandemia.
Os setores com maior potencial de alta no ano que vem, segundo o banco, são: transportes (valorização estimada de 59%); telecomunicações (+42%); educação (+42%); shopping centers (+38%); e setor financeiros (+38%).
Por último, o Safra alerta para o óbvio: tais projeções podem ser comprometidas por uma série de riscos, como um crescimento econômico abaixo dos 4% estimados para 2021; a incapacidade do governo de controlar a dívida pública; novas ondas de contágio do coronavírus; aumento de impostos para cobrir as contas do governo, entre outros.